sexta-feira, janeiro 26, 2007

Snow



Bonitinho, né?! Mas faz uma sujeira...

quinta-feira, janeiro 25, 2007

And through foggy london town the sun was shining everywhere

Pra vc ver como é a necessidade. Eu acho que fiz mais coisa essa semana do que em um mês no Brasil! Já abri conta, já tenho celular, já passeei bastante, já comprei coisas legais e... já tenho meu canto! Ufa, não foi fácil, mas também não demorou tanto. Consegui meu cantinho (põe diminutivo nisso) em um lugar excelente! Do lado da famosa rua, do disco homônimo dos Beatles! Muito legal, perto do centro e perto de Camden Town, que é O lugar! Muita gente já havia me falado, muita gente adora. E não é por menos. É muito massa, tem mercados que vendem de tudo, pessoas de todos os tipos. Cores, cheiros e sons maravilhosos, todos misturados. Imigrantes, ingleses comuns, punks, góticos, gente vestido de látex e roupa de oncinha, ninguém é muito estranho lá... onde tem as boates legais, as casas noturnas, o berço do rock realmente! As bandas que tocam aqui no barzinho são as que no Brasil são convidadas pra tocar nesses festivais de celular!

A vida aqui é engraçada. Tem muita coisa legal pra fazer, mas é um ritmo que eu não sei se aguento mais de 1 ano. É tudo muito cheio, tudo muito caro, tudo muito frio e úmido (nevou ontem, o que só fez caca), tudo muito capitalista (não é frescura, é verdade!), tudo muito corrido. Andar de tube (caríssimo, uma viagem, sem a carteirinha, seria o equivalente a 17 reais!) é stress. É mais fácil que ônibus, mas dependendo do horário é um inferno. Toca a ter problema na linha, desce todo mundo, entra em outro trem, troca de estação... isso tudo completamente lotado, sem ter como andar direito. Dentro do metrô? Uma lata de sardinha. E vc se sente gado. Toda hora alguém no alto-falante, de 5 em 5 minutos: "stand clear from the closing doors", "mind the gap", "let the passengers leave first", "please keep moving", "don`t leave your luggage unatended, it will be destroyed" (sim o stress pós-atentado é grande)... prefiro andar. A cidade é linda e eu faço exercício (acho que quando começar a primavera vai ser mais fácil).

Ontem eu fiquei rindo sozinho, espremido contra a porta do metrô. É que essa ladainha ficou tão automática e sem emoção que fica até absurdo. Quer dizer, os condutores ficam nervosos quando as pessoas ficam tentando entrar onde não tem espaço físico para tanto e ficam com metade do corpo pra fora. Depois de uns 4 "mind the closing doors", vem um "MIND THE BLOODY DOORS!". Mas ontem foi engraçado... tinha tanta confusão que o anúncio foi o seguinte: "please avoid being killed by the train".

Ok, falou meu rapaz.

sábado, janeiro 20, 2007

LDN

Well mates, I`m in town! London town!
Sim, depois de muitos preparativos (e bota muitos nisso), finalmente desembarquei na terra do fog! E, olhem só, mesmo com notícias de temporais, ventania e neblina braba, meu primeiro dia foi de sol e céu azul sem nuvens!!
Já existem coisas a relatar. Como a viagem, por Tap, horrorosa! Com um boçal gigantesco dormindo ao lado, roncando e babando do meu lado (me deram uma poltrona do meio, naquela fileira do meio)! Não dava pra sair, porque o cara dormiu 5 minutos depois da decolagem e não acordava mais (acordou pra comer e depois pra ficar reclamando. E uma hora que começou a gritar e se torcer com um pesadelo)! E, atrás de mim, separado por uma fina parede, os banheiros dando descarga a cada 5 minutos! E essa poltrona não vai muito pra trás. E o rádio e a tv da minha poltrona quebraram no meio do caminho! Nem luzinha funcionava pra poder ler... Bloody hell!
Isso porque atrasou tanto que quase perdi minha conexão pra LDN! Aliás, a despeito de todo o rigor pra deixar neguinho entrar, todos os policiais são muito educados! É uma grande vantagem do povo britânico.
E a anja Milinha me buscou no aeroporto! Me comprou 1 oyster card, me emprestou dinheiro, me levou até a casa da Si e ainda demos uma passeada em West End, pra trocar umas libras! E minha anfitriã também não fica atrás em bondade! Fico até constrangido de tanta coisa boa e tanta hospitalidade!
Já havia sido advertido que de organização britânica propriamente dita, aqui não tem muito. É verdade. Na segunda viagem de tube, já vem a voz no alto-falante "all the stations connecting Bakerloo line are closed, due to vandalism"... e toca a lotar todos os metrôs.
Tudo bem, vai saber o que aconteceu. Mas que essa cidade é estranha, todos falam.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Memorabilia 1 - Atualização

