sexta-feira, abril 28, 2006

Angelices

Que vontade eu tenho de jogar uma pedra naqueles radares móveis...

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Ultimamente tenho assistido a todos esses programas tipo mesa redonda (não que algum tenha uma mesa, que seja ainda por cima redonda) sobre futebol. Aquilo é maravilhoso! Tantas lições de gênero e sobre a ciência...

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Tenho um novo filho que, bem a propósito nestes tempos de liberalismo sexual um tanto cínico e oportunista, tem nome de personagem feminino de Garcia Marquez, Aurelia.

terça-feira, abril 18, 2006

Genial

Quando disseram que a internet já estava esgotada em termos de oportunidade...
Eis que aparece alguém com bastante criatividade e muita cara de pau!

sexta-feira, abril 14, 2006

"Shall I compare thee to a summer's day?"

Como nem só de reclamações vive um homem, conto hoje meu maravilhoso dia de ontem!
Na verdade ele começou lá pelo meio dia, quando finalmente levantei. Como no dia anterior demos um bolo na Má e no Ratto, os convidamos para um cinema, já que queríamos assistir V de Vingança ou A Era do Gelo II e aproveitaríamos para comer no shopping também. Acabamos indo sozinhos, já que eles não podiam naquele horário logo depois do almoço.
Várias pessoas não curtiram o filme, mas eu gostei. Gostei muito, para dizer a verdade. O agente Smith deu um V perfeito! O legal é que rolaram várias discussões em torno da história, durante todo o dia, o que também é um bom sinal, não?! Para bem ou para mal, instigou. Mas outra hora falo do que gostei no filme...
Depois disso - e essa foi uma das partes mais legais do dia - fui cumprir meu ritual de visitar a FNAC e dar uma namorada nos livros. Um do Bastidão, Las religions africaines au Brésil, edição de capa dura aveludada, da PUF (a.k.a. Presses Universitaires de France), me encantava desde as primeiras vezes que fui à loja, anos atrás. Fazia parte do ritual pessoal sempre tirá-lo da estante (na verdade do chão que reservaram à antropologia e sociologia), passar o código de barras no leitor, me assustar com o preço e devolvê-lo ao seu devido lugar.
Na verdade é um hábito que adquiri quando antes só existia a Saraiva dessas mega livrarias. É que, como o lance nesses lugares é totalmente impessoal, de vez em quando apareciam umas promoções malucas. Não há um responsável que saiba o real valor das coisas nessas lojas (para bem ou para mal), então eu sempre ficava checando, pois algum dia o preço ficava ridículo e eu comprava algo muito legal.
Além disso tudo, deve haver todo um processo de corte com o livro (alguns anos antes, com CDs também). Vou lá, namoro AQUELE livro, volto outro dia, xaveco de novo... Isso porque não era um Las religions, era AQUELE mesmo, único e tornado íntimo, que estava encalhado numa estante por anos a fio sem que cumprisse seu desígnio de fazer parte de uma biblioteca de alguém real, ser adotado.
Uma vez, alguns meses atrás, o sensor do código de barras informou-me que havia um bom desconto: de 200 e tantos reais por cento e tantos. Outra vez chegou a ser noventa. Depois voltou a subir. Quando esteve em noventa, até pensei em comprar, mas não tive coragem de gastar tanto em um livro.
Pois bem, ontem, cumprindo meu ritual, vejo lá: "de 259 reais por 19,90"! Chequei de novo, para ter certeza que não havia nenhum erro, agarrei o bendito, pus debaixo dos braços e fui contente comprá-lo, com aquela sensação de ter feito o negócio do século!
Depois ainda fizemos outras comprinhas e fui tomar um machiatto no Café do Ponto! Aí fomos encontrar a Má e o Ratto e acabamos indo tomar umas cervejinhas. Eram só algumas, mas a saideira multiplicou-se em uma dúzia, conversa vem, conversa vai e acabamos fechamos o bar, discutindo sobre maçonaria (essa vou contar depois para minha orientadora!).
Voltei para casa realmente animado e contente, com disposição para tudo! Era tanta que acabei sonhando que passava um sermão no Lula, que por alguma razão estava no CPD, reclamando que estava há já dois anos sem bolsa e sem qualquer perspectiva de conseguir alguma!

quarta-feira, abril 12, 2006

Turn on, tune in, drop out

Experimentações alquímicas de ervas fumadas presenteadas.
Experimentações etílicas de malte e cevada.
Descobertas oníricas de bizarrices euro-nipônicas na rede.
Recordações e buscas sonoras dos primórdios e evolução eletrônicos do velho continente. Swastika eyes you got...

Com uma daquelas table mate da polishop já posso fazer minha viagem pessoal!

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Quando acontecem essas diferenças insignificantes de votação, é para se parar para pensar no processo político contemporâneo. Espanha, EUA, Itália têm um bipartidarismo demoníaco. Pensamos em algo como: metade da população ferra tudo. Sempre é por um triz que o mal é vencido ou vence. Mas na verdade é algo mais como: se ficar o bicho come, se correr...
Fazemos "ufa" e comemoramos os benditos italianos offshore (vou agilizar essa cidadania! Faz a diferença, afinal!).
Claro, é de se comemorar o fim da dinastia Berlusconi. Mas é o final mesmo? Mesmo com minoria (que é insignificante), metade menos meia dúzia ainda votam na direita.
O Maluf não ganha mais para governador, muito menos para presidente. Mas quem duvida que ele não será o recordista de votos para federal? Mais ainda do que o Enéas, que ganhou porque parecia amalucado (ah, sim, a desesperança... a mesma que faz com que cacarecos e macacos tiões sejam eleitos - mas não empossados, diga-se de passagem). No Maluf se vota sabendo o que esperar.
O problema é achar que Bushs não sendo eleitos tudo será uma maravilha. Ter saudade do Clinton? PelamordeDeus.
Multipartidarismo viciado.
E aí, o que é pior?!

