quarta-feira, dezembro 27, 2006

Ano do cão

Último post do ano, já que amanhã vou pra roça.
Rápida retrospectiva Chris 2006.
Esse ano foi atribulado. Viagens maravilhosas (a com a Dani nem parece que foi este ano). O final do ano reservou algumas boas surpresas - em janeiro eu conto, pra não azarar! Pra mim e para as pessoas em geral.
Uma pausa pra descanso, deixar o ano do cão acabar de vez... e 2007 promete!

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Interlúdio

Ultimamente não ando com muita vontade de escrever. Ou de ler. Ou de fazer qualquer coisa de produtivo. Quer dizer, a menos que me torne um cervejeiro ou um jogador de sinuca...
Teria tanto pra falar de Cape Town. Fiz muita coisa em pouco tempo. Nos primeiros 4 dias acho que dormi umas 10 horas apenas! Mas eu estou com preguiça, acho que minha energia precisa ser reposta.
Mas de maneira geral, acho que entendi um pouco mais sobre a África do Sul, mesmo tendo ficado tão pouco. E também fiquei com minhas dúvidas se os caras conseguirão arrumar tudo pra copa. Falta muuuita coisa. E apesar de achar que eles estão mais preparados do que o Brasil com esses delírios de copa e olimpíadas, não sei se rola. Ainda mais comparando com o sucesso alemão.
Cape Town, uma das cidades-sede e provavelmente onde ocorreria uma semifinal: O congresso de diabetes, por exemplo, trouxe 14 mil médicos enquanto estive lá (mais algumas centenas de acompanhantes, como o que vos fala). Já foi o bastante pra deixar algumas coisas caóticas! Os aeroportos não são brasileiros, mas estavam terríveis mesmo assim! Enfim, torço pra que eles arrumem tudo, porque lá realmente é demais.

Agora, tenho várias possíveis novidades, mas essas eu guardo mais um pouco...

domingo, dezembro 03, 2006

Jy is vol kak!

(editado após novas experiências)

Cape Town realmente é lindíssima! Dizem que é uma das 10 melhores cidades do mundo - há alguns anos já. Tinha uma discussão se era mais bonita que o Rio... pra mim é parada dura decidir... Só que venta tanto que às vezes parece que vou dar uma de Mary Poppins!
Todos foram muito gentis (os outros turistas que são um porre). Mas não dá pra deixar de notar também uma certa tensão. Afinal, o apartheid tá logo ali na esquina. Não saí do aeroporto em Johannesburg, mas parece que lá o negócio é fogo. E segundo o Craig, um quase-afrikaner muitíssimo gente boa de lá que me ensinou expressões, em afrikaans, de grande utilidade cotidiana (basicamente palavrões), nas fazendas é o bicho...
E por falar em apartheid, fui no museu do holocausto daqui. Como no museu judeu em Berlin, muito policiado. E extremamente impressionante! Fiquei apaixonado também por Santu Mofokeng, fotógrafo maravilhoso com trabalhos expostos na Galeria Nacional e que depois merece um post à parte!
As praias são lindas, a Table Mountain magnífica, toda a região do Cabo das Tormentas (ou, como se quer hoje, da Boa Esperança) deliciosa...
Ah sim, também fiz uma degustação intensiva de cervejas e vinhos sul-africanos!! Beber e comer (algumas comidas dariam cadeia no Brasil) é uma das melhores coisas pra se fazer lá!
Uma coisa chata (além de ter de olhar pro lado contrário da rua pra atravessar e não ser atropelado) é nao entender bulhufas (inglês, dependendo de com quem vc fala, também fica incompreensível)...

quinta-feira, novembro 23, 2006

A verdade é nua? Talvez seja crua demais.

Existem documentários que te deixam mal, ou então indiginado. Mas realmente poucos produzem alguma ação concreta por parte da maioria das pessoas.
Há os documentários de bichos. Tanto os na linha "a vida natural como ela é", como os de alerta para extinção de algum animalzinho. Claro, esses tocam. Talvez você até dê um dinheirinho pra WWF algum dia. No fundo acho que, sendo cruel, mas sincero, que esses documentários são aparentados com os sobre a miséria e a fome - essencialmente africana. A lógica é a da esmola, que anestesia a consciência e a culpa com uma doação anual para a Unicef ou órgão semelhante.
Já os documentários de atentado começaram a virar moda. Claro, com um aumento de 300% dos atentados terroristas nos últimos 5 anos, seria o normal. Esses horrorizam, fazem você se perguntar se este é o mundo que você quer para o seu filho, te deixam neurótico. Você critica o imperialismo americano, tenta compreender porque um cara se entupiu de explosivos e matou trocentos ao seu redor. Mas o que exatamente isso produz, além de uma sensação de que você está ciente da existência dos tumores terrestres e aquele monte de playboys e patricinhas no bar não? Como se essa grande vantagem sobre os demais ignorantes fosse algo que te faça dormir melhor. E no fundo sempre dizem respeito a umas pessoas por demais distantes de nós para que algo além de uma empatia por dó surja.
Existem também os documentários do tipo "Michael Moore", ligados aos documentários de terrorismo, mas focados principalmente nas mazelas da vida política dos grandes centros industriais e econômicos - EUA, essencialmente, mas existem vários sobre nossa própria violência simbólica e física tupiniquim. Esses fazem você ter nojo da política tal como ela se apresenta. Talvez sejam os mais eficientes, mas é difícil medir o que de fato muda na consciência da cidadania, exercida e presente na população. Às vezes o que acontece é o surgimento, simplesmente, de um discurso anti-americanista sem qualquer reflexão mais apurada de porque os tais imperialismos devem criticados. Daí para o chavismo é um pulo. Pode ser munição para os "fundamentalismos bem-intencionados".
Existem os variados documentários sobre a cultura e a vida cotidiana. A maioria desses entra para o repertório de "curiosidades" ou "cultura geral" no arcabouço de cada pessoa. Meio como um atestado de que realmente há algo de errado na pragmática da vida contemporânea, refletida nas bizarrices e absurdos do comportamento das inúmeras "tribos" sociais, sejam os gordos, os anoréxicos (o assunto do momento), ou o pessoal sm.
Claro, alguma coisa de bom todos esses documentários fazem. Os que criam alguma nova consciência nas crianças (tipo o "Nós que aqui estamos..." ou o "Ilha das flores", passados nas escolas). Os que ajudam a estender a indignação com as coisas terríveis que acontecem diariamente por aí.
E existem vários deles agora que ganharam um nicho cinematográfico considerável. O filme do Al Gore parece ser assustador (não porque diga algo novo, mas porque um ex-político importante confirma o que até agora apenas os ambientalistas desprestigiados diziam). O Lelê e a Vanessa disseram que o tal documetário "A carne é fraca" está convertendo diversas pessoas ao vegetarianismo (realmente você acaba se perguntando o quanto sua ignorância é desculpa para continuar a perpetuação de uma indústria no mínimo duvidosa). Efeito semelhante produzido pelos documentários sobre cigarro (como continuamos a fumar depois de saber de algumas coisas?), ou pelo já manjado "Supersize me". Na linha da consciência sobre nossa indústria alimentar - estamos falando de carne, especialmente - tem também o Earthlings, narrado pelo Joaquin Phoenix, com a trilha composta pelo Moby. Esse dá vontade de apertar o botão de desliga - seja qual for ele. Eu chorei como um bebê, meu coração parecia ficar menor e menor, fiquei enjoado e com a sensação que a humanidade não presta e é essencialmente cruel - e covarde, tanto pelo que faz como por preferir a ignorância do que é feito. É quase insuportável de assistir. Mas não é nem um pouco ignorável.
Você pode saber mais sobre Earthlings ou algum que ainda não viu no you tube. É rapidinho e fácil de achar. Se você procurar por "Terráqueos", acha legendado. Lembra muito as discussões com a Nádia sobre uma antropologia que lide com nossa relação com os animais. Na época, faltou-me a perspectiva sensitiva, acho. Como também a constatação de que é um assunto, sim, que merece atenção e é importante. Algo que o Peter Singer, no "Animal Liberation", tão bem colocou. Aliás, acho que é O assunto a ser discutido. O armagedon não é apenas mítico, nem apenas simbólico.
Bom, eu acho que as pessoas deveriam saber e ver, mas não acho que seja para qualquer um. Esteja avisado... Existem também alguns fóruns de discussão, que dão raiva, pra falar a verdade. Um monte de gente querendo chocar, mas no fundo acreditando em nada mais que novas formas de tortura e genocídio.
Mas no fundo são poucos os que fazem algo a respeito de todos esses problemas (eu, me apresso em dizer, não sou um). E há como uma chavinha que você desliga para poder viver a sua vida. Isso até é necessário, não dá pra ficar imaginando todo a hora nas milhares de mortes, nas milhões de pessoas que passam fome, nos milhares de estupros, em todos os cachorrinhos abandonados na rua que existem por aí nesse exato momento em que eu escrevo, e que continuarão a existir no momento em que você ler isso.
Agora, um documentário como esse "Fuerza Aerea S.A.", parece que pode gerar algum efeito a curto prazo. Parece que já está gerando, na Argentina. Porque se metade dele for verdade, alguém tem que fazer alguma coisa. Se você não ouviu falar desse filme ainda, não sou eu que vai te explicar. Procure. Acho que o efeito e a reflexão são maiores, nesses documentários, se a pessoa vai atrás.

terça-feira, novembro 21, 2006

Grilo falante

Ontem uma querida e linda amiga veio visitar. Ficamos papeando, fumando e bebendo, e adorei! Depois de umas cervejinhas me aventurei - bem pouco, é verdade - numa pinga salineira. Pronto, foi o suficiente pra não conseguir fazer mais nada!
O convite era ir depois pra uma boate, fazer uma balada sem muitos planejamentos. Uma parte de mim queria muito ir - teria ido uns anos atrás, mesmo com a ebriedade comprometida - mas sabia que não seria uma boa idéia. Sinal amarelo: a consciência começa a vencer... e já não posso mais misturar.
O que me deixa relativamente tranquilo e não convencido de que virei um velho de 100 anos é que queria ir... pelo menos.

Outro dia tive daquelas aventuras estúpidas que se dá risada depois que passa a dor de cabeça. Depois de já suficientemente bêbado, resolvi, com um amigo igualmente empolgado, acabar com uma garrafa de aguardente - com tanto álcool que serviria de desinfetante. Não satisfeitos, começamos a segunda, seguida de vinho e mais cerveja. Lembro de flashs, discutindo política PSDB x PT, falando em línguas diferentes e, de repente, estou em casa, abraçado com minha amiga carina (meu vaso bege). Meu anjo da guarda sempre foi meio bebum, é certo, mas ultimamente começo a achar que não posso mais fazer essas coisas...

