quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Dicas gastronomicas

Não lembro se já contei, mas se contei, vai de novo. Aqui no meu cantinho tem um microondas, uma geladeirinha, uma pequena cozinha conjugada e um forninho, que tem duas bocas (daquelas de chapa elétrica) em cima. Não dá para fazer nenhum manjar, mas me viro com umas comidinhas básicas.
Depois de comer só sopa e comida pronta todos os dias em que fiquei doente, resolvi fazer uma comida decente, pra variar. Fui no supermercado, comprei brócolis, tomatinhos cereja, batatas, um molho de pimenta e dois grandes filés de bacalhau fresco - que aqui custa o mesmo que qualquer outro peixe, realmente é fresco e é mais barato que no Brasil.
O princípio eu aprendi com a Simone, um dia que comemos bacalhau na casa dela, mas eu fui basicamente inventando enquanto fazia.
Primeiro fiz um arroz, já que o bacalhau, mesmo fresco, é um pouco forte. Então o arroz serve de suporte para o prato como também para contrabalancear o sabor. A batata, é bom assar um pouco primeiro também, já que demora mais.
Depois esquentei bastante azeite extra-virgem (lembram que eu disse que azeite é barato aqui? Uso pra cozinhar mesmo) e coloquei os filés e alho picadinho para fritar. Dourar, na verdade - usei fogo médio no começo e depois fui abaixando a temperatura. Temperei com sal, pimenta do reino e pimenta caribenha (ah, os temperos daqui...). Quando começa a ficar douradinho, vira o peixe. Não faz mal se despedaça, é pra acontecer isso mesmo.
Quando estiver mais despedaçado, acrescento o brócolis meio picado, a batata (e o que mais você achar bom, só tomando cuidado para calcular o que demora mais para cozinhar, para colocar antes). Mexe tudo, e tempera com salsinha - ou orégano, se não tiver salsinha. Deixa em fogo baixo cozinhando.
Quando achar que está ficando bom, coloca os tomatinhos cereja por uns minutinhos, apenas o suficiente para eles ficarem molinhos e quentes, mas não estourarem.
Sirva por cima do arroz, acerte o sal, se quiser coloque queijo ralado por cima, mais uns filetinhos de azeite, e pronto!
Ficou delicioso!
Como no Brasil bacalhau fresco não é algo fácil de se achar, nem barato de se comprar, acho que um peixe branco tipo pescada pode ser um substituto razoável.
Um bom vinho, baratinho aqui, para acompanhar, não faz mal nenhum também...

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Greenwich

Bem mais recuperado, ontem fui para Greenwich! De barco, saindo de Westminster, num passeio lindíssimo pelo Tâmisa, passando ao lado do London Eye, do Shakespeare's Globe, da Torre de Londres... talvez não seja um passeio tão charmoso quanto navegar num Bateau Mouche no Sena, mas muito bonito mesmo assim.
Greenwich, a Cacá já havia dito, é muito gracinha. Os museus, as lojas, o parque, o observatório... Lá passa o tal do meridiano primeiro (nada como reinvidicar algo antes dos outros). Mas o legal mesmo é a vista de lá, o verde sem fim, o ar puro, os esquilinhos... um filme da Disney, praticamente!

Aí fica uma fotinho com pezinhos de Chris, Pati e Mila na tal linha...

domingo, fevereiro 25, 2007

Latest news

Passei os últimos dias praticamente sucumbido dentro de casa, suando, espirrando e tossindo. Vou te contar, ficar doente num país estranho, em que nessas horas a estranheza cultural fica mais aguçada e crítica... não é fácil. Isso porque foi apenas uma gripe (ok, braba, mas só gripe), e também porque não estou completamente sozinho. Qualquer coisa eu tenho duas amigas para ligar, sem contar que a Pati está aqui me visitando! Mas mesmo assim, é complicado. E não ter tv nessas horas... it sucks!

Bom, mas tenho notícias muito boas também. Primeiro, claro, a visita da Pati! Só queria ter estado melhor para passear com ela. Saímos apenas um dia (vimos as manifestações contra a guerra na frente da Downing Street... é estranho ver ao vivo as coisas que antes só se via no noticiário). Os outros ela se virou sozinha e hoje saiu com a Mila. Mas fiquei vários dias pensando onde levá-la, o que fazer...
Outra novidade muito boa: traduzi meu projeto, mandei ao Kuper e ele gostou! Ligou para a MD, que disse que queria falar comigo, me passou o telefone e depois liguei para ela! MD ao telefone!! Demais, não?! Me fez várias perguntas sobre os livros dela e tal, espero que eu consiga mostrar que pelo menos alguma coisinha eu sei, e que meu projeto é válido...
Quinta-feira me encontro com ela! Quer dizer, se eu melhorar até lá... não quero matar a coitada com meus vírus...
Engraçado, deveria estar super aflito e tal. Bom, estou um pouco, mas também super tranquilo, não sei se por efeito da doença, mas, enfim...

Cris, quinta-feira a teoria dos 6 graus será aplicada!! Acho que nem vou precisar mais do que 2, 3 graus pra chegar em qualquer um!!!

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

¡Viva Mexico, cabron!