Pois é, história verídica agora. Ontem saí pra andar de bicicleta com meu irmão. Na volta, não tendo encontrado uns amigos com quem havia combinado de ver, estava quase na esquina de casa e começo a ser ultrapassado por um carro. Não era GM, era um Renault Clio. Mas era prata. E quem estava dirigindo? Sim, o pai do meu amigo leitor de mentes (o pai, não o amigo)!
Agora, quais as chances disso? Não vejo o cara há mais de 10 anos. Um dia antes não sei porque escrevo um post sobre suas qualidades extra-sensoriais. E voilà, o cara me aparece dirigindo! Estranho...

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Memorabilia 1 - pequenas neuras

Tive um amigo cujo pai era um barato. Ele (o pai) era de família inglesa, mas morou por muito tempo na Rússia, como também em Hong Kong, trabalhando com exportação. Antes de se fixar com a família em Campinas City.
Era cultíssimo. Falava não sei quantas línguas, entendia de música clássica como nunca vi, e conversava com você sobre qualquer coisa. Por muitos anos eu frequentei o banco de trás do seu carro (sem qualquer conotação sexual aqui), indo e vindo dos colégios de que eu e o filho dele éramos alunos. Fizemos rodízio com várias crianças (e depois adolescentes) na época de escola, mas nós mesmos fomos colegas de rodízio por anos a fio.
No banco de trás, com a mochila no colo, remela nos olhos e o mau-humor dos que acordam cedo e não suportam (sim, mesmo naquela época), eu não achava o pai do meu colega tão legal. Em outras ocasiões, era um barato. O cara que nos levava em festas e depois buscava. Nos levava para o PlayCenter e nos deixava fazer o que nos desse na telha. Foi pra casa dele que eu fui, quando bati o carro em um dia que meus pais haviam saído. Conversava e ensinava muita coisa. E tinha um Monza Classic - que na década de 80 não era carro de pedreiro, mas sonho de consumo de nós garotos.
Mas no caminho da escola eu ficava com receio dele. Porque tinha certeza que ele sabia ler mentes nessas ocasiões. Impressionante como era algo que, mesmo que conscientemente eu soubesse ser uma besteira, não conseguia evitar acreditar no efeito.
Eu tentava bloquear meus pensamentos. Depois pensava "ih, que tonto. Ele não lê mentes". Depois testava: "Se o senhor estiver lendo minha mente, dê uma olhada no retrovisor". Só por precaução. Pronto, estava ferrado. Não importava o que ele fizesse, minha teoria da leitura cerebral era comprovada. Se ele por acaso olhasse, presto! E se ele não olhasse, ficava pensando que isso não significava nada, já que ele provavelmente gostaria de guardar o segredo de seu dom excêntrico.
E sempre que ele não falava e ficava calado - o que era o caso nas viagens de carro - ele adquiria um olhar escrutinador, penetrante, que poderia facilmente ser reconhecido como sintoma de alguém que está te avaliando (o que talvez estivesse de fato fazendo).
Não sei se ele ainda vive. De vez em quando eu o via dirigindo seu monza prata pelo bairro. Depois vi que trocou o carro por um kadett, também prata - a decadência da classe média estava em rumo; mas ele ainda fiel à General Motors. Fazem muitos anos que eu não o vejo. Como quando eu era criança ele já era bem mais velho (devia ter quase 70 então), e eu nunca mais tive contato com aquele meu amigo, não sei o que foi feito dele (novamente, o pai).
Talvez ele esteja lendo este post, de alguma maneira.