sexta-feira, julho 28, 2006

Ma vie en gris

Tenho tantas possíveis novidades... só não conto para não dar azar...

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Outro dia me peguei lembrando de uma das primeiras escolinhas que frequentei (na verdade a primeira de todas tem uma história engraçada... nesta primeira conheci uma menina, lá pelos 2 anos, que depois virou minha amiga, numa viagem para a Disney, quase duas décadas depois). Casinha de Chocolate era o nome.
Lá eu aprendi a tocar triângulo, aprendi escravos de jó, aprendi a famigerada flauta doce, tinha aulas de desenho, e comecei a fazer judô.
Viria a fazer vários anos de judô depois disso. Tenho vários parentes judocas (e nem são nipônicos), e até poderia ter ido pra frente no negócio, se eu não sofresse de um problema crônico de multiplicidade de interesses (fico obcecado com algo por um tempo e depois vou pra outra). Foi assim com piano, violão, natação (com essa eu até fui bastante pra frente - só larguei depois que comecei a treinar às 6 da manhã na piscina gelada da Fonte), ginástica artística... Quando comecei a gostar de basquete, me recusei a fazer aulas junto com meu primo e uns amigos... queria continuar gostando!
Enfim, de volta ao judô da Casinha de Chocolate. Lembro de poucas coisas dessa época, mas o que eu chego a lembrar é bem nítido. Lembro do professor ensinando exercícios posturais ("vocês não querem ser corcundas quando crescerem, querem?"), lembro de todo o ritual para entrar no tatame. Lembro de um menino faixa laranja, Rodrigo B., que reencontrei muitos anos depois no Anglo. Milionário, loiro e bonitinho, filho do dono de uma grife aí que você deve conhecer. Mas era gente boa, tentava ajudar os meninos de faixas inferiores e dava umas dicas bacanas.
Havia apenas outro menino faixa laranja (quando entrei ambos eram amarela). Patrick S., filho de americanos. Seu nome, em tese, deve ser pronunciado em proparoxítona, mas foi por nós abrasileirado em paroxítona. Patrick era grande, era mau. Não tinha dó dos outros meninos. Era ruivo, tinha uma risada meio cruel e um comportamento condizente. Era um tanto quanto sádico realmente. Eu, claro, sofria nas mãos dele. Mas não mais do que outros garotos. Aliás, até era um dos que menos apanhava.
O que é engraçado - e isso eu sei apenas hoje - é que a dinâmica era muito filme americano de adolescente dos anos 80! Verdade! Tinha o valentão, sua nêmesis do bem (mas um pouco indiferente), e toda a massa cinzenta entremezzo. Bom, não havia garotas. Elas faziam balet e só interagiam com os meninos nas aulas de música. Mas todo o resto é como uma mistura de Gatinhas e Gatões com De volta para o futuro e Garotos Perdidos! Poderia até dizer que eu era o Anthony Michael Hall, mas meu papel era mais secundário... talvez eu pudesse ser o John Cusack... ou então um dos Corey (o Feldman, provavelmente). O que, aliás, é muuuito mais legal.

7 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o "problema crônico de multiplicidade de interesses". Também fui (auto)diagnosticada. Beijos, Cris

cris disse...

nossa! pára tudo! hahahahahhahaha!!! o mundo é uma micro kitnet. Casinha de Chocolate? Flauta Doce? E aquela cantina com docinhos naturais? e o recreio? da flauta doce só sobrou pra mim o negrinho do pastoreiro.
a professora nos ensinava como tomar ar, como respirar durante a execução da música e falava: precisa respirar gente, vcs nao querem ficar sem ar durante a apresentação, né...???!!! eeehehehhehe!!! eu A-DO-RA-VA aquele lugar!
que coisa mais divertida.
hhahahahhaha....

cris disse...

ah! e olha a outra cris aí!

cris disse...

ah II!
ai, contar novidades dá azar?? ai, que medo. contei uma muito importante até pra pessoas q nao mereciam ouvir. ai, ai, ai...fiquei com medo. tomara q o universo esteja conspirando a meu favor dessa vez.
hehehehe...

cris disse...

eu frequentei a casinha de chocolate - e tinha cor de chocolate mesmooo! - por volta de 83, 84, 85...vai ver a gente foi colega de classe na aula de flauta doce.
hehehe...! agora o conservatorio fica numa rua chic do cambuí, e uma aula de teoria de música e outra pratica de flauta por semana custam quase 300 reais por mês....

Chris disse...

Meu Deus, pagam 300 mangos para aprender flauta doce? Bom, tem masoquista para tudo!
Olha só, um post com 3 Cris!!

cris disse...

entao menino, pagam.....!
agora tem o conservatorio, no cambuí, e a casinha, que ainda é chocolate, lá na mesma rua do centro, cheio de jovens com roupa colorida e empolgados com as artes! uma coisda bonita de se ver.
hehehehe....
:)