Brujerismo, Zapatismo!
O show foi muito foda! Acho que desde o Junta Tribo (o primeiro ainda por cima), que eu não tinha disposição pra ficar esmagado na frente do palco! E durante todo o show! Tá certo, agora parece que eu corri uma maratona, minhas pernas estão bambas e meu ouvido está zumbindo sem parar. Mas valeu a pena!
Os caras tocaram quase tudo o que eu queria! Fiquei na frente do Juan Brujo! Cumprimentei o cara, cantei no microfone... e, pela primeira vez desde quando eu era adolescente, dei mosh!

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Trafalgar


Comemorações do Ano Novo chinês, perto do Nelson. O National Gallery ao fundo.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Chris's Day Off

Hoje tirei o dia de folga. Não que eu esteja trabalhando tremendamente, como vocês podem perceber. Mas realmente fiquei várias horas sentado nesses últimos dias, tentando apressar uma tradução. Mas acabei indo de manhã encontrar um amigo do meu pai, que estava por aqui, para ele levar algumas coisinhas pro Brasil. Voltei, com ele, ao National Gallery, perto de onde estava, ver uma exposição de um artista americano, bem como mais um pouco do Da Vinci. Depois saí com a Camila, fomos à torre de Londres e passear no centro.
Na Virgin (sim, de novo!), acabei comprando mais uns filminhos, baratinhos. Comprei Transformers (lindo! Com o Orson Welles como Unicron, Leonard Nimoy como Galvatron e Judd Nelson como Rot Rod!), comprei Once Upon a Time in the West (aproveitando a Leonemania que me atacou ultimamente), The Spy that came from the Cold (com o Richard Burton) e Ferris Bueller`s Day Off - ou, como muitos conhecem, Curtindo a Vida Adoidado (essas traduções...)!
Eu ainda estou para dimensionar o quanto o meu caráter e minha formação como gente se deveram ao John Hughes (quem sabe em terapia um dia descubro), e o Dia de Folga de Ferris certamente foi um dos filmes que mais me marcou (como Gatinhas e Gatões, O Clube dos 5, Mulher Nota 1000 ou Garota de Rosa Choque - ok, este ele só escreveu)!
O filme é muito bonito, na verdade. Positivo, pra cima. Isso de fato deve ser um fator para que mesmo hoje eu ainda goste dele (como também pela nostalgia, como gostar de ouvir música anos 80 agora). Mas, assistindo de novo, percebi que há algo a mais. Ferris Bueller`s Day Off na verdade é sobre algumas facetas da condição humana e não apenas um filme de adolescente.
Explico. Ferris não é apenas um mimadinho, preguiçoso e egoísta que pode fazer o que quiser - ainda que ele seja essas coisas também - mas ele é uma idéia antes de tudo. Ou ainda, um anseio. Nossos sonhos, Cameron que somos, reprimidos que somos. Só que o filme também não tem nada de anarquista, ou ainda algo de "jogue tudo pro alto e vá vender côco na praia". Trata-se de um Day Off, literalmente. Ferris pode ser um espírito livre, mas acompanhamos apenas este dia. Este dia é especial, não é ordinário.
Ok, talvez ele não tenha planejado tudo apenas para seu amigo Cameron se sentir melhor, como ele diz que faz (faz também porque pode, porque quer se afirmar a figura que ele acredita ser); mas mesmo assim ele contagia os outros com sua liberdade (que só é possível no trio - ele, a namorada e o amigo; e, acreditem, quantas vezes eu não me senti como o amigo, em que as migalhas de afeto são como rios de alento), em uma ocasião de fato especial (afinal, ele quase é pego várias vezes).
No semestre que vem, sabemos, eles vão trabalhar, ele irá para uma faculdade, seu amigo para outra, sua namorada continuará no colégio - e ninguém tem a mínima idéia do que fazer! Quão assustador é isso, se pararmos para pensar! Cameron, Ferris profecia, é tão reprimido que se continuar assim vai se casar com a primeira garota que se deitar com ele; e então será infeliz, será tratado como merda, porque "ela terá dado o que ele construiu em sua mente como o final de tudo, a totalidade da existência humana" e "você não respeita alguém que beija sua bunda" (palavras de Ferris). Quão assustador, repito, não é isso? E quão verdadeiro? Uma matada de aula, nesse contexto, não é tão besta quanto poderia parecer. Passar algum tempo com seus companheiros...
Quantas pessoas você conhece, que faziam parte da sua vida, foram para outra cidade, outro emprego, outro país, outra vida? De repente, a vida aconteceu. É isso.
E de fato somos bastante Camerons, "self-pitying bipeds", com vidas com responsabilidades, compromissos - chatos a maioria das vezes. Mas o quanto é bom lembrar aquele dia especial... Eu me considero uma pessoa impulsiva, faço muita coisa de sopetão. Mas para cada impusividade, quantos dias de labuta, de economia...
Agora que estou em um novo contexto, algumas coisas ficam mais claras. Estou fazendo mil coisas, todos os dias praticamente. Coisas que aqui são até corriqueiras, mas que ainda me entusiasmam, tudo é novidade. Coisas que no Brasil seriam muito extraordinárias (por isso fico contando no blog). Não que minha vida na terrinha seja ordinária, ou chata. Quero muito voltar, logo. Mas ao mesmo tempo estou aproveitando o máximo que posso. Este não será meu cotidiano depois de um ano, é isso que quero dizer. Mas é algo que, segundo a Camila, muita gente não faz aqui, ou demora muito para começar a fazer.
Mas o filme foi algo de diferente mesmo. Único, que influenciou muita gente, que faz parte da infância, adolescência de muita gente. Aquela musiquinha, quando o diretor aparece... adorava aquela música, só com uns efeitos de voz... O filme também foi um marco na vida dos atores, com certeza. Matthew Broderick será sempre Ferris.
O DVD tem extras muito bons também. Uma entrevista do professor que faz a chamada e vê que Ferris não está na escola (Bueller?... Bueller?... Bueller?), em especial, gostei muito. O ator, Ben Stein, foi colunista do NYT, do WSJ, era o cara que escrevia discursos para o Gerald Ford e pro Nixon, escreveu trocentos livros. Mas ele diz que o dia mais feliz da vida dele, foi o dia em que fez aquela cena famosa. Que valeu a ele piadinhas pelo resto da vida, mas que apenas lembram a ele que, humano, gostou de fazer os outros rirem, gostou de ser imortalizado por algo bom. Sua lápide será, diz ele: "He liked dogs, and... Bueller... Bueller...").
Duas anedotas: Parece que ao encontrar o Bush, a primeira coisa que este fez foi colocar o braço em seu ombro e dizer "Bueller... Bueller", depois de ter assistido o filme no Air Force 1.
Outra vez encontrou uns americanos em um hotel em Dublin, num elevador.
Stein, percebendo o sotaque: "vocês obviamente são americanos, o que vocês fazem?"
Os americanos, se apresentando: "Eu sou o Kurt Cobain; eu sou Kris Novoselic; eu sou Dave Grohl".
Stein, reconhecendo os nomes: "Ah, legal! Vocês fazem bastante sucesso, não?"
Cobain: "Bueller... Bueller".