*******

PS - Por quê toda propaganda de pasta de dente é ruim? E por quê toda propaganda de pasta de dente é estruturalmente idêntica à propaganda de sabão em pó? Mulheres irreais, takes rápidos e mal-feitos, cenas familiares artificiais, figurantes inexpressivos, música deprimente, e um branco tão opressor que me lembra Poltergeist.
PS2 - Começo a ficar realmente com medo de avião... segundo meu pai, o problema não é o tráfego intenso, mas a comunicação babélica: "repeat it again, please?" é o jargão padrão.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Zapping

Sitcoms e seriados em geral viraram uma grande indústria. Talvez mais estável e segura que Hollywood, arriscaria dizer - ainda que potencialmente não tão lucrativa. A fórmula "fazer sucesso em um seriado e depois ir fazer filme", está mudando. Vários atores que fizeram cinema emprestam seus nomes, junto com algum produtor fodão, para lançar um novo seriado e então revertar a tal fórmula.
E estes seriados vão se segmentando, abocanhando um bom pedaço do mercado televisivo - que não é apenas americano há tempos.
Cada seriado tem seu público específico. Há gosto para tudo e os produtores perceberam isso. O resultado é que quem tem a grana está apostando nas mais variadas idéias. Claro que muitas não vingam - há seriados que não completam sequer uma temporada antes de serem tirados do ar. Mas o que acontece também é que muitas boas idéias são produzidas. E diferentes. Os que mais gosto começam a superar a tirania da chatice do politicamente correto, que dominou completamente a década passada - ainda que não consigam fazê-lo completamente, no fundo. Seriados em que os protagonistas não são bons, trapaceiam e fazem merda.
Na verdade já não consigo acompanhar nem metade dos seriados que passam na tv. Isso porque estou no Brasil; não temos aqui nem metade do que é feito lá fora. Isso porque eu fico horas todo dia na frente da tv...
Mas alguns seriados têm me cativado ultimamente. Earl é bom, Lost ainda me agrada muito (agora está na terceira temporada, mas haverá um irritante intervalo até o ano que vem). Descobri pelo meu irmão Heroes, que é muuuito legal também, mas só estréia aqui no ano que vem. Brotherhood, o dos irmãos irlandeses, é excelente - malvado (como foi o filme do Scorsese) e bem feito. House é fascinante e o Hugh Laurie é fenomenal. E há outros seriados novos que prometem também...
E ainda vejo, sempre que passa, Gilmore Girls, Scrubs, E.R., os programas de madrugada, os de culinária, os de construir motos e carros, os behavioristas (ou reality shows, como querem designá-los)... mesmo Seinfeld e Friends de vez em quando eu dou uma olhada. Agora só falta eu mudar de tema de pesquisa e fazer um trabalho sobre isso... :p

quinta-feira, novembro 16, 2006

Brit invasion all over again

Ontem, assistindo besteiras pela tv, caí num desses programas de carro, Fuel. Programa inglês em que o apresentador vai nas casas dos aficionados por carros, mostrar as carangas que eles têm. O interessante do programa, na verdade, foi que um dos entrevistados era o Bez! Ele está vivo! E com uns carros muito estranhos (bem, ELE está muito estranho - o que é o esperado depois de décadas de uma dieta intensiva de drogas - mas também ligeiramente compreensível, considerando tudo)...
O programa serviu pra comprovar duas coisas: os ingleses estão tomando alguns espaços, e também são muito mais resistentes que os americanos (compare as cervejas, por exemplo).
Bom, e a nova invasão britânica não fica agora só na música. É só dar uma olhada nos programas da gnt, multishow e por aí vai. É programa de babá, de cozinheiro(s), programa com fundo psicológico para leigos, de decoração, de moda, de dieta (sim, eles estão alcançando os americanos no quesito obesidade)...
Agora, por quê mais resistentes? Começo a achar que isso é verdade. Pelo menos em relação aos equivalentes junkys americanos. Os ex-colonizados morrem aos montes, de overdose, suicídio, acidente... mas seus parentes do velho continente estão aí, nem tão firmes, nem tão fortes, é verdade, mas alive and kicking at least.
Essa geração de setenta/oitenta é impressionante. É verdade que houveram os que ficaram pelo caminho, como Ian Curtis ou o baterista do Lush. Mas de maneira geral os caras sobreviveram às bebedeiras, ao extasy e à heroína.
E muitas vezes ainda fazendo bom som!

terça-feira, novembro 14, 2006

Um bom dia

Hoje fui me vacinar e conheci a parte nova de Viracopos. Hoje recebi meus resultados linguísticos - yes, everything is fine! Hoje também fui assistir ao filme do Scorsese (gostei muito!). E comprei 1 guinness pra comemorar...
Por falar em cerveja que não é cerveja, eis meu novo sonho de consumo (não, não se trata da homônima cerveja dos amigos):
Cara de vinho, preço de vinho, teor de vinho, mas é cerva! Agradecimentos ao Chaplin.

Agora rumo à terra zulu!

sábado, novembro 11, 2006

Devaneio

Fiquei pensando, não sei exatamente porque, sobre algumas diferenças entre as pessoas. Bom, na verdade até sei porque. Agora mesmo, quase 2 da manhã, sou importunado por um carinha que acelera seu motor, já barulhento, há algum tempo lá na rua. Esse é um exemplo. Mas exatamento o que ele tem de diferente (fora um senso do que é legal meio deturpado e um futuro de surdez)?!
Me lembrei de um amigo meu de infância (são, aliás, nas amizades de infância que essas coisas mais me intrigam. Já contei sobre um amigo que virou um idiota completo). Enfim, esse meu amigo, oriundo de Teresina, Piauí, aquele estado-quase-não-estado, mas que cresceu na Alemanha Ocidental (tinha um sotaque muito legal, mas quando se punha a falar alemão era estranhíssimo), morava no mesmo quarteirão que eu, quando criança-quase-adolescente.
Fazíamos muita coisa juntos. Molecagens, geralmente. Mas molecagens ingênuas... Bom, uma vez quase nos ferramos quando uns caras (seriam a versão dos suburbanos americanos enamorados de suas armas?) sairam armados em bando (como se reunem rápido os cidadãos pra linchar alguém) por causa de nossas arruacinhas nos terrenos baldis das redondezas (sim, existiam muitos naquela época), pensando que fôssemos assaltantes.
Bom, mas geralmente não fazíamos nada muito pior que eventualmente quebrar uma janela jogando bets, levar uma bronca por fazer guerra de mamona, brincar com estilingue e ralar o couro caindo de bicicleta.
Só que esse amigo, quando começou a entrar de fato na adolescência, começou a ficar muito diferente. O pai dele, cirurgião do PS do HC (que deveria saber dos riscos de uma moto nas mãos de um moleque bem como a tragédia das armas de fogo), deu uma patinete motorizada ao rapaz. Depois deu uma ao irmão menor. Sem muita choradeira dos filhos, diga-se de passagem. Não sei com que idade foi isso. Lá pelos 12, 13, imagino.
Claro que naquela época eu também queria. Não uma patinete, que achava besta, mas uma mobilete, ou uma vespa, que alguns outros já tinham também.
Bom, algum tempo depois esse meu amigo ganhou uma vespa. Depois aprendeu a dirigir. Isso com uns 14, 15. Não só aprendeu a dirigir como o pai o ensinou a dar cavalo de pau, dar umas enquadradas. Pouco depois o ensinou a atirar. Acho que era o tipo de pai que leva o filho ao puteiro como presente de 15 anos.
Vira e mexe ele me contava que dava uns tiros com o 38 do pai. Uma vez até me convidou. Eu, que não tinha inveja da patinete, nem das manobras ao volante (mas tinha pela vespa), realmente não me interessei pela coisa. Pra falar a verdade, acho que nunca peguei numa arma. Não tenho uma repulsa de pessoa liberal-consciente, apenas não tenho vontade ou curiosidade...
Enfim, por essa época eu comecei a evitá-lo. Lembro que fazia uma verdadeira operação ninja quando ele tocava a campainha e eu fingia não estar em casa, me rastejando pelo chão da sala e espiando pela janela. Será que eram essas coisas todas o motivo disso? Não sei direito porque fiquei evitando-o, na verdade. Agora isso até me dá vergonha.
O fato é que ele se mudou para o Piauí depois. Fiquei sabendo que o pai arrumou uma amante e foi embora. A mãe morreu de câncer um tempo depois. Fiquei anos sem nem pensar nele. Até que o encontrei outro dia no banco, pagando umas contas. Estava careca, montou uma empresa, mas estava esquisitíssimo. Sua vida já não tem nada a ver com a minha. Acho que estava esquisito porque tinha toda a pinta de ser um desses caras que saem buzinando de madrugada, só que eu o conheci. Faz sentido?

domingo, novembro 05, 2006

Momento neuras

Não aguento mais o pagode que reina em cada canto do meu bairro. Como não aguento mais os imbecis que adoram ficar gritando na rua às 5 da manhã pra "causar".

Não quero pirar em nenhuma mamata que deixa dezenas de pessoas 1064 reais mais ricas.

Não quero saber se a apresentadora de 6 dedos trepou com o namorado na praia.

Me irrita pensar que a única profissão mais ingrata que a minha, a de músico, provenha fortunas a tantos medíocres (ou pior que isso), enquanto tenho dúzias de amigos excelentes que pagam pra tocar.

Me irrita, mais do que tudo, que tudo isso pareça normal.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Escrito nas estrelas

Às vezes eu tenho esses arroubos espirituais. Sei lá, é quando meu ceticismo - já não muito convicto - entra em parafuso e dá lugar a algumas superstições e crendices diferentes.
Nem sei como começa e como termina. Mas fico meses pensando nas contas, na tese que anda parada, nas milhões de coisas muito terrenas e pragmáticas que preciso fazer e, de repente, me descubro rezando (da minha maneira toda particular), pensando em fantasmas, espíritos e na atmosfera diferente de um final de semana.
Acho que estou numa dessas fases. Estou achando tudo meio esquisito, pra começar com um certo mal-estar que me ronda esses dias - que, aliás, me impede de fazer qualquer coisa de produtiva (como se eu precisasse de mais desculpas pra ser vagabundo). Ontem chegou às raias de dar umas tonturas (talvez o fato de que tenho bebido praticamente todo dia desde meados de outubro ajude). Mas, enfim, é algo que há algum tempo queria entender melhor e não consigo.
Em São Carlos, no final de semana, acabei estacionando numa praça de lá. Como era sábado, a polícia não multaria quem não tivesse o cartão de zona azul depois da 1:00. Era quase meio-dia, então não achei que haveria qualquer problema.
Saio do carro, fecho, começo a andar e, meio com o canto do olho, reparo num carinha na esquina, olhando pro meu carro e anotando algo num bloquinho. Claro que fiquei meio incomodado. Não que o cara fosse um amarelinho à paisana, pensei, mas vai saber o que ele estava fazendo. A quantidade de novos golpes que eu fico sabendo quase todo dia, eleva meu nível de alerta ao vermelho com facilidade. As pessoas são muito criativas para se dar bem. Claro que, quando você sabe de um desses golpes, eles já não são mais aplicados e inventam outro mais mirabolante. Mas dá pelo menos para não subestimar a capacidade de charlatães e bandidos de toda sorte por aí.
Voltei. Decidi tirar o carro dali e estacionar mais pra frente. É, ele anotava a placa mesmo.

"Com licença, o senhor quer alguma coisa?"
"Você sabia que a placa deste carro é numerologicamente muito boa?"
(Misto de expressão com suspeitas com aquela estupefatação e preocupação de quem percebe estar na frente de um potencial maluco místico)
"Pois é, deixe-me mostrar..."
(Anota a placa e começa um complicado cálculo de somas e conversões de números e letras)
"É uma placa 6, que tem poderes muito diferentes. É ótima para não causar acidentes. Tem muita gente que morre por aí em acidente de carro e não se sabe porque. As placas. São as placas. Você tem sorte. Seria melhor apenas se fosse uma placa 3."
(Cara de quem começa a ficar assustado)
"Sinto muito, estou com pressa. Faça o favor de me dar esse papel."

Aí vou embora até a esquina seguinte com uma sensação não muito boa. Será que há uma numerologia que governa minha perícia automotiva? Ou que vai colocar em meu caminho os infelizes ineptos com placas não múltiplas de 3?
Sequer me senti muito reconfortado com o fato da minha placa ser boa. Se fosse ruim ele me diria? E se me dissesse, voltaria dirigindo pra casa? Tudo bem, não sou assim tão crédulo, mas também não sou totalmente imune a um desses malucos. Guimarães Rosa teria respeito pelo cara. Talvez eu também devesse ter. Por via das dúvidas.

Enfim, a semana passou meio esquisita.
Ante-ontem, pleno Halloween, descobri que Geertz morreu.
A única coisa boa? O Timão ter saído de vez do rebaixamento.

domingo, outubro 29, 2006

Hey Ho, Let's Go!