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Ando meio alterado ultimamente... mas será apenas impressão minha ou as pessoas perderam a noção do absurdo? Essa descendente do Barão Vermelho, por exemplo, além de psicopata é louca?! Ou todo mundo ficou tão hollywoodiano que era plausível ela sair por cima com uma performance pior que a da criança mais manhosa? Camisetinha de Minie, carinha de coitada... pobrezinha, não ganha um pouco da grana dos pais que mandou matar? Pelo menos podia aprimorar um pouco a técnica. Sei lá, colocar uma musiquinha do Elton John ao fundo, descascar uma cebola antes, usar a técnica de arrancar pelinho enquanto dá a entrevista...
Entre isso e hip-hoppers na "daspu" - a original mesmo (que não entrariam lá em CNTP... e sim, é fácil limpar a imagem de elite alienada dando uns trocos - não no semáforo, claro)... O significado de hipocrisia tem de ser re-pensado.
Um pouco menos escandaloso, faça o favor.

segunda-feira, abril 10, 2006

Retiro

É, as coisas estão ficando corridas ultimamente. Não que isso se reflita em produção de alguma coisa. Não, cada vez mais as tarefas ficam mais acumuladas. É quase desesperador chegar o final do dia e eu não saber direito o que fiz. Quando finalmente percebo que começou um novo dia, ele já está na metade!
Por essas e por outras, é que tentarei racionar um pouco o tempo de internet. Navegar é um ato de achatamento temporal.
Será que algum físico maluco consegue explicar? Ou será que já existe síndrome nova no CID 10? Porque, sério, isso tem todas as características do que os jalecos consideram patologia.

quinta-feira, abril 06, 2006

Naked anthropology

Pois é, assisti o sitcom do antropólogo. O cara é um doutor por Oxford que vai lecionar na universidade de Montreal, sobre antropologia sexual e (não) utilizando seus dados etnográficos sobre o assunto em sua própria vida pessoal.
Mas sei lá, não tenho certeza do que achei. Por um lado, "putz, finalmente alguém pode ter alguma idéia do que faz um antropólogo além de aparecer no Faustão falar besteira". Por outro, "putz, que idéia vão ter do que faz um antropólogo?!"
Antes de mais nada... a antropologia é só o pano de fundo para mais uma série sobre encontros e desencontros amorosos, ou há algo mais por trás? Tipo, a antropologia pode saber tudo sobre sexo em teoria, mas na hora H... o cara é um banana com as mulheres. Claro, é um duro golpe na altivez e na soberba antropológicas, mas ao mesmo tempo será que não é exatamente isso?
Engraçado que hoje mesmo, à tarde, no msn, conversava com uma amiga antropóloga (quero ver o que ela vai achar disso quando ler...), que está naquela tenebrosa fase de mandar um texto para qualificação. Comentei sobre uma matéria que a Dani está fazendo e que parece ser muito boa, assim como a professora - se não me engano a única do departamento com quem nunca tive aula. Já a ouvi falar e sei que ela é foda, mas nunca fui seu aluno.
Bom, o fato é que, conversa vai, conversa vem, falávamos de sua pesquisa. Para não dar com a língua entre os dentes e entregar sua identidade, digamos apenas que é algo pesado. E ficamos falando sobre a esquisitice de imaginá-la fazendo campo com este tema. Sim, pode ser preconceito puro. Por que nossos professores não podem "take a walk on the wild side" como qualquer um de nós alunos "descolados"?! Idade não é igual a caretice, com certeza.
Mas que é estranho é.
E na verdade minhas inquietações vêm de antes. Estranhava o fato de sempre sermos ensinados que a teoria antropológica pode ser aplicada virtualmente a tudo, até à ela mesma, mas inexistirem dissertações sobre certos temas. Ou se surgem parecem sempre beirar o simples jornalismo ou de mostrarem uma ignorância flagrante sobre aspectos importantíssimos sobre tal assunto. Talvez isso esteja mudando, devo salientar. Já sei de pesquisas bem interessantes sobre subculturas de deixar o cabelo em pé os mais pervertidos. Raios, homossexualidade e todo seu universo, turismo sexual e prostituição já ocupam a agenda de pesquisa de várias pessoas. O problema é que sempre tem algo mais sujo e mais inacreditável em algum porão (conectado, evidentemente à internet), como os genitapófagos alemães, por exemplo.
Enfim, me parece engraçado o fato de que esta realidade analisada e interpretada (e de certa maneira, imortalizada e sacralizada) nas monografias, parecer estar quase totalmente dissociada e descolada de um certo cotidiano laico das pessoas que vivem tal realidade. Ao ponto de vermos nossa bibliografia, tão venerada, fazer tanta besteira nas quebradas dessa vida.