Save Ferris

domingo, fevereiro 18, 2007

Sin Nian Kuai Le

Hoje é o ano novo chinês. Tiveram vários tipos de festividades por aqui, já que Londres tem muito chinês (tem de tudo, mas chinês realmente tem bastante). Bom, aqui na verdade tem Chinatown também, com as lâmpadas redondas e vermelhas típicas, os telhadinhos côncavos, as comidas na rua, as coisas escritas em Mandarim...
Eu fui ver o que acontecia em Trafalgar Square, achando, no meu Orientalismo tacanho, que iria ver aqueles dragões compridos e coloridos, subindo e descendo, levados por pessoas embaixo dos panos; iria ver foguetes, fogos, luzes, guloseimas e bombinhas estourando. Disso tudo só vi bombinhas. Quer dizer, traques, porque aquelas bombinhas que estouram em seqüência, como você vê nos filmes... nada. Talvez seja o trauma do terrorismo, sei lá.
O lugar estava lotado, com uma decoração muito bonita, mas foi muito chato ficar ouvindo neguinho falando em mandarim no palco montado na praça (ou então, quando era alguém falando em inglês, era o prefeito). Ia ter um show de fogos na Leicester Square, mas estava com preguiça de esperar. Então resolvi, já que estava ali mesmo, ir ao National Gallery.
O lugar é lindo! Tão grande quanto o Prado (você não fica menos do que algumas horas ali), tem muita pintura maravilhosa! Desde o pré-Renascimento, até os impressionistas. Para mim o impressionante é o acervo, bem grande, que eles têm de Ticiano, de Rubens, Velásquez, Rembrandt, Poussin e dos impressionistas. Mas você pode encontrar alguns Rafael, Michelangelo, Bosch, Botticelli, Caravaggio, Piero della Francesca... agora, o highlight pra mim são os dois quadros do Leonardo. Quer dizer, apenas um é realmente um quadro – a Madona nas Rochas, que faz muito tempo queria ver (eles têm a segunda versão) – o outro é um esboço para um quadro que retrataria a Virgem, Santa Ana, Cristo e São João Batista. Foi, aliás, o que mais me apaixonou no museu inteiro! Comprei dois quadrinhos na lojinha de souvenir. Os girassóis do Van Gogh e esse do Da Vinci.
Mas duas menções especiais vão para os dois auto-retratos de Rembrandt (um quando tinha 40 anos e outro no final da vida; o contraste é muito legal); bem como para o Sansão e Dalila, ao lado do Massacre das Crianças, ambos do Rubens! Os dois são perfeitos, extremamente felizes em contar as histórias. E o das crianças sendo mortas pelos soldados de Herodes, é de uma violência assombrosa! Ao que parece ficou perdido desde o século XVIII por um erro de catalogação, tendo sido identificado só em 2001!
O legal é que começo a sacar alguns dos temas da galera do Renascimento e pós-Renascimento. Alguns temas se repetem à exaustão, e é interessante comparar como cada pintor tentou resolver os problemas para retratar tal cena, tirada dos textos clássicos, da Bíblia, ou de acontecimentos da época.
A partir de quarta chega uma coleção de quadros de paisagem do Renoir. Mais para frente virão outras exposições temporárias. O bom que tudo é de graça, você doa quanto quiser e se quiser. Então dá pra ir, depois ir de novo para ver coisas novas, coisas que mais gostou...

Agora só faltam algo como uns 20 museus pra ver...