Essa viagem pra São Carlos foi tudo de bom! E muito mais rápida do que eu achei que seria! Peguei a estrada no meio da tarde, coloquei meu Best of the Beast no máximo e saí cantando feito um maluco pela Washington Luiz. Calor, muito sol, torrei meu braço esquerdo! Maravilha! Eu só imagino como deva ser fazer uma viagem pela 66... um amigo me contou que uma vez saiu de NY e foi até a California, e depois pro México, de carro! Me disse que foi uma das melhores coisas que já fez...
Enfim, adoro viajar assim. Aquela coisa super brega mesmo. Se eu tivesse um Ray Ban de lentes verdes e aro dourado, usava! O único problema são os pedágios. P Q o P! Existem milhares! Fiquei pobre e cheio de moedas de troco!
E em São Carlos também foi divertido. Comi horrores por muito pouco, ganhei dinheiro jogando sinuca, fiquei ensopado com uma tempestade que se abateu sobre a cidade, e fiz minha provinha direitinho!
Voltei a pegar a estrada, o mesmo solzão de meio de tarde, mas dessa vez cantando Queen e Ramones...
Cheguei e fui direto pro aniversário da linda Sofia, comer bolinho e tomar refrigerante! E de lá direto balançar o esqueleto (ou essa era a intenção) com a Cris, Dani e Luiz. Depois desmontei na cama!
Foi um final de semana quase perfeito! Sim, eu disse "quase"... hoje é domingo...

sexta-feira, outubro 27, 2006

"Com o coração cansado de amar..."

Dica: 588 rue paradis

A leveza e o perfume dos sonhos e a tentativa de remediar o peso da vida e do arrependimento. Com o sempre excelente Omar Sharif e com uma irreconhecível Claudia Cardinale. Sempre ligados pela lágrima de quem vê.
"Avec le coeur fatigué de l'aimer..."

quarta-feira, outubro 25, 2006

Duas

Depois de querer cometer um secretariocídio, pentelhar muito o consulado britânico, vasculhar outros lugares onde pudesse fazer minha provinha, consegui finalmente uma vaga em São Carlos e fiz inscrição na última hora! Agora tenho que decidir se vou um dia antes ou se acordo muito cedo e faço uma pequena viagem... o grande problema é que no dia anterior tem os shows dos Oportunistas e dos Muzzas... falei que iria assistir o próximo show das duas. Seria perfeito, mataria dois coelhos com uma caixa d'água só, mas, enfim, não rolará.

*******

E essa gripe importada está resistente! Mais de uma semana já!

quinta-feira, outubro 19, 2006

"Arbeit macht frei"

Bom, o que não faltou na viagem foi museu. Para todo tipo de gosto. De esculturas, de arte conceitual esquisita, renascentista, impressionista, expressionista, contemporânea, surrealista, cubista... Para você ter uma idéia de quantos museus e galerias existem em Berlin: havia uma promoção - por 15 euros você ganhava um passaporte para visitar mais de 50 museus em 3 dias! É, isso sim é que é prova de endurance!
Como disse, deixei várias coisas de lado, obviamente aliás. Uma das que mais me arrependo é o Gemäldegalerie, que tinha muita coisa maravilhosa, do século XIII ao XVIII. Outro é o Neue Nationalgalerie, do Mies van der Rohe e especializado em arte da segunda metade do século. Outro é o arquivo Gropius, com várias coisas da Bauhaus. E vários muitos outros também.
Mas tudo bem, vi coisas muito legais também. Um dos mais impressionantes foi o Jüdisches museum. Com muita coisa da antiquíssima história judaica, lindíssima por sinal. Claro que a parte mais concorrida se referia à história do Holocausto - que sempre me interessou muito. Fotos, pertences, histórias, relatos... muita coisa sobre o que 12 anos de nazismo fizeram na Europa. A única outra vez que me senti com tanto mal-estar foi ao visitar a casa da Anne Frank em Amsterdã. Meu pai me disse que o mais impressionante mesmo é o museu do Holocausto em Israel, mas tenho até medo de ver esse. Nós pretendíamos ir para Auschwitz também (vários dos médicos foram visitar vários campos), mas acabou não dando tempo.
Enfim, no museu de Berlin eles têm vários documentos sobre os judeus deportados. Há alguns livrões com os nomes de milhões de judeus assassinados com algumas informações sobre eles (ah, a "eficiência" germânica... em Ruanda não há como saber quem foi morto, como e onde).
Meu pai procurou e achou o nome da mãe de um colega polônes, nascido em Auschwitz, tornado órfão e depois migrado ao Brasil, onde virou médico junto com meu pai. E não é que descobri que tenho um parente assassinado?! Os Hass, até onde eu sabia não eram judeus, por isso me espantei ao saber que havia uma tal Hedwig, que foi deportada para Theresienstadt. Mas, olhando melhor, vi que o sobrenome de solteira era judaico, e era a única Hass ali. Ela deve ter casado com um parente gentio. Foi deportada para Theresienstadt em 1941 e morta em Treblinka em 1943.

terça-feira, outubro 17, 2006

Von Berlin nach Köln

Vou soltando aos poucos...
Na sexta (sim, a 13), depois de uma noite sem dormir, levantei, tomei um lauto café da manhã e fui bater perna. Era, afinal, meu último dia em Berlin - troquei minha passagem para Köln para o dia seguinte.
Lá fui eu primeiro no Pergamon, já que era um dos dois museus que eu queria porque queria ver (o outro eu não vi, desgraçadamente). Sinto informar que tive que fazer o fast tour (que demorou, mesmo assim, umas 4 horas), já que queria ver o Sony Center, o monumento do holocausto, a filarmônica e outras cositas más. Mas eu estava com pressa mesmo pra comprar meu ingresso do Bloc Party (o Coffin Daggers já havia desistido, ia ficar muito em cima).
Lá fui eu então, bem pro meio de uma ilha no Spree, no coração de Berlin Oriental. Muitas fábricas, terrenos baldis e prédios com aquecimento a carvão caindo aos pedaços. Onde ninguém fala inglês.
Bem, até que encontrei o lugar. Mas como estava sem o endereço comigo, não tive certeza, já que não havia sinal nenhum que haveria algo ali. Saí perguntando, no meu deutsche macarrônico, se alguém sabia de algo. Pro guardinha, pra padeira, pro carinha da farmácia, pros punks... nada. Desisti. Fui procurar internet e descobri que ia ser no dia seguinte. Merda.
Bom, fui então no Guggenhein, do lado do hotel. Uma bosta. Sem o acervo, que está viajando, tinha apenas uns lances conceituais que, apesar de interessantes, eram vistos em 5 minutos.
Também fiz bolhas no pé. Aí resolvi comer 1 kebap e passar o resto do dia no hotel.
Fui pra parte do entretenimento. Me emprestaram um calção curtinho, rosa com florzinhas estampadas e lá fui eu para a piscina.
E fiquei da piscina para a hidro, para a sauna, de volta para a piscina, depois hidro, sauna e continua o ciclo. Além de mim, chegou uma hora um casal alemão, que se juntou a mim em um momento em que estava na hidro. Aí fica aquela coisa meio constrangida de pessoas em pouco número que se juntam em uma pequena parte de um lugar muito maior. É como se houvessem várias mesas vazias numa praça de alimentação e alguém fosse sentar justamente na sua. É público, não é proibido, mas é estranho.
Mas beleza, lá estou eu, tentando esquecer os krauts e relaxar, quando uma mão pega na minha coxa. Olho, tento falar alguma coisa em alemão, em inglês, em português, não sai nada. Ménage à troi? Eu sei que tem muito pervertido naquele país, então tasco a ir para a piscina. Sou seguido. Aí resolvo fugir novamente, até desistirem.
Terminado o assédio, me arrumo para ir no jantar - pago - pelo patrocinador da viagem e do hotel.


Depois do final da copa, reparei que os alemães estão buscando saber como usar as várias coisas que inundaram o país como preparativos e como estrutura para o evento. E lá fomos nós, médicos, filhos de médicos e financiadora, para um restaurante, na margem do Spree (na verdade ela queria nos levar para um restaurante que parece que é super famoso, em que todos os garçons são cegos e tudo dentro é um completo breu! Acho que a idéia é você atiçar os sentidos gustativos ao máximo. Mas esse estava fechado) no ônibus que havia transportado a seleção de Trinidad e Tobago! Sabe aqueles, com bandeirinha do país e uma frase de efeito? Então, fui no dos guerreiros soca. Empataram com a Suécia, não foi? Que mais fizeram que não lembro?
Bom, chegamos ao restaurante. Tudo pago? Então é orgia mesmo! No final da noite, podrão (mas muito bem alimentado), olho pra mesa e conto mais de 20 garrafas de vinho (em 10 pessoas)!
E não é que estou ficando velho? Conheci um filho de um dos médicos, aspirante a residente agora, que me convidou para ir numa balada em Potsdam. Não obrigado, quero apenas uma cama (e acordar cedo para ir ao aeroporto)... Isso porque ele havia, antes da orgia romana, passado o dia todo andando também, depois de chegar de manhãzinha, de uma balada em Leipzig. É, pessoas, essas coisas são possíveis por lá. Você só precisa ter - muita - disposição.
Resumo da ópera? Dia seguinte, quase sem dormir, fui para Köln, passeei bastante com a Pati (os romanos são batutas, não fofs?!), fui na fábrica de chocolate da lindt e passei mal, finalmente, ao comer um pedaço de pizza hut! Terminamos a noite vendo um filme mesmo, e eu só na cerveja, porque esse negócio de vinho... bom, vou dar um tempo.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Salsichas e kebaps

De volta da terra do wurst! Tem muita coisa boa pra contar. Mas ressalto apenas os highlights: o pergamonmuseum é realmente impressionante! Tanto pela beleza de tudo (não sei se pago mais pau para os pergamenhos ou para os babilônicos...) como pela comprovação do imperialismo cultural (no caso, bem material mesmo). Berlin oriental é muito interessante! Não consegui encontrar uma amiga, mas em compensação vi mein kleine schwester linda maravilhosa e experimentei muita cerveja boa!! Fica, aliás, o convite para uma cerveja! Aí conto minhas aventuras na terra saxã (será?) para quem quiser saber mais!
Tschüess!

terça-feira, outubro 10, 2006

Berlin über alles

Amigos artistas, amigos arquitetos, amigos músicos, amigos estudantes de arte, amigos baladeiros, amigos historiadores, amigos livrólogos, acadêmicos... vocês nao têm nocao do que é isso aqui...

quarta-feira, outubro 04, 2006

Fiat Lux

Às vezes aparecem umas notícias que me dão impressão de que alguém quer me enganar, ou então alguém é muito preguiçoso para explicar direito, ou então tudo é tão complicado que realmente não dá para explicar num simples artigo de jornal e a saída é dar uma de malandro.