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

My day

Hoje fui para a Portobello de novo (esses calçadões e mercados de rua daqui são muito legais), conheci uma moça muito simpática, a Debbie, que me disse que foi inspiração para uma música da Holly e que me vendeu uns discos bacanas!
Depois fui para Holborn, ajudar a Mila a fazer uns trampos da faculdade dela. Fomos também na Virgin (pra variar) e comprei alguns posters bacanas pra colocar em casa (um maravilhoso dos Simpsons à la Hopper, um do The Good... e outro do Star Wars - esse para meu amigo viking). Comprei também a edição de colecionador de Demons, do Bava (o neto) e do Dario Argento!
Esse filme marcou minha infância! Lembro que seis filmes me aterrorizaram quando criança (ia na casa daquele meu amigo de Hong Kong assistir esses filmes de terror): The Exorcist, The Shining, Evil Dead, The Texas Chainsaw Massacre, Night of the Living Dead e Demons! Os 4 últimos na categoria splatter & gore, que eu adoro!
Aí hoje comprei o pacote, que vem ainda com o segundo Demons e um cd só de entrevistas com o Argento (que, descobri, tem a mãe brasileira), ídolo de muitos anos já.
Filmado no que era ainda Berlin Ocidental, o filme não tem um enredo muito bom, não tem uma narrativa boa, os efeitos são meio toscos (bem, não para a época), não tem atores bons, nem personagens interessantes. Ainda sim, é maravilhoso! Algumas sequências eu lembrava de cor, mesmo tendo assistido há quase duas décadas atrás, de tanto que me marcaram!
E para completar o dia mais "horror", fui com a Mila num pub gótico! A decoração é bem legal e os banheiros têm sons de serra elétrica, gritos e risadas macabras! E a comida é muito boa! Comi um posh BLT (bacon - que não é o nosso bacon; o daqui é muito mais carnudo e gostoso - lettuce and tomato), típico daqui!
Ah, sim! Fui também na Apple Store daqui! Gigantesca! Linda! Dá pra mexer em tudo! E eles colocam dezenas - sim, dezenas - de computadores pra você fuçar a vontade! Desde os Macbooks mais básicos até os duocore desktop fodões, com telas de 30 polegadas (cara, 30 polegas é animal!)! I-pods e toda parafernália imaginável...

Ah, confirmadas 4 visitas até março! Ê beleza, ajuda a matar as saudades... como disse a Mila, hotel Chris...

Birita

O que a manguaça não faz com o cidadão...
Ontem vi duas notícias sobre os efeitos da marvada nos incautos. Ponho os links aqui...
http://br.noticias.yahoo.com/s/16022007/40/entretenimento-pedreiro-australiano-bebado-ca-tubarao-maos.html
http://www.weebnews.com.br/Noticia/0505a1ed/7827/Bebado-morde-panda-em-zoologico-na-China

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Rapidas

Alguém me perguntou se eu queria ser atualizado para o novo blogger?! Raios, sou uma pessoa que não gosta de mudanças, ainda mais se são impostas.

Ah, hoje eu fui na Brunel, conheci o Kuper! O lugar é longe pra dedéu, mas muito bonitinho. No caminho você passa famoso estádio de Wembley, por um campo onde se vêem cavalos, patos, esquilos... e depois uma base da RAF, com Spitfire e tudo! E o Kuper realmente é muito legal, me pagou um Latte, me deu carona e deu várias dicas sobre a MD, com quem vai falar essa semana!

Dei uma pequena editada no post anterior...

Once Upon a Time in Almeria - editado


Uma das coisas que me faz passar o tempo aqui é assistir filminhos. Comprei alguns da Virgin por 3, 4 libras (quase o mesmo preço de alugar um). Há vários na minha listinha, que irei comprando aos poucos. Mas a grande aquisição até agora foi a Trilogia dos dólares do Leone.
São versões re-masterizadas de A Fistful of Dollars, For a Few Dollars More e The Good, the Bad and the Ugly.
O trabalho de tratamento da imagem, a transformação do formato Techniscope para a película moderna, a recuperação do som, em estéreo; tudo é impressionante. Os extras também, com entrevistas e material inédito, valem a pena.
E os filmes são impressionantes. Cada um em si e vistos em conjunto. Separados por um ano cada (tendo A Fistful sido lançado em 1964), a evolução da técnica de Leone em questão de dois anos é algo de assombroso.

No primeiro estão as inovações. Em estado bruto, meio tosco. A produção também, de baixo orçamento (Leone tentou contratar Charles Bronson, Henry Fonda, Lee Marvin e James Coburn, antes de finalmente convidar o então desconhecido Clint Eastwood, que trouxe sua própria roupa, chapéu e arma de Rawhide para atuar), não tem a grandiosidade dos demais filmes, especialmente The Good... ou em Once Upon a Time in the West. Entretanto, tem todos os elementos do épico, gênero que o diretor romano trouxe aos filmes de western.
O vilão superlativo, o herói que tem que passar pela provação, o embate que está acima do enredo. A coragem e a ousadia, surgidas na grandiosidade do épico. Está tudo lá. O herói, misterioso, sem nome, sem falas. E quase sem moral, sem justificativas. O vilão, protagonizado maravilhosamente pelo excelente Gian Maria Volontè (curiosamente creditado como John Wels), contrasta perfeitamente nesta história em que um trickster (para lembrar de Lêvi-Strauss e de Leach), a anomalia, herói ambíguo, aparece em um Romeo e Julieta transladado para o México e filmado na Espanha por uma equipe italiana – “right in the middle”, como diz o personagem, de duas famílias que disputam o poder de uma cidade-morta, que não significa nada, além de servir de palco para a rixa.