*******

Deu outro dia que dois cientistas americanos ganharam o Nobel de física por uma pesquisa que ajuda a corroborar a teoria do big bang, o enigmático início do universo (surgiu de onde; expande de onde, para onde, em quê, afinal de contas?).
Eles usaram um satélite para avaliar a "radiação cósmica de fundo", que entendi ser o rastro ou o eco da grande explosão primordial, de maneira a confirmar a teoria da radiação de corpo escuro (?!), de forma a analisar a temperatura da fonte. No início tudo era muito quente; com o universo se expandindo, as temperaturas foram baixando. No fundo é simples.
O trabalho dos americanos, além de fornecer elementos que fortalecem tal teoria - já antiga - também mostraram que esta temperatura varia. Bônus para o páreo na eleição do prêmio.
Faz sentido? Claro, tirando alguns conceitos quase esotéricos, faz muito sentido. Incompreensível, mas plausível. Verossímil, digamos assim.
Só que mesmo uma matéria que tente explicar a pesquisa, nada mais pode ser do que um resumo muito tosco, um malabarismo semântico para fazer o leitor dizer "hum, claro, muito espertos esses físicos". Pronto, eles ganham 1 milhão de euros, vão conhecer a Escandinávia e terão prestígio garantido pro resto da vida.
Claro, deve haver uma comissão-Nobel que avalie de maneira muito mais eficiente o mérito da pesquisa. Não é qualquer um que ganha um Nobel (menos o da paz; esse sim já foi pra muita gente suspeita). Mas se é necessário alguma legitimação para a massa (que no fundo tem um interesse muito superficial pelas glórias da elite científica mundial), um argumento que diz que vai explicar-mas-não-explica, é o suficiente. É o que Kant fez no prefácio da Crítica da Razão Pura: uma maracutaia para dizer ao leitor qual sua tese, que no fundo só é provada ao longo da obra - se bem me lembro de algo que o Nobre disse. X é assim porque assim é X.
O que falar da manchete que me chamou atenção ao fato, ao informar que dois americanos ganharam o prêmio Nobel por ajudar a comprovar a teoria do big bang? "Muito bem, mas como?", se pergunta automaticamente a pessoa que vê a chamada da notícia. Medindo a temperatura do cosmos. Claro... simples...
Tudo me parece muito parecido com os mecanismos de funcionamento de qualquer cosmologia, do tipo "no princípio criou Deus o céu e a terra" e outras mais.

terça-feira, outubro 03, 2006

Diversas

Terminado o primeiro turno, algumas boas surpresas. Muita gente ruim não conseguiu a reeleição.
Mas também muita decepção, claro. Muita gente ruim, que foi denunciada só há um tempinho atrás, voltou das profundezas. Alguns candidatos from hell de um tempão atrás, também.
Se por um lado me parece que houve alguma melhora em alguns setores, o resultado geral ainda me faz ter irritação profunda com a política.
Alguns em especial me parecem piada de mal gosto. Não que eu não soubesse que competência e honestidade são moeda rara e quase nunca são parâmetros de eleição de fulano ou beltrano. Não é que eu fiquei exatamente surpreso. Mas fiquei com um gosto de arremedo de cidadania.
Três em especial, das inúmeras decepções: o "que rouba (muito), mas faz", o "que tem aquilo roxo" e o da língua presa do interior. Não dá.

*******

Bom, como nem tudo são espinhos... Final de semana vou para a capital saxã, e já tenho alguns planos na agenda. Primeiro ver Bloc Party e Coffin Daggers! Tudo de bom!! A primeira realmente pode ser algo de verdadeiramente novo no país da rainha. Já os zumbis do Coffin Daggers são uma das bandas mais divertidas que ouvi ultimamente! Nem imagino como deva ser o show deles... uma mistura de Man or Astroman? com Misfits.
Agora, sobre a parte cultural-artística não vou nem elencar...
E também vou encontrar duas grandes amigas!

*******

Finalmente assisti 24 hrs party people!! Muuuuito bom!!

*******

O show do Del-O-Max foi demais! Muito empolgado! Foi perfeito como tira-gosto (literalmente) para depois aguentar ir cumprir o dever civil de domingo. Agora falta ver os Oportunistas...

*******

Este é o duocentésimo post!! Claps!

sexta-feira, setembro 29, 2006

Estrela cadente

É, os candidatos do partido 13 me decepcionam cada vez mais. Agora até no debate.
E anuncio: voto no C. Não acho que a aura de "candidato da idéia fixa" seja verdadeira, ainda que pareça às vezes. Já não sei mais se me iludo de novo, mas ainda quero acreditar que alguém seja bem-intencionado e capaz.
Engraçado que esse reino da "política boa" parece ter se confundido com o passado e com o além. Seja a H H falando do pai, seja do A falando do Covas, ou o C falando do Darcy e do Brizola, parece que o exemplo de integridade remete ao reino dos que já foram dessa para melhor...

Mudando de assunto... e a Bruna Surfistinha com o Fernando "Hic" Vanucci?! O engraçado foi o cara tentar minimizar o vexame que correu o u-tube e tentar "falar a linguagem do jovem"... hehehe

terça-feira, setembro 26, 2006

Virtual world

O que mais recebo em minha caixa postal (a virtual, porque a de verdade só recebe conta) é spam. Basicamente relacionado a performance sexual (viagra, penis enlargement, tips on how to do well in bed...), ou então informando que meus dados cadastrais - seja lá quais forem - em algum lugar, devem ser updatados.
Mas são vários os tipos de mensagens. De vez em quando eu recebo propaganda de restaurante ou de alguma festa (tenho um amigo promoter que deve dar 365 festas por ano! Toda hora chega algum convite!).
Alguns colegas acadêmicos mandam também editais de concursos para algum cargo num lugar geralmente bem longe (esse tipo de mail está aumentando, como está aumentando também seu apelo para mim).
Recebo mails de alguns grupos de discussão - que já foram notificados que eu não desejo mais receber mensagens, mas que preferem me ignorar.
Algumas vezes recebo correntes ("passe em 1 dia para 10 pessoas que você será a pessoa mais feliz do mundo; não repasse e sofra as consequências de sua descrença, seu miserável quebrador de corrente", ou então "passe para 10 pessoas que você ama, se você não receber de volta você sabe quem são seus verdadeiros amigos"), mas essas já foram mais atuantes um tempo atrás. Ainda bem.
Alguns amigos mandam piadas e charges engraçadinhas. Outros, mais politizados, mandam "a verdade por trás do governo X ou Y"; "porque é preciso votar no fulano e não no beltrano ou no ciclano ladrões". Outros mandam a boa e velha pornografia básica - tenho até uma amiga que me mandava coisas realmente hardcore, o tipo de perversão que não excita mais e vira apenas uma curiosidade antropológica: "nossa, não sabia que isso era possível!", "existe isso mesmo?", "putz, tem que ser fotoshop!", "como isso entrou ali?", e coisas do tipo.
O orkut costumava avisar que alguém havia deixado um recado, mas há semanas que isso não acontece, não sei porque.
O site do xadrez online me avisa quando alguém fez uma jogada. Geralmente alguma que vai me fazer dizer "putz, como não vi que isso poderia acontecer?!"
A Amazon, uma das mais sacanas, sabe de alguma maneira que tipo de coisa me interessa e manda propaganda de livros afins. Buy these 2 books and receive a gift certificate! Extra! Extra! Read all about it!
E no meio disso tudo, ainda bem que aparecem umas mensagens realmente endereçadas a mim, ao sujeito eu e não minha conta virtual. Mensagens contando coisas do cotidiano, ou simplesmente perguntando como está tudo e quais são as novidades. E então eu fico feliz.

domingo, setembro 24, 2006

For a fistful of dollars

É, ser mainstream não é para qualquer um. É quando as pessoas começam a fazer sucesso que vemos do que realmente são feitas. São fagocitadas pela lama sem rosto da mesmice feita por todos (hahahaha), ou continuam falando algo de interessante. Ou talvez as pessoas simplesmente cansam. Ou melhor, me canso das pessoas. Sei lá.
Ou melhor, não. Acho que não é isso, não posso me permitir achar isso. Ainda acredito que eu me ligo com as pessoas que são interessantes. Decididamente há muitas pessoas que não me cansam. Mas algumas sim. Decididamente (me entiendes?)
Não sei se quem lê este blog fica reparando nas - poucas - alterações que coloco no side bar. Aqui do lado esquerdo, em que ponho links e em que, teoricamente, coloco algumas coisinhas de ler e ouvir que acho interessantes (só que tenho muita preguiça de fazer qualquer update) - recurso, aliás, copiado do blog do James.
Enfim, se alguém repara, saberá que havia links para o Kibe Loco e para o Lúcio Ribeiro. Mas quando as pessoas começam a ser uma paródia de si mesmos, ou se vendem quando fazem sucesso... O que aliás, é uma besteira, pois perdem o público que antes gostava do que faziam. Claro, ganham outros modelos de tietagem, mas enfim... há tempos que eu já comecei a achar ambos pedantes demais. Sabe quando o que deveria ser alternativo ou cool, vira o oposto? Às vezes é difícil perceber a mudança, até que ela já seja absurda... Sucesso sobe à cabeça? Pode ser...
E nem é que eu sou daqueles conservadores que não quer que nada mude (mas sim, achei que o Metallica foi pro brejo desde a morte do Cliff), ou que tudo dos anos 80 é maravilhoso (ainda que o ache) e "pobre coitado de você que não cresceu na década perdida e não sabe o que é um girocóptero ou quem foi Falcon" (ainda que um g i joe seja muito melhor que... bom sei lá que bonecos as crianças têm hoje em dia - ah, a ditadura da subcultura... it's ok to talk about trash culture, quanto mais, mais descolado). É só que quando você muda tudo sem, digamos, uma razão que não seja porque isso fazia sentido e sim porque você entrará no mainstream se o fizer... bom, aí a coisa não me agrada mesmo.
E não me entenda mal, não reclamo da moda por ser moda, do status quo por ser status quo (ainda que geralmente pareça isso), nem acho que tenho dor de cotovelo também. Gosto de muita coisa pop - no sentido mais agudo do termo. No fundo acho que é o seguinte: o que era bom e ficou ruim me irrita profundamente, pior se isso aconteceu para que "isso" ficasse mais palatável.
Em vez de promover esses "vendidos", deixo só o site do meu amigo Gazela. E de outros amigos, assim que tiverem sites. Pronto.
Só mais uma coisa: aproveito e dou meu polegar-para-cima-com-sorriso-de-Gato-Risonho-da-Alice na recomendação da banda do meu buddy André, Soul na Goela! Já sabia que eles eram muito bons, mas num show em que as pessoas realmente tenham lugar pra pular... demais! Aliás, muito bom ter festas boas na unicamp de novo! Na falta de uma, foram três! Me senti na época da graduação, encontrando tantos amigos na multidão, bêbados e chapados, alegres e entusiasmados! Quem estuda hoje na unicamp nem sabia que existiam festas maravilhosas no bosque (ou o que restou dele) da economia... isso sim é triste.

terça-feira, setembro 19, 2006

Você conhece a Célia Leão?

E essa agora, recebi um spam telefônico!! Já não há para onde fugir...
Estava fechando a porta de casa, meio atrasado para sair, ouço o telefone tocar. Corro para atender, vem a voz gravada "Você conhece a Célia Leão..." Sim, aquela pessoa tão simpática e locomotoramente desprivilegiada.
Vai pra puta que o pariu Célia Leão! Você não ia receber meu voto, mas agora faço propaganda contra!

*******

Parênteses: Alguém mais percebeu que o final de semana que passou foi estranhíssimo? Clima bizarro, aquele que qualquer coisa pode acontecer. Deu até medo...

domingo, setembro 10, 2006

Un peu de joie

Raimundo Madrazo - Retrato de Aline Masson (1910)


Eu gosto muito dessa arte burguesa, principalmente francesa, da belle époque. Tudo muito ingênuo, às vezes cruel (paralelos interessantes com algumas atualidades são inevitáveis), mas sempre confiante, uma quase soberba que ainda não conhecia uma guerra mundial.
Os desenhos das exposições universais, por exemplo, são magistrais. O art nouveau, o impressionismo, a nova arquitetura, o nascimento do design, um "realismo não real" da técnica que brincava com o olhar, mas que já conhecia o cinema e a fotografia - tudo isso criou algo realmente único, com técnicas novas, materiais novos; algo essencialmente e finalmente, moderno.
Mencionei os pôsteres das exposições universais. Mas as propagandas de produtos, os painéis, os cartazes de lojas, roupas e calendários, os selos, os estudos de fontes e logotipos, são o que de melhor existe em design e arts and crafts - até hoje, para mim. O próprio Klimt, Toulouse-Lautrec, Mucha, Beardsley, um Eliseu Visconti (esse conterrâneo dos Tambascia da Campana) no Brasil - todos fizeram algo inspirado, mas ao mesmo tempo mais livre, da pintura (o tal do decorativo) que me agrada muito.
Em fevereiro do presente deleitei-me, sem cansar, com Gaudí - esse sim genial. Em Madrid, em intenso tour artístico, vários Klimts, Toulouse-Lautrecs e cia. Esse quadro acima, Aline Masson, vi em uma exposição temporária no Prado. A tal exposição era em homenagem a Ramón de Errazu, um desses mecenas endinheirados que estão tão intimamente relacionados ao que consideramos um pintor bom ou de sucesso. Algumas pinturas de alguns artistas espanhóis e franceses protegidos, foram doadas havia 100 anos pelo tal Errazu ao Prado. Por isso o evento. Dentre as maravilhas expostas, destaco este quadro, de Raimundo Madrazo y Garreta.
Quem foi ao Prado sabe que aquilo é de enlouquecer. É tanta informação visual realmente magistral que chega uma hora que passamos o olhar por um Botticelli e pensamos "ah, um Botticelli" e passamos para o quadro ao lado.
Alguns quadros, entretanto, mereceram maior contemplação. Não sei exatamente porque, mas assim foi... um deles foi "As meninas" de Velasquez - esse quadro tão pós-moderno em uma época que esse tipo de meta-reflexividade não existia (e que mereceu dezenas de versões-estudo de Picasso, também visitadas por mim e Dani em Barcelona).
Outro foi "O jardim das delícias" de Bosch, esse quadro tão hermético e tão impressionante (um Dan Brown da vida teria muito material para fazer uma história de conspiração e de significados ocultos em torno do quadro).
Outro quadro, de um artista igualmente associado a um hermetismo clássico, Poussin, foi "Parnasus". Pra mim Poussin sempre foi um mistério delicioso. Adorei quando Lévi-Strauss se aventurou na crítica artística com Poussin; fiquei anos fascinado com a aventura templária que começou com aqueles historiadores ingleses que, acredito, viajaram um pouco com o "Et in Arcadio Ego"; e mesmo Panosfky escreveu um brilhante ensaio sobre as interpretações deste famoso quadro (e seus diversos primos). Não creio que "Parnasus" tenha tanta controvérsia latente como acontece com "Arcadia", mas mesmo assim é muito impressionante.
Enfim, poderia falar horas sobre o que vi. A sessão do Renascimento é absolutamente mágica. O porão de estátuas e bustos, assombroso. Mesmo o estranho e gigantesco cofre com dezenas de relicários é lindíssimo. Mas de tudo isso, foi desse artista relativamente desconhecido, Madrazo, retratista competentíssimo e que fez carreira nos círculos burgueses europeus, de família de pintores espanhóis respeitadíssimos, nascido em Roma em 1841, mas tornado artista em Paris, que mais me lembro.
Aline Masson, esposa de Madrazo, foi a modelo deste quadro. Fiquei absolutamente hipnotizado quando vi. Já estava há várias horas andando, estava cansado e com fome, os olhos ardiam de tanta pintura, e mesmo assim fiquei muito tempo só olhando para os detalhes da pintura: os olhos um pouco cerrados, a brancura da tez, a roupa luxuosa, o chapéu, as flores, a boca num sorriso perturbador, o ar blasé, a despreocupação com o mundo... mas principalmente o nariz - nada clássico, mas de uma quase-vulgaridade sensualíssima. Tudo dando impressão de uma fotografia borrada - tão realista, mas tão impressionista. Ou então de uma fotografia pintada, algo que outro artista / designer, Dave McKean, fez décadas depois, de maneira completamente diferente.

sábado, setembro 09, 2006

Uma lembrança que tive

Escrevi no post anterior sobre a irmã de um amigo meu. Lembrei dela por causa de um sonho (que já esqueci) e, depois de ter escrito o post, comecei a relembrar várias outras memórias sobre ela, que estavam empoeiradas em algum canto no cérebro, largadas às traças e aranhas por tantos anos que o lembrar é de fato esquisito.
Uma querida foi quando tive minha primeira audição de piano.
Esse amigo meu, eu e outro amigo nosso resolvemos, todos praticamente na mesma época, aprender piano. Encorajávamos uns aos outros, trocávamos partituras e íamos tocar na casa um do outro.
Tínhamos a mesma professora de piano também. Depois de alguns meses de aula, era tempo de apresentar alguma música publicamente e resolvi que iria tocar Für Elise - Beethoven, no além, deve amaldiçoar com todas as forças os donos de distribuidoras de gás.
Meu amigo inglês, que estava mais no meu nível, também participou da mesma audição. Ele tocou algum noturno de Chopin e eu fiquei com a música que agora é o terror dos cachorros da vizinhança. Nossa audição foi em uma igreja mórmon, no Guanabara, em uma noite um tanto quanto fria, se não me engano. Acho que ainda tenho umas fotos dessa noite em algum álbum perdido em algum lugar.
A apresentação foi razoável. Depois eu viria a tocar melhor (em uma apresentação no colégio, depois de executar a mesma música, ganhei um abraço apertado e um beijo da minha primeira paixão, uma suíça maravilhosa e amiguíssima, já mencionada num post anterior, sobre uma ida ao playcenter), tendo praticado à exaustão (até hoje eu sei de cor a maior parte). Mas o legal foi que a Natasha havia ido à apresentação também - as famílias deste meu amigo e a minha, claro, compareceram.
Minha apresentação foi depois da do meu amigo e meu natural e eterno pânico dessas ocasiões públicas foi abrandado quando ela veio até mim, depois de haver congratulado seu irmão, e me disse que estava torcendo por mim. Só não fiquei olhando para ela enquanto tocava por dois motivos. Primeiro que minha professora insistia que eu lesse a partitura, mesmo tendo decorado tudo. E depois que havia tantas luzes no palco montado que eu não conseguiria ver a platéia de qualquer jeito.
A melhor recompensa pelo esforço não foram os primeiros aplausos dirigidos a mim, mas um parabéns comovido dela, seguido por um beijo estalado na bochecha.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Um sonho que tive

Esses dias eu sonhei com a irmã de um antigo amigo meu. Acho que ex-amigo, já que fiquei anos sem falar com ele. Foi morar na Inglaterra e depois na Suíça, acho. Foi fazer cinema (agora tenho outra amiga que faz cinema na terra da rainha). O encontrei alguns anos atrás, em uma festa junina na unicamp, mas o encontro foi frio e decepcionante.
Não sei exatamente o que me fez lembrar de sua irmã agora. Fazia muito tempo que nem pensava nessa moça. Quer dizer... moça... ela era a irmã mais velha desse meu amigo, então...
Enfim, eu tinha uma verdadeira paixão por ela. Sempre que ia na casa deste amigo, inglês nascido em Hong Kong e descendente de russos, procurava roubar um olhar, um oi, um simples vislumbre com o canto do olho.
Ela não era cruel, como são as irmãs mais velhas nos filmes de John Hughes. Bom, claro que um certo "vocês não são da minha turma" existia. Mas havia um carinho e um respeito por meu status de menino tímido-mas-bacana-e-divertido (e não apenas o amigo pirralho do irmão pentelho, invisível para ela) que só fazia aumentar essa minha paixão.
E ela era linda. Tinha o nome maravilhoso - Natasha, igual à heroína de Tolstói que tanto admirava (ainda que não tivesse nada a ver com a personagem original, ou mesmo com a Hepburn, que a imortalizou).
Anos 80. Essa era a época do permanente, do hair spray e do colant. Ela fazia ballet e jazz dance, tinha o cabelo loiro-castanho sempre armado e desfiado, e pilotava, soberba, imponente e dona da rua, uma vespa preta (desnecessário dizer que vespas eram o sonho de consumo dos meninos da minha geração. Vespas e, para os não tão favorecidos, mobilete, claro).
O rosto era lindíssimo. Olhos castanhos, nariz pequeno, boca suave e algumas sardinhas em torno do nariz. Tinha os peitos mais maravilhosos que um menino de minha idade podia conceber - e que não via paralelo, obviamente, pela idade, nas colegas do sexo oposto da escola.
Ainda não era época do silicone (que parece estar passando, não?!) e um dia ela resolveu fazer uma cirurgia de redução - coisa que achei um sacrilégio, mas que me permitiu alimentar ainda mais adoração: no dia em que voltou do hospital, eu estava brincando de playmobil com esse meu amigo. Fomos para seu quarto dar as boas-vindas. Ela me deixou entrar e ficar no quarto! Eu nem acreditava, sorvia todos os detalhes, os pôsters do Motley Crue e os bichinhos de pelúcia, a caixinha de marlboro vermelho na escrivaninha e as roupas que havia vestido, em cima da cama. Conversamos e ela contava como havia sido a operação. Isso pra mim foi quase uma experiência sexual e lembro nitidamente ainda hoje (quanto, 20 anos depois?!).
Ela tinha vários namorados, claro. Todos seriam os quarterbacks da escola, se no Brasil jogássemos o outro tipo de futebol - eram os mais populares, os que já dirigiam, os que fumavam... eu, infelizmente, mal tinha uma bicicleta que prestasse. Ah, a inveja que sentia...
A vi, muitos anos depois e muitos anos atrás, no shopping, ainda linda. Já não tinha o excesso dos anos 80 nela. Nada das roupas pakalolo ou OP, nada da maquiagem carregada, casado de pele de carneiro aveludado e elástico de cabelo wagon num roxo opressor. Talvez estivesse casada, com filhos. Ela estava com essa cara, não sei. Tive uma vontade tremenda de chamá-la, mas não tive coragem. Acho que ela faz um bem enorme para mim em sua perfeição de Natasha da minha memória, nobre oprimida pelo exército napoleônico invasor, mas de espírito muito maior que o corpo.

terça-feira, agosto 29, 2006

Faço eu também

Volto a falar sobre o Sem Controle. Hoje os caras tiraram sarro do novo Saia Justa. É interessante ver o programa sob o prisma dos comentários dos dois... tudo fica muito esquisito. De fato fica parecendo que é um voyerismo tacanho o que garante o ibope. E qual é a grande neura com sexo, afinal? Tudo é sexo? Sempre tem que falar de sexo e elencar, quase em desafio ("e aí, falo mesmo, vai encarar?"), as partes mais íntimas de nossas anatomias? Será que ser escrachado tem algo a ver com uma tentativa exagerada de parecer descolado, ou então se mostrar imune ao controle de uma "sociedade machista"?
Bom, as vezes é a impressão que fica. Não desmereço o programa, de jeito nenhum. Acho tudo muito engraçado (com suas exceções). Mas o sucesso do mesmo me parece uma espécie de catarse transferida. Como, aliás, é o Sem Controle, se você for pensar bem.
Eu gosto muito do SC. É tosco, um Beavis and Butthead (já falei isso?) que apenas faz o que eu faço quando me reúno com amigos e ficamos trocando figurinhas sobre o lixo cultural televisivo - de Lost a American Idol (sempre em alguma mesa de bar).

quinta-feira, agosto 24, 2006

Auto não-religioso (não-auto) de um dia cansativo

Contexto:
Duas horas de sono. De manhã a preparação do texto para apresentar. À tarde uma reunião bizarra com antropólogos-totens que estavam na faculdade para avaliar o programa de pós - reunião em que me sentia em uma propaganda sobre as maravilhas do programa de pós feita pelas organizações tabajara.

O evento:
No frente do auditório, esperando para a hora da apresentação, Chris, André e Dani. Presentes mais três pessoas (Raimundo, João e anônimo). Chegam Nobre e Elide pela esquerda, vindos do corredor.
Nobre, o organizador do evento: Olá. Olá. Olá.
Chris, André e Dani, expositores e acompanhante, respectivamente: Olá professor!
Dani sai de cena.
Elide, a coordenadora da mesa: E vocês são...
Chris: Eu sou o Christiano.
Elide: Ah sim, seu trabalho é muito interessante. Vamos poder discutí-lo agora.
André: Eu sou o André.
Elide: Gostei muito do seu trabalho também.
Raimundo: Eu sou Raimundo.
Elide: Seu trabalho é muito bom. E João Francisco eu conheço, meu orientando. E você (se dirige ao anônimo)?
Anônimo: Eu só vou assistir.
Elide e André: Ah, então você que é a platéia?!

Moral da história:
A apresentação foi boa, a discussão interessante. A platéia consistiu, em determinado momento, do anônimo. Depois da Dani e anônimo. Depois, por alguns momentos, de uma anônima e da Dani. E por fim, apenas da Dani.

Desfecho:
Elide: Bom, acho que podemos encerrar agora (por volta das 10 da noite). Se a platéia tiver alguma pergunta...
Platéia (a.k.a. Dani): Não, obrigada.

terça-feira, agosto 22, 2006

Amostragem

Afinal de contas... qual é a margem de erro de pontos percentuais nessas pesquisas?!?!

*******

E eu que descobri agora que vou apresentar amanhã?! E, ao invés de preparar um texto, fico aqui blogueando e jogando poker online...

domingo, agosto 20, 2006

Fuzzfaces

Tem dessas bandas que você ouve falar bem, depois ouve de novo de outra pessoa, e de mais outra... aí você descobre que é meio consenso - que, contrariamente do que disse Nelson Rodrigues, nem sempre é burro - e parece que só você ainda não conhece.
Normalmente quando isso acontece eu não vou atrás mesmo. Fica registrado num quartinho escuro do cérebro para se um dia aparecer na minha frente, eu lembrar "ah, era essa banda que todo mundo falava". Mas ir atrás mesmo...
É meio essa coisa "do contra", ou de ter o prazer da descoberta. Se muita gente já conhece, perde o apeal. Tenho certeza que isso acontece com muita gente.
Enfim, nesse sábado, depois de acordar meio enjoado depois de um dia de descobertas cervejísticas britânicas (agradecimentos ao André e ao Chaplin), e uma noite de jogatina com mais cerveja e vinho, continuei minhas férias acidentais num churrasco bacana. Pensei que iria parar por aí, mas acabei indo, sem muita convicção, com vários amigos ao bdz ver, exatamente, aquela banda de que ouvia falar já há alguns anos.
E não é que não só era tudo o que me falaram, como mais?! As músicas, a apresentação, o geist... fiquei fã!! É dessas bandas que ao vivo é tudo!

quinta-feira, agosto 17, 2006

Hass



Olha meu vô Fernando com minha vó Pitina... na esquerda meu primo e à esquera estou eu. Detalhe histórico: vê as obras ao fundo? Advinha que pontilhão estava sendo construído?

segunda-feira, agosto 14, 2006

Música de agora e antes

Novas dicas musicais. Agora breves:

The Diableros. Banda hiper nova, de Toronto. O cd é You Can't Break The Strings in Our Olympic Hearts. Dá pra ouvir na home page deles. Som bem bacana, mas nada muito novo ou original...







Delmonas. Garage inglesa de meninas. Banda que, com os Milkshakes, faziam uma espécie de yin yang pós punk. Precursora das Headcoatees que, em conjunto com os Headcoates, operavam na mesma lógica de complementaridade de gênero. Afinidades, aliás, que passavam das jams musicais. São sons legais que Chaplin curte. Peguei aqui o Dangerous Charms, primeiro disco, com várias covers e adaptações interessantes de musiquinhas mais antigas. Parte do mundinho Billy Childish!

Slowdive. Também ingleses. Uma música mais mântrica (existe essa palavra?), mas bem gostoso de ouvir. Brit pop mais próximo de Lush e Blur (em alguns momentos). É aquele som de acender incenso e fazer yoga (ou sentar no sofá, acender um cigarro e beber um goró, it's up to you). A capinha aí do lado é de um cd duplo com músicas remasterizadas.

sábado, agosto 12, 2006

Brevíssimas

Fazia tempo que não pifava com bebida como aconteceu uns dias atrás... primeiro veio aquela empolgação meio suicida de beber mais e mais, "vai, uma tequila, um conhaque, um whiskey"... depois aquela filosofia bizarra de fala torta e um olho semi-fechado... depois me peguei lembrando do Grande Dragão Branco - "ok, USA!"... e depois foi só capotar no sofá!

E saiu que o Grass foi da SS. Só que tanta gente foi... se você tinha mais de 12 anos, no mínimo para o exército você era convocado. E como é incrível esse negócio de culpa da guerra... Os alemães que conheci que nasceram na época, não falam sobre isso. As gerações mais novas até falam, mas com uma vergonha que não creio que tenha equivalente entre os americanos com suas guerras, ou entre os brasileiros a respeito do Paraguay...
Só meu vô Ferdinand (Fernando na terra tupi), responsável pelos genes saxões da família, é que destoava. Segundo consta, ele ficava ouvindo a rádio Berlin escondido e vibrando com cada notícia de navio aliado que era afundado...

Por falar em Alemanha... Das ist Berlin, Berlin, die ewig junge Stadt. Das ist Berlin, Berlin, die meine Liebe hat!!
Im Oktober!

terça-feira, agosto 08, 2006

Desonestidade

O gnt tem uns programas bacanas. A bem da verdade é que o canal é bom. Só que fica nessa neura de comprar documentário-cabeça e acaba enchendo um pouco o saco. Os mais irritantes são sobre comportamento humano ou sobre as diferenças entre homens e mulheres. Sempre que eu vejo um desses fico com a impressão que as respostas para o mistério da vida e do universo já foram encontradas e não resta mais nada a fazer.
Ultimamente, o que mais gosto é o Sem Controle mesmo. Sempre achei a idéia de escrachar consigo mesmo a melhor tática de defesa que alguém poderia ter. A crítica perde força, sabe? Aí ter um programa que esculacha com os outros é interessante. É por isso que Beavis and Butthead duraram tanto. O Madureira é um ogro engraçado. E o Dapieve, que no fundo é bonzinho, mas se sente obrigado a chutar o balde, faz comentários inteligentíssimos.
O fato é que a maior parte da programação é pseudo-cabeça. Muitos dos apresentadores não são exceção. Vários só fazem tipinho mesmo. Meio que no raciocínio "tem nicho para tudo". Aí, o que parece honestidade transforma-se em discursinho que se quer polêmico, ou original, ou alternativo, descolado, ou seja lá o que mais. Claro que isso não é exclusividade do gnt. Está cheio de gente desse tipo nos outros canais (no sportv outro dia vi uma dessas figurinhas de vanguarda cair do cavalo nessa de "eu falo o que penso e sou polêmica sim"). Mas no gnt é um pessoal teoricamente universitário, que frequenta os points bacanudos, que acha que está conectado a um submundo cool porque decadente, que escreve um romancezinho besta com uns toques existencialistas, outros toques non sense, uma traminha frouxa e alguma coisa de auto-biográfico, e se apresenta de comentarista que se quer filósofo. Impressionante como todo mundo é autor!
Slurpt. Opa, está escorrendo um veneninho aqui...
Bem, hoje estava zapeando e peguei no gnt um trecho de um daqueles programas que neguinho fica sentado na poltrona, posicionado obliquoamente para a câmera e fica falando sobre beleza, saúde, abobrinhas. Chegou uma hora e fizeram uma pergunta ao carinha da vez. Não sei quem é, mas tem cara de ser daqueles quase famosos. Quem sabe um dj, ou ator b, ou então um desses empresários jovens. Um desses carinhas que só quem é do ramo ou colunista social manja quem é - aliás, imagina que saco que é ser colunista? Tem que saber qual é a cara de todo mundo minimamente midiático! Aí depois coloca legenda na coluna "Beltrano, o Ciclano de malhação, agitando na boate Y". Enfim, a pergura era: se você pudesse ficar invisível, o que faria?
Logo pensei "ih, vai pagar pau". O cara também pensou lá e disse "ah, várias coisas".
Eu, comigo mesmo "bom, quem sabe ele não dá umas respostas criativas, ou no mínimo sinceras?"
Ele: "acho que iria no colégio da minha filha ver como é o dia dela".
Vai pra p q p! Pensou "vou fazer média e dar uma de sensível ou paizão do ano".
Mas tava na cara que o que ele realmente pensava era "iria ver aquela gostosa pelada". Ou então "iria roubar um banco".

terça-feira, agosto 01, 2006

Rex mundis

Eu gostei muito do primeiro Harry Potter. Na época a febre ainda não era tão horrenda. Ainda era livro de criança. Tanto que peguei emprestado da minha priminha, que na época morava em casa. Ela falou tanto do bendito que resolvi ler.
Mesmo antes de existir qualquer notícia sobre algum filme sobre o menino bruxo, já achava que era um personagem que beirava o plágio - não apenas visualmente. Uma mistura do que o Terry Pratchett e o Neil Gaiman já haviam criado, cada um à sua maneira, anos antes. Harry Potter é igualzinho ao Timothy Hunter! Se na Inglaterra for como nos EUA, eles ganhariam um processo contra a Rowling.
Enfim, de qualquer maneira eu gostei do livro. Achei que a Rowling fez bem a descrição de um mundo todo paralelo. Gostei da interação entre os personagens e fiquei até contente de ver uma trama interessante e ao mesmo tempo inocente.
Aí li o segundo e o terceiro. Já achei que a história ficou besta. Quase um soap opera de tanta linguiça. Era óbvio que o sucesso do primeiro levou a autora a diluir suas idéias e levar a trama em banho maria - o que, aliás, só iria piorar com a publicação dos outros livros e com o lançamento dos filmes. Depois veio o quarto, o quinto e o sexto. Mais por "agora quero saber como termina" do que qualquer outra coisa.
A bem da verdade é que, como outras coisas que me irritam profundamente (salários que não condizem com o que é feito, como acontece com jogadores de basquete americano, futebol...), uma historiazinha divertida perdeu todo o parâmetro no mercado literário. Não é exatamente sobre isso que quero falar, mas me deixa estarrecido o fato de autores medíocres tirarem espaço de pessoas com idéias muito melhores e técnica mais refinada. Sim, estou falando da senhora Potter, de Paulos Coelhos da vida. Não que isso seja exclusivo da literatura. Mas se há alguma coisa em que teoricamente alguém deveria sobressair pelo talento, é com a escrita.
No fundo tudo é oportunidade. Como exemplificam os urubus que vêm na traseira de um best-seller. Depois de Código da Vinci, vieram dezenas (sim, dezenas) de "decifrando o", "a verdade por trás do", "quebrando o", "invejando o"...
Mas comecei a divagar. Faço isso com facilidade. O fato é que comecei a escrever este post depois de ter visto uma notícia sobre o próximo e último livro do Harry Potter. A notícia dizia que John Irving e Stephen King pediram para que Rowling não matasse o protagonista de seus livros.
Foi aí que me dei conta do quanto as pessoas estão reféns da mulher mais rica da Inglaterra! Mesmo os outros escritores blockbusters. Sim, ela pode ferir milhões de coraçõeszinhos por aí se resolver que Harry Potter vai desta para melhor. A princípio o pedido parece muito besta. Besta seria também falar sobre ele. Algo como um sinal de como as questões públicas carecem de relevância, ou então sinal de como as pessoas estão cada vez mais dependentes de coisas supérfuas. Não há nada melhor para falar?
Mas há muito tempo cheguei à conclusão que a literatura não pode ser subestimada. Não acho que vale tudo. Ou melhor, acho que o vale tudo deve ser tomado com consciência. Depois não vai matar cantores cabeludos por aí e começarem a procurar relação com Salinger! E nem estou defendendo a sobrevivência do bruxinho! Só acho espantoso o quanto isso ficou importante.
E o que é mais intrigante (ou assustador): acho que a mulher não está nem aí. Para ela deve ser sinal que o sucesso absoluto foi alcançado e agora que ela pode mesmo fazer o que der na telha. Até pode dizer que vai matar o Potter porque se recusa a comprometer a história tal como ela deve ser e como foi imaginada (e a história pediria que ele fosse morto, como o personagem do último livro. Com o que, aliás, não concordo. Acho que ela matou o outro simplesmente porque queria seguir uma fórmula batida de "o mentor deve morrer para que o discípulo percorra seu próprio caminho". A bem da verdade é que não fez sentido nenhum ele ter morrido. Talvez ela tenha escrito nas coxas por causa de prazos. Ou talvez ela não seja realmente tão boa assim, não é?). Mas acho que ele morrerá (se morrer) simplesmente porque ela pode. Porque ela não precisa mais fazer isso. Não quer mais fazer isso.
Claro que eu poderia criticar o Lula, ou o Bush. A estes foram delegados poderes muito mais perigosos do que a influência de uma escritora medíocre (guardadas as devidas proporções). Mas, enfim, quem sabe se eles também pedirem, aí seria o sinal final de que o mundo está totalmente errado?

segunda-feira, julho 31, 2006

A idade vai chegando...

Perdi o show do Matanza (e do Chaplin, claro). O frio repentino e a chuva ajudaram. O fato de eu ter dormido na minha mãe e não ter levado roupas de frio, também. O fato de ser no BDZ, que deve ter ficado pequeno demais para a ocasião, contribuiu. Mas o que pegou mesmo foi a tal da "experiência"...
Ontem foi aniversário de um amigo. Fomos para o bar lá pelas 8. O bar fechou lá pela 1. Empolgadíssimos e imbuídos daquela revolta clássica de quem mora nesta cidade "Campinas é um saco. Fecha tudo muito cedo. Em SP estaríamos saindo agora", bláblá (aquelas bravatas de bêbados), fomos ao reduto dos empolgados e ainda não suficientemente travados de Barão.
Aí sim, alguns maços de cigarro depois e muita cerveja na bexiga, capotei até ser acordado mais de 2 da tarde para o almoço, com dor no joelho (?!) e aquela sensação de ter comido um guarda-chuva (juro que nessas horas a metáfora faz sentido).
Resumo da ópera: dia imprestável.
Moral da história: a balzaquianice parece ter me esbofeteado e se apresentado definitivamente "estou aqui bestão".
Pelo menos assisti Piratas do Caribe de noitinha...

sexta-feira, julho 28, 2006

Ma vie en gris

Tenho tantas possíveis novidades... só não conto para não dar azar...

*******

Outro dia me peguei lembrando de uma das primeiras escolinhas que frequentei (na verdade a primeira de todas tem uma história engraçada... nesta primeira conheci uma menina, lá pelos 2 anos, que depois virou minha amiga, numa viagem para a Disney, quase duas décadas depois). Casinha de Chocolate era o nome.
Lá eu aprendi a tocar triângulo, aprendi escravos de jó, aprendi a famigerada flauta doce, tinha aulas de desenho, e comecei a fazer judô.
Viria a fazer vários anos de judô depois disso. Tenho vários parentes judocas (e nem são nipônicos), e até poderia ter ido pra frente no negócio, se eu não sofresse de um problema crônico de multiplicidade de interesses (fico obcecado com algo por um tempo e depois vou pra outra). Foi assim com piano, violão, natação (com essa eu até fui bastante pra frente - só larguei depois que comecei a treinar às 6 da manhã na piscina gelada da Fonte), ginástica artística... Quando comecei a gostar de basquete, me recusei a fazer aulas junto com meu primo e uns amigos... queria continuar gostando!
Enfim, de volta ao judô da Casinha de Chocolate. Lembro de poucas coisas dessa época, mas o que eu chego a lembrar é bem nítido. Lembro do professor ensinando exercícios posturais ("vocês não querem ser corcundas quando crescerem, querem?"), lembro de todo o ritual para entrar no tatame. Lembro de um menino faixa laranja, Rodrigo B., que reencontrei muitos anos depois no Anglo. Milionário, loiro e bonitinho, filho do dono de uma grife aí que você deve conhecer. Mas era gente boa, tentava ajudar os meninos de faixas inferiores e dava umas dicas bacanas.
Havia apenas outro menino faixa laranja (quando entrei ambos eram amarela). Patrick S., filho de americanos. Seu nome, em tese, deve ser pronunciado em proparoxítona, mas foi por nós abrasileirado em paroxítona. Patrick era grande, era mau. Não tinha dó dos outros meninos. Era ruivo, tinha uma risada meio cruel e um comportamento condizente. Era um tanto quanto sádico realmente. Eu, claro, sofria nas mãos dele. Mas não mais do que outros garotos. Aliás, até era um dos que menos apanhava.
O que é engraçado - e isso eu sei apenas hoje - é que a dinâmica era muito filme americano de adolescente dos anos 80! Verdade! Tinha o valentão, sua nêmesis do bem (mas um pouco indiferente), e toda a massa cinzenta entremezzo. Bom, não havia garotas. Elas faziam balet e só interagiam com os meninos nas aulas de música. Mas todo o resto é como uma mistura de Gatinhas e Gatões com De volta para o futuro e Garotos Perdidos! Poderia até dizer que eu era o Anthony Michael Hall, mas meu papel era mais secundário... talvez eu pudesse ser o John Cusack... ou então um dos Corey (o Feldman, provavelmente). O que, aliás, é muuuito mais legal.

sexta-feira, julho 21, 2006

When music goes to the movies

Estava lembrando hoje de aparições de bandas em filmes. Mas como bandas mesmo, sem ser filme sobre a história da banda, ou os músicos aparecendo como atores.
Meu preferido: Blow up, aquele filme maravilhoso, que me deixou apaixonado pela Redgrave. A cena com os Yardbirds é o máximo!
Um foda também foi Tão longe, tão perto. Lou Reed em Berlin...

(break - tem uma horda de marmanjos cantando na rua (1 da manhã) Total eclipse of the heart com toda a capacidade pulmunar coletiva que possuem)

Em Singles, diversos músicos da cena musical mais famosa de Seatle aparecem. Logo no começo, o Soundgarden está tocando. Acho que foi o primeiro filme do Paul Giamati - ele faz uma ponta.
Em Ace Ventura, ao ir para um bar fazer sua investigação, Jim Carrey passa por um show do Cannibal Corpse (essa referência é from hell!! Eu lembro que achei o máximo quando vi! Estava numa fase muito gore...)
Em The Crow, My Life With the Thrill Kill Kult aparece na casa de shows gótica. Aliás, a trilha do filme é foda também.
Em De volta às aulas, o Oingo Boingo toca na festa do Melon pai. Dead man's party. Filme visto e revisto incontáveis vezes.
Em Airheads, O White Zombie toca em um bar, onde está a namorada do Brendan Fraser.

Essas são as que lembro agora. Com certeza há mais. O que não faz o tédio...

quinta-feira, julho 20, 2006

Ultra-sônica

Antes que me esqueça... é só comigo, ou está a haver uma avalanche de spams sobre viagra? Que operam meio no esquema mensagem-subliminar (do tipo escrever no título do post uma palavra que contenha as letras V-I-A-G-R-A em maísculas no meio de outras letras, de modo que, quando você bate o olho, já sabe do que se trata, mas não pode ler a palavra propriamente)?

A mídia moderna

E não é que o cara do clip conseguiu?! Quer dizer, era claro que ia conseguir, mas não sabia que seria tão rápido... Só que essa é daquele tipo de idéia que só rola uma vez. Se outro tentar, vira Napoleão sobrinho... farsa.

*******

E esse SPFW?! Nada me interessa menos, juro. Mas quando vejo uma manchete do tipo "SPFW coloca a África na moda", é despertado em mim um sentimento de irritação profunda. Não, não sou hipócrita de dizer que faço algo pelos desesperados do mundo. Sou daqueles que se sentem satisfeitos de separar lixo orgânico do reciclável, sem saber onde catzo vai cada um. Sou daqueles que votam no menos ruim e não pesquisam vida de candidato (de boas intenções... você sabe o resto, não é?!). Odeio desperdiçar comida, mas não faço alguma coisa concreta pela Unicef. Minha solidariedade é a esmola para o menino no sinal e levar os agasalhos velhos no pão de açúcar. Acho o Che um cara batuta, aprecio o que ele alcançou e produziu nas pessoas, mas não consigo deixar de achar que a morte dele foi estúpida, que quase ninguém realmente o levou a sério (a revolução no Congo, aperitivo do que viria na Bolívia, se não fosse trágica e real, seria roteiro de comédia absurda. Aliás, o falecido Kabila pai, que para muitos simbolizou a liberdade do mobutismo, era um dos revolucionários mais patetas na época do Che). Reclamo que o clima do mundo está indo para o saco, mas não deixo de andar de carro para distâncias maiores do que alguns quarteirões.
Só que acho que nada disso me tira o direito de me irritar profundamente quando boutiques megamilionárias e estilistas insuportáveis enchem o c$ de dinheiro com moda inspirada em "motivos africanos tradicionais" (leia-se: roupas coloridas com toques tribais. E atente: isso se usa na África inteira...). Como já aconteceu com o próprio Che, que virou camiseta vendida na fórum por 100 reais. Como aconteceu com o punk. Como aconteceu com os hippies. E com tantas outras coisas mais. Há algo que possa não se tornar produto?
Possivelmente não. Mas não é tanto esse o caso. O problema é que esse pessoal que tem sua "tradição" usurpada, não recebe nada com isso. O que é a biopirataria senão gringo pesquisar alguma coisa que um pajé, ou sua avó, usava como remédio, patentear e então fazer um remédio que rende alguns bilhões de dólares?
Aí dão sorte os que têm cacife para tentar responder na mesma moeda. Como os maori, que detêm os direitos de reprodução de todos os motivos artísticos identificados com o que seria uma cultura maori.
Só acho que algumas coisas passam do limite da ingenuidade e da cegueira quanto às mazelas do mundo, e chegam às raias da crueldade e da filha-da-putagem. São nessas horas que eu torço para existir justiça divina, ou reencarnação como verme, barata...
O chavão de que o mundo está cada vez mais próximo tem que ser matizado. Acho que as distâncias estão maiores do que nunca. E o acesso rápido a tais distâncias apenas torna tudo muito chocante. Entre botox e plásticas mal-feitas, entre bronzeamentos assustadores, sorrisos ultra-brancos e roupinhas hiper-valorizadas, acho que as mentalidades e as prioridades (e o senso estético) das pessoas são cada vez menos compreensíveis e mensuráveis umas para as outras.

*******

E ainda no mundo fashion... o que é aquele novo reality show da gnt?! Aquele que uns imbecis competem para virar lacaio de uma modelo asquerosa (rachei de dar risada com o Sem Controle dessa semana)!
Quando é que a fórmula reality show e variantes vai se esgotar?! Fico imaginando os coitados dos carinhas responsáveis (serão os malfadados estagiários?) pela criação de novos programas... "e agora, que vamos fazer?"; "ah, vamos fazer um reality show"; "mais um?"; "sim, mas agora sobre alguma coisa diferente... e nem precisamos mudar o layout".
Vejamos, a fórmula big brother já passou pelo mundo da moda (tanto para modelo, como para vestidor de modelo, bem como para projetista do que modelo veste), pela música (american idol e variantes), pelo boxe (Stallone, como ele mesmo, consegue ser pior do que como ator), mundo dos negócios (Trump-peruca-horrível, Stewart-cozinheira-mafiosa, Justus-sorriso-arrepiante), pelo ramo dos arranjos românticos (vai, o tio Sílvio já fazia isso com muita propriedade há várias décadas) do tipo bachelor e bachelorette, do conto de fadas (do zé ruela que todas pensam que é milionário), pela dança (vi esse outro dia... um dos piores)... até para estagiário de mtv teve programa!
Que mais falta?
Dou aqui minhas dicas (e, atenção, são copyleft: se alguém quiser usar alguma idéia, fique sossegado que não vou cobrar direito nenhum) para o próximo reality show:

- Reality show de jogador de futebol. Tudo bem, não sei como funcionaria para escolher o melhor jogador. Mas você não quer saber o que jogador de futebol faz de verdade? Não é possível que sejam todos iguais! Como eles vivem, como eles falam, na realidade, na privacidade do lar? Acho que aqueles discursos bestas e manjados de final de partida são todos combinados. Simplesmente para desviar a atenção.

- Reality show de cientista social, historiador e filósofo - esse é manjado e a idéia não é minha, mas tenho minhas suspeitas sobre a aceitação popular. Acho que interessaria só para os do ramo. Mas já pensou que legal, antropólogo brigando com sociólogo sobre método, os dois tirando sarro do cientista político, todo mundo ignorando o historiador e, sozinho num canto lendo, o filósofo cartesiano?

- Reality show para escolher político. Eu acho que os candidatos deveriam ir todos para uma casa fechada por alguns meses antes da eleição. Fazer prova para garantir a comida da semana, ir para o confessionário escolher o voto, ter os conchavos filmados... O horário político seria ocupado pelos melhores momentos. Quem quiser ver tudo na íntegra teria a opção pay-per-view. Acho que a baixaria seria muito pior do que big brother europeu.

- Reality show para escolher um novo mestre SM. Homens e mulheres competem com corda, cera, clamp, plug e chicote para ver quem se mostra um(a) melhor master/mistress. Convenhamos, a audiência ia ser altíssima. E hoje em dia dá para fazer um pacote mais light até mesmo para horários nobres de tv aberta. E, além disso, o canal é fazer programa voltado para nichos específicos de audiência.

- Reality show de médico. Uh, esse não é para os que preferem não saber como são formadas as pessoas que cuidam da nossa saúde. Mas talvez tantos anos de e.r. e sitcoms genéricos tenham saturado o mercado.

E por aí vai. O esquema é fácil. Veja uma profissão e explore o que ela tem de mais caricato. Uma dica: para fazer sucesso com esta fórmula, que já está meio manjada, o melhor é escolher as profissões mais estranhas, ou as que você menos lembra. Reality show de operador de tele-marketing (esse é trash), de funcionário de agência de financiamento (u-hú!), de escritor de romance (hahahaha) e, por quê não (já que algumas coisas sempre funcionam), de lutadoras de ringue com gel?

terça-feira, julho 18, 2006

Rapidíssima

Fiquei sabendo hoje pelo blog do Lúcio Ribeiro que vai ter Gang of Four em setembro! Já vou começar a juntar dinheiro! Quem quer ir comigo?! Aproveito e convido também para o Tim festival com a tia Patti Smith!!
Sempre ouvi aquela de que só vem banda velha pro Brasil... por mim está ótimo!

domingo, julho 16, 2006

The east side of music

Dicas psycho beat off-road...

Turskish Delights - Ultrarities from beyond the Sea of Marmara. Estranhezas da ótima escola turca de psicodelias dos anos 60. Da gravadora holandesa Grey Past Records.









Steam Kodok - 17 à Go Go Ultrarities From The 60's Singapore And South-East Asia Underground. Também da Grey Past. As melhores músicas são as não cantadas em inglês! Coloque na vitrola e leia Graham Greene!









A Grey Past possuiu outros discos muito interessantes de psycho beat de bandas holandesas, mas ficam aqui apenas os turcos e o pessoal do sudeste asiático...

sábado, julho 15, 2006

Our spot in life

Sure thing!

*******

And I send myself a mail with some turkish links concerning hacking! Or didn't I?! Scary either way: if I don't remember, or if some turkish hacker send me a mail pretending he was me...

sexta-feira, julho 14, 2006

Antigo novo rock

Já que ultimamente ando empolgado em procurar umas coisas diferentes em música, bem como falar um pouco sobre elas (achei tantas bandas excelentes nesses dias - entre as bizarrices, por exemplo, peguei psychobeat vietnamita, turco, trance russo e psicodelismo italiano e japonês - que escolhi falar apenas de algumas delas), falarei um pouquinho sobre duas espécies de movimentos musicais. Aproveito que o dia é do rock e falarei sobre Krautrock e o C86.

Bom, o Krautrock, a despeito da denominação depreciativa que acabou englobando vários tipos de sons sob o rótulo de "chucrute" ou "coisa de alemão", é na verdade algo muito interessante. Basicamente foi uma cena avant-garde originada em Köln no final dos anos 60 e começo dos 70. O primeiro grande festival de rock na Alemanha aconteceu em Essen, em 1968, com várias bandas que passaram a ser conhecidas como Krautrock. O que havia em comum era um experimentalismo e a tentativa de criar algo novo e verdadeiramente indie - palavrinha que perdeu um pouco o sentido original. Você com certeza conhece Kraftwerk. Mas para mim, Can foi a banda que melhor brincou com as fronteiras do eletrônico e do rock. Os discos do final de 60 e começo de 70 são incríveis. Algo que definitivamente influenciou Neubeuten e outras bandas industriais dos 80 e 90 - não apenas na Europa. Mas, ao contrário de seus conterrâneos berlinenses, Can juntou o eletrônico a um jazz groovy e mesmo, se não estou enganado, com um pouco de bossa nova. Os melhores discos são com o cantor japonês Damo Suzuki, que dá a dose de bizarrice à banda.
Mas não é possível deixar de citar Faust (mais barulhenta e esquisitíssima), Neu! (criada de uma dissidência do Kraftwerk) e Zarathustra (mais progressiva), todas excelentes e experimentais de diferentes maneiras. Talvez um pouco difíceis de digerir, mas extremamente competentes.

Já C86 é do outro lado do canal da Mancha, tendo seu nome originado de uma fita cassete distribuída pela New Musical Express em... bem, em 1986. Em pleno thatcherismo, o que deve ter contribuído, segundo os especialistas, na postura política socialista partilhada pelas bandas do C86.
De similaridade com o Krautrock, provavelmente apenas a postura "seja você também um músico". Essa liberdade de que falo - ainda que as bandas do C86 tenham feito pouco experimentalismo - veio do punk antecessor.
Algumas bandas fizeram sucesso posteriormente, como Soup Dragons, Wolfhounds e Primal Scream, enquanto outras caíram no esquecimento. Mas a fita dupla que marcou o início do movimento, é realmente muito boa - e acho difícil encontrar "doçura" no som das bandas.

quinta-feira, julho 13, 2006

Graus de separação e a volta musical

Post alterado...

Hoje encontrei uma amiga queridíssima, que há muito não via! Vai cerveja, vem cerveja...

Ainda hoje, estava eu fuçando um blog sobre trilhas psycho beat de anos 60, encontrei vários links para discos de filmes B. Entre as trilhas que baixei, Barbarella. Encontrei várias informações interessantes sobre Vampyros Lesbos e também umas biografias muito interessantes sobre Soledad Miranda. Entre seus filmes mais famosos, de Jesus Franco, estava a versão Drácula. Com Christopher Lee (o malfadado conde) e Klaus Kinski (como Renfield). Daí comecei a fuçar na biografia do alemão-polaco... o que me levou, inevitavelmente ao Herzog e suas bizarrices... Você sabia que Ian Curtis se matou depois de ver Stroszek? E que Still tem várias referências às galinhas dançarinas? Pois é... o que me levou de volta à Joy Division...

Saindo um pouco da esquina anglo-saxã... fica a dica para o Siberie M'etait Contéee do Manu Chao.

quarta-feira, julho 12, 2006

Music from just around the corner

Depois DO dia triste, deixo ao menos uma nova safra de dicas musicais:

Say hi to your Mom. Essa banda é um exemplo eficaz de como começar você mesmo sua banda. O primeiro disco foi feito no pc do fundador, Eric Elbogen - nova iorquino que fundou seu próprio selo para promover Say hi. Ferocious Mopes, o próximo disco, o da capinha bacana aí do lado, já é mais profissional. Aliás, muito pró! Em alguns momentos parece muito com Radiohead. Em outros com Tarmac. Bem light e gostoso de ouvir. Quase dançante.




Mates of State. Na onda de um casal musical, como os valões do Vive la Fête (espetaculares), ou os mais manjados White, encontrei essa interessante banda de San Francisco. Essa é mais para o gosto da Dani, que gosta de Sigur Rós e Belle and Sebastian. Bem bonzinhos. Bring it Back é o disco que sugiro.





The Dears. Se dizem influenciados por Serge Gainsbourg (putz, o Gábor me contou uma história maravilhosa do Gainsbourg esse final de semana, quando o cara já estava no bico do corvo, com cirrose). São de Montreal, mas têm algo das bandas universitárias americanas. A raiz cabaret francês fica bem sutil. Esse aí do lado é o Gang of losers.






Algo mais conhecidinho, Arctic Monkeys. Pós-punk inglês muito empolgante. Ritmo acelerado até meio skazado. Só acho muito parecido demais com White Stripes. Dica: o disco Whatever people say I am, that's what I'm not.






A trilha sonora do Vampyros Lesbos, o filme esquisitão do começo de 70. A trilha foi composta por uns alemães bacanas que fizeram um jazz bem groovy meio psicodélico com uns metais muito bons. O que me faz lembrar: a trilha do maravilhoso Barbarella (aquele com a Jane Fonda lindíssima)! Mas aqui fica a não menos bonita Soledad Miranda, que em muitos sentidos lembra Sharon Tate.











Mylo. Mais um self-made que começou no computador de casa. É dance com mistura de vários estilos de eletrônico, muito groovy também, com uns efeitos de música anos 70, talvez influenciado pelo Barry White. O disco sugerido é o primeiro mesmo - Destroy Rock & Roll.







You say party! We say die! Essa foi uns dos achados que eu mais gostei! Quase punk, mas bem elaborado, como Sonic Youth, mas muito diferente. O piano dá um toque especial junto com os efeitos de sintetizador e as guitarras meio sujas. Da Colúmbia Britânica. Hit the floor! é o disco-exclamação escolhido!







E por último - ufa! - Figurines. A única banda dinamarquesa não black metal que conheço, é muito boa. Mistura o indie americano do final dos 80 e começo dos 90 com um quê de surf em algumas músicas e uma guitarrinha acústica em outras. Falou-se de influência de Pavement. Evidente. Skeleton, o segundo álbum da banda, é o da capinha aí do lado. Aliás, otimas capas, não?

Depois conto mais sobre as bandas just around the corner...

terça-feira, julho 11, 2006

Crazy Diamond

Ligeiras

A Dani upgradou a internet aqui de casa (desisti de roubar a internet do vizinho, agora aqui é muuuuito mais rápido!) Agora baixo discos inteiros, simultaneamente, em 2, 3 minutos!! Só não sei quando vou ter tempo de ouvir tanta música...

*******

Meus sonhos estão cada vez mais assustadores! Ontem sonhei com Jesus. E hoje, ah, esse eu nem conto...

*******

Falando em música, ouço agora The Sonics, que é muito mais do que um Little Richards branco como dizem aí. E descobri o ótimo Phychedelic Lollipop do The Blues Magoos! Rock anos 60 da melhor qualidade, já com boa dose de estranhezas interessantes. The Creation (debut do Ron Wood) e os The Small Faces e The Faces (esta já com Wood, antes dos Stones e depois do Jeff Beck e The Creation) também são boas dicas. Coloquei uns links aí do lado para blogs que dão boas sugestões sonoras. Mas eu tenho muitos mais, depois eu ponho.

*******

E me divirto pacas com My Space e U Tube!

*******

Agora tenho uma bicicleta amarela e vou estudar ingrêis!