Já em For a Few Dollars More, os elementos do universo Leoneano já se tornam mais explícitos. O mundo continua amoral, mas agora temperado com uma amizade, estranha é verdade, entre o herói sem nome e um novo elemento – o fantástico Lee Van Cleef, que também não foi a primeira escolha do diretor ao papel.
Aqui o vilão, novamente Gian Maria (Leone não tinha nenhum problema em re-escalar os mesmos atores para diferentes papéis), agora é absolutamente mal, psicopata inclusive (e, pasmem, fumador de maconha).
Há algo que corre de fundo nos filmes de Leone, uma certa critica à igreja – ou melhor, à moralidade humana – que já existia no primeiro filme (Marisol, a mocinha, obviamente é uma alegoria de Maria, madona e mãe, separada de seu filho Jesus e de seu marido José pelo vilão). Mas em For a Few Dollars More, este cinismo participa mais vivamente da caricatura estilizada da história. Como na cena em que Gian Maria sobe ao púlpito, não para pregar, mas para explicar seu plano de como assaltar o banco. As imagens católicas, o sino, os anjos (até mesmo a Última Ceia), são todos símbolos barrocos no filme, pano de fundo envelhecido deste limbo esquecido por Deus.
Aqui também outra marca de Leone surge: as tomadas fotográficas e panorâmicas, com a paisagem infinita, contrastando, na mesma cena, com close ups extremos. De atores com expressões únicas, estranhas, significativas. Todos os atores viram arquétipos de algum tipo humano, todos são passíveis de critica. Não é a toa que Klaus Kinski foi escalado para o filme. E Lee Van Cleef, cujo olhar, segundo Leone, “perfurava a tela”, ganhou o papel.
Neste filme a música de Morricone também encontra seu lugar definitivo na pintura cinematográfica (pintura porque as cores têm papel importante, tanto quanto os sons e a música).

Mas é The Good, the Bad and the Ugly que se transformou realmente em um marco. Do gênero e do cinema. E da minha vida. Lembro das sessões da tarde em que ficava vidrado cada vez que o filme passava.
Agora o herói se dilui mais, entre três personagens. E mesmo o bom continua amoral. Entretanto, com uma certa humanidade contraditória (abandona seu amigo no deserto, mas afaga gatinhos e cuida de soldados moribundos).
A trama se passa em um lugar mais histórico, mais real, ao contrário dos dois outros filmes, a-localizados. A guerra civil serve de pano de fundo aqui (e as trajetórias dos personagens, suas histórias, são como pequenas depoimentos, fragmentados, do grande acontecimento. Tal como Audrey Hepburn e Henry Fonda em Guerra e Paz, tal como Vivien Leigh e Clark Gable em O Vento Levou, a micro-história, ou a história dos bastidores através de seus protagonistas quase-anônimos, tal como poderíamos ver em Robert Darnton ou os autores da Nova História). O horror da guerra sensibiliza todos os três protagonistas em certos momentos – o que não os impede de seguir seu caminho em busca do ouro e deixar tudo e todos para trás. Mas há tempo para uma reflexão sobre a futilidade.
Os personagens continuam saídos de um quadro expressionista (Lee Van Cleef, para Leone, era a expressão de Van Gogh), como na cena em que Tuco, protagonizado de maneira espetacular por Eli Wallach, encontra seu irmão, um padre. A construção do set, a tomada, os rostos, parecem saídos de alguma cena religiosa pintada por Kokoschka.
E, um dos elementos máximos, o clímax dos personagens – cujas trajetórias se entrecruzam por todo o filme, apenas para culminar em um confronto final – é filmado genialmente na cena do duelo no cemitério. O círculo no centro (já presente em For a Few Dollars More), rodeado por túmulos esquecidos, marca o final da interação (e o filme é realmente o mais interacionista dos três) desta história em conjunto, da trajetória dos três homens que foram reunidos fortuitamente para o desenlace inevitável. Trata-se do palco último, a arena derradeira. Não poderia acontecer diferente, é o que apreendemos. Toda a história leva para a conclusão de que há um significado por trás de tudo, seja ele qual for.

É para ver, rever e sonhar novamente, sempre encontrando novos elementos; para quem gosta de cinema bem feito, que tenta contar algo maior que o enredo, a história, algo maior que a vida. Há muito a se dizer sobre a música ainda, sobre a grandiosidade da tragédia humana encenada, sobre as técnicas de dublagem (italianas, bem verdade), e sobre Once Upon a Time in the West e in America. Mas isso fica para outra vez...

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Vehicles are for people who don`t deserve feet

Londres realmente tem muita coisa pra se fazer... hoje fui ver um poetry reading. Nothing dull, as a matter of fact!
Quer dizer, a poetisa, a segunda a subir no palco, era meio cri-cri. Algo como poesias raivosas sobre a invalidez feminina na criação dos filhos neste mundo terrível...
Mas o primeiro, muito bom! Poesias escatológicas muito bem elaboradas, misturadas com política, raiva e amor (amanhã é Valentine`s Day aqui).
Teve também um nigeriano bem engraçado, que fazia poesia ritmada - historinhas, na verdade. Um tanto quanto violento, quase beirando Chris Rock em toda aquela coisa anti-caucasiana que pode ficar pedante. Mas bom mesmo assim.
Mas, posso começar a parecer chato, o mais legal foi o Billy Childish! Putz, o cara é excelente! As poesias, sensacionais. E o jeito de declamar, pausando com historinhas de como as criou, cativante! Duas ele fez cantando, só com o ritmo do pé.
Nos intervalos as pessoas do público subiam no palco e declamavam suas poesias de amor. Algumas muito boas também.
O lugar, na New Oxford, é muito bonito, então ficou mais agradável ainda. Um pub de 3 andares, que abriga acontecimentos artísticos de vez em quando! The Old Crown. Curti, sem ter precisado pagar nada.

Celo:
Legal, né?! Morreu em £60! Carinho, dá pra encontrar mais barato em mercadinho, mas resolvi comprar uma oficial... for lifetime, so not that expensive if you think again! Ah, as livrarias são muito boas, mas meio carinhas. Mas o que tem muito é mercado de livro na rua! E também lojas de segunda mão, geralmente beneficentes. Outro dia fui comprar um romance pra passar o tempo. Achei, sem querer, uma edição de 1951, capa dura e em perfeito estado, de The Golden Bough, por £3! Mas para falar a verdade, ainda nem fucei direito, meio que para não sair comprando tudo também! Pelo menos até eu começar a receber... De filmes e discos você também encontra muita coisa boa! Pode virar um vício...

domingo, fevereiro 11, 2007

Martens


Here`s my cherry Doc!

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Momento tiete


Acho que fui no melhor show da minha vida!
Fui no Dirty Water Club! A noite começou com uma banda bem legal, The Surgens, bem rock blues pesado! Só ela já teria valido o ingresso.
Mas o melhor mesmo foi o show do Billy! Putz, achava que o Iggy Pop estava em forma, mas o Billy Childish não parou um minuto! Tocou direto, por horas a fio, com um casado enorme (estava quentíssimo), o tempo todo! Sapateava, pulava, recitava poesia, contava história, piada, e no meio de tudo isso, tocava muito!
Estava na frente dele! Até levei umas guitarradas em momentos mais empolgados! De novo sem ninguém empurrar e aglomerar! No final, ele foi rapidinho pro vestiário. Perguntei ao DJ se podia entrar. Sure, go ahead! Eu fui. Desci no backing stage e fui trocar uma idéia com o cara! E peguei autógrafo no single novo que tinha levado!
Saindo, não tinha mais metrô. E ônibus noturno só vai pro centro (os busões de Londres têm um problema, que é que os bairros não se comunicam bem entre si, ainda mais de noite). Voltei a pé, na chuva-quase neve. Sem problemas. Feliz demais!!
Ah sim, hoje comprei também meu Doc Martens cereja!! Ê dia bacana!

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Holly



After a few inches of snow...
Fui no 100 club! Muito legal o lugar, com fotos de um monte de gente que já apareceu por lá nos últimos 30 anos! Desde Sex Pistols, passando por Rolling Stones, até Jeff Beck tocando com Eric Clapton!
E vi o lindo show da Holly! Maravilhoso, e eu na frente, com só umas 100 pessoas, que nem se amontoavam, nem nada! E ela é muito simpática! Sempre agradecendo, sorrindo, fazendo piada, conversando com a galera... ela tem a mesma presença da PJ Harvey, só que é lindíssima!!!

...


Neve. Muita.
Bonito, né?! Mas muito chata. Cancelamos o encontro hoje em Brunel (os metrôs não funcionam)...
Em compensação, tem Holly Golightly hoje de noite, como fui avisado pelo Lelê! No 100 Club, que parece que toca todo mundo também...

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Ande, Chris, ande

Quando eu voltar pro Brasil vou correr a Integração! Decidi.
É uma coisa tonta que sempre quis fazer. Digo Integração porque São Silvestre é muito pro meu caminhãozinho (tenho um tio que sempre corria)...
Mas sério, como aqui tenho que ser econômico (tá certo, com algumas coisas eu esbanjo), qualquer lugar que seja a menos de uma hora a pé, vou andando mesmo. Estou ficando em forma com isso! Fora os exercícios e alongamentos que faço toda manhã! Acordo todos os dias às 8, coisa que eu não fazia desde os tempos de graduação (e olhe lá). Isso meio porque me acostumei (e isso independente se saio no dia anterior), meio porque tem uma família na casa ao lado que grita demais! Na verdade é a mãe. Ela demora uns 20 minutos pra conseguir colocar os filhos no carro pra ir para a escola! Mas como grita... daria desespero se eu não achasse hilário. Estou pensando em chamar a super nanny pra dar um pulo aqui, aproveitando que estamos todos em território britânico mesmo...
Já a alimentação não mudou muito. Não está trash; como frutas todos os dias. Mas também como muito sanduíche, congelados, Dr. Pepper e, minha paixão desde que descobri isso 15 anos atrás, Mars!! Também não quero virar um tri-atleta nem nada...
E a comida inglesa, a despeito da fama, não é ruim. Tá certo que isso eles devem bastante aos imigrantes que chegaram nas últimas décadas. Tem muita comida vietnamita, thailandesa, japonesa, turca, marroquina, paquistanesa, mas, principalmente, indiana. Deram um toque legal à cultura gastronômica londrina.
Mas, é claro, tem comida brasileira também! Quase igual ao que encontraríamos na terrinha! Mais cara, tudo bem, mas quando a saudade aperta dá pra comer coxinha, pão de queijo, feijoada...
Hoje camelei pra caramba. Andei até a Portobello pra comprar o disco do Billy Childish pra levar pra autografar, depois voltei, depois fui pra Camden, trocar o ingresso que estava errado, depois fui até a Oxford, depois pra Piccadilly, de volta à Oxford pra encontrar a Camila (comprei na Virgin, outra perdição daqui, a edição comemorativa dos Spaghetti Western do Leone! Maravilhoso!!). Isso tudo antes da hora do almoço.
Claro que estava morrendo de fome depois disso. Então a Camila me levou num restaurante brasileiro que ela curte. Comi feijoada, arroz e bife!!! E tomei guaraná!
Depois foi difícil andar de volta pra casa, e agora não tenho forças pra ir assistir o jogo da Inglaterra num pub (ontem fomos ver a desgraça do jogo do Brasil num pub). Mas tudo bem, valeu a pena.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Publife

Novas novidades.
Hoje conheci outro pub muuuuito massa! Chama-se The World`s End, mais rock, mais metal, mais punk. O lugar é lindo, muito massa, com muita cerveja boa e vários ambientes! Duas da tarde bebendo uma pint e tem bastante gente até!
E o lugar tem um subsolo com palco, pras bandas! Tocou muita coisa boa lá, desde Radiohead, passando por Suede, Placebo, o tio Francis Black, Sepultura, chegando em Smashing Pumpkins, Soundgarden e QOTSA! Comprei hoje ingresso pro show do Brujeria, na próxima semana!! Viva el México, cabrón!!
Por falar em shows bons, hoje também comprei ingresso pro show da nova banda do Billy Childish, na sexta agora! Sim, O Billy Childish! The brain behind The Headcoates, Milkshakes, Delmonas e por aí vai...
Podia mudar minha pesquisa para a vida noturna de Londres, como me foi sugerido!!! Não acharia nada mal...

Ah sim, ia me esquecendo! Quinta vou encontrar O Kuper! Sim, sim, chique, não?! Ele me convidou para um seminário em Brunel e depois vamos conversar!

Putz, se tudo isso não precisasse ser aqui...

domingo, fevereiro 04, 2007

London life

Eu ainda estou estranhando um pouco a lógica das coisas. Um país tão consumista e moderno, mas com monarquia e tradições seculares, com eletricidade que funciona com moedas (sim, pra ter eletricidade eu tenho que colocar moedinhas num contador na parede)! Coisas baratíssimas (mesmo pelos nossos padrões), e outras caríssimas (uma passagem de ida e volta pra Paris, 20 libras; uma passagem simples de metrô, na zona 1, são 4!).
Você não se preocupa com assalto (mas cuidado com os batedores de carteira e os vândalos, que quebram coisas por quebrar; principalmente carros caríssimos), mas sai correndo quando alguém deixa uma sacola no ônibus (vou comprar uma camiseta, bem espirituosa, que vi ontem na Oxford Street, que diz "I`m a bomb technician. If you see me running, try to keep up).
Outro dia, quando fui com a Si na Goldsmiths (que fica longe pra dedéu), voltamos de busão. Certa hora um rapaz (devo dizer, com certo embaraço, que o fato de ser jovem e com cara de árabe, piorou as coisas) saiu apressado num ponto. Deixou uma sacola. Pronto, é bomba. A Simone saiu no outro ponto, mas eu, que ainda tinha muito chão até chegar em casa, não sabia o que fazer. Saio, não saio, aviso alguém? Nós brasileiros realmente não temos o trejeito pra isso. Bom, alguém tirou a dúvida da minha cabeça e avisou a central de transportes. Ouvi quando eles ligaram para o motorista, que parou o ônibus e saiu revistando tudo. O lance é que uma moça, um ponto antes, sei lá por que cargas d`água, havia simplesmente agarrado a sacola e saído. E toca a ficar parado um tempão, motorista falando com central, avisando polícia...
Depois levei um sermão da Camila. Quando for assim, avisa e sai fora mesmo. Ou sai fora e avisa, que talvez seja uma melhor estratégia.
E por aqui também não tem dengue (ainda que, vi numa reportagem, com o aquecimento global, vários insetos e baratas, até então desconhecidos por essas bandas, começam a fazer parte do cotidiano londrino; e não é que foram avistados em Vauxhall bridge tartarugas marinhas e uma baleia? No Hyde Park tem maritaca...), mas tem peru com gripe aviária. Felizmente a variedade gastronômica (e cervejística também! Agora estou bebendo uma cerveja de blackberries, bem interessante) inglesa aumentou bastante desde que eu morei aqui em 91.
So turkey is off the list!

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Update

Bom, ainda nem publiquei o outro post, mas já escrevo o novo.
Fomos ontem no Dublin Castle, em Camden. O lugar é bem legal e tal (e meio histórico também, é onde iam os caras do Travis, Blur, essas bandinhas; depois preciso conhecer o Hope & Anchor, onde rolava os punks dos 70 e 80), mas o que realmente gostei é a quantidade de shows que eles têm! Impressionante. São 4 bandas por dia, todos os dias da semana!
Entramos de graça, já que a Camila morou com um brasileiro que agora trabalha no lugar. Conheci mais uma amiga dela (que é quem arruma as coisas para as celebridades que vêm para Londres!!), bem simpática, fizemos amizade com um paulistano que tinha acabado de chegar, de caminho para Praga e que acabou perdido no bar (desses tem de monte aqui). Conheci o Chris da Camila, experimentei mais cervejas...
As bandas são bem do tipo que a Vanessa e o Lelê gostam. A primeira chamava Emit. Divertida. Depois tocou uma bem estranha chamada Elmore. Aí teve uma mais industrial / 80ich, chamada Lesser Panda. E depois uma banda bem performática chamada Kalagoogoo, cujos membros eu conheci no banheiro, colocando suas fantasias para tocar. Simpáticos e bem malucos – uma hora o baterista ficou peladão e foi pro meio da galera... já percebi que rolam coisas bem esquisitas quando os ingleses ficam bêbados, o que é bem comum, claro.
Acabamos não indo no Phantom, mas pra isso ainda tenho um tempinho...

Noticias da ilha

Pois é, a vida em Londres pode não ser apenas rosas. Bom, na verdade estou até reclamando de barriga cheia. Consegui uma casa legal em muito pouco tempo. Coisa que, me dizem, não é tão fácil. Fiz tudo muito rápido aqui. No entanto, estou passando por uma verdadeira via crucis para abrir minha conta (e como todo o resto das coisas só funciona quando você tem uma conta, já viu, né?!).
Não vou entrar nos detalhes, mas já fui quatro vezes ao banco (e tive que pedir mais dois favores ao Kuper, que é um verdadeiro santo); cada vez me dizem uma coisa. Amanhã devo ir novamente. Se não conseguir, vou ao consulado, porque alguma coisa não está certa! Ontem, pelo menos, um gerente foi sincero (não me impediu de ficar muito tentado a mandá-lo à merda): “if you were an EU citizen you wouldn`t have this trouble”!
Acho que em alguns lugares isso poderia me dar o direito a entrar com processo por discriminação...

Mas coisas boas acontecem também (haha, e como!)! Terça fui com a Simone para assistir um seminário na Goldsmiths. Sobre “Presente Etnográfico”. Sim, a discussão é bem parecida com o que temos aí no Brasil. O que muda é o comportamento dos envolvidos na coisa. As pessoas, quando fazem as perguntas, são bem incisivas, para não dizer duras. Já fui avisado sobre isso, mas ver de fato deu um certo choque. No Brasil, levaríamos para o lado pessoal. Aqui eles consideram o argumento e o levam a sério, mesmo que a pessoa no fundo possa dizer “sua pesquisa é uma porcaria”.
No final fomos todos ao pub, que parece uma tradição – bastante saudável, devo dizer – da vida acadêmica britânica. Fui apresentado ao Stephen Nugent, que foi quem deu a palestra e ele me deu várias dicas sobre a MD. Inclusive se comprometeu a me ajudar mais quando estivesse mais instalado. Ele me deu uma notícia não tão boa também, mas ainda vou esperar para ver o quanto ela pode me atrapalhar aqui...

Por falar em pub, ontem fui num, com a Camila, em Camden Town, que é pertinho de casa (pertinho 20, 25 minutos andando, que para Londres, que é uma cidade espalhada, sem prédios, é bem perto). Bairro maravilhoso, baladeiros de plantão!
Os ingleses estavam assistindo um jogo do Arsenal contra o Tottenham. Realmente, os ingleses são muito mais fanáticos por futebol aqui... Mas é muito engraçado, o ambiente é divertido, a comida muito boa e as cervejas... bem, as cervejas são gostosas, mas preciso me acostumar com o fato de que elas são mais fortes, mais caras e depois tenho que voltar andando pra casa! Fui virando, como fazemos no Brasil e depois percebi que todo mundo bebe muito mais devagar.
Na verdade ontem iríamos num outro bar que, segundo a Camila, sempre tem bandinhas (as mesmas que tocam nos festivais de celular no Brasil), que depois tomam birita com a galera, mas acabamos indo em um bar cubano em que estava uma amiga da Camila, junto com vários outros brasileiros (como são estranhos os brasileiros daqui; e como são muitos! – não teve um dia que eu deixei de ouvir português na rua!)

Hoje pensamos em ir ver algo que há 16 anos tento ver! Mas acho que vamos deixar para amanhã, hoje vamos naquele bar das bandas. Que é ver o Phantom! Sim, acho que já contei essa história aqui no blog. Nos idos de 1991, tendo vindo para Oxford estudar inglês, um pessoal foi assistir o musical, em certa ocasião que estávamos em Londres. Mas eu fui, com uma amiga beatlemaníaca, para a Abbey Road (que fica exatamente a 215 passos de casa – todo o dia eu passo naquela famosa faixa, desviando dos turistas que tiram fotos ininterruptamente) e depois fomos para Wimbledon (programa de índio).
A segunda vez, em 1997, se não me engano, estava em Barcelona e vim para a Inglaterra só pra ver a peça (ah, o arrependimento...). Não consegui ingresso e fui ver Cats, muito bonitinho por sinal.
Dessa vez não passa! E tem outras coisas pra ver também. Quero ver Mousetrap, da Agatha Christie, quero ver Monty Python, ver Oliver... não falta coisa boa aqui.

Com exceção dos pepinos bancários, tudo vai se encaixando. Minha casinha está toda bonitinha, comprei plantas e coisas legais, e logo, logo terei minha primeira visita! Isso é bom, porque não tenho tv, não tenho internet (agora descobri um café italiano perto de casa que tem free wireless internet!)... aliás, penso em comprar um dvd, aproveitando do fato que eletrônicos aqui são muito baratos. Tem, por umas 50 libras, uma tv com dvd embutido. E dvd aqui é barato! Na HMV ou na Virgin, se compra filme por 3 libras! Nem compensa alugar; já aproveito e faço uma dvdteca por aqui!
Aos amigos que quiserem (e puderem) vir: minha casinha é pequeninha, mas tenho um jardim com muitos passarinhos, plantas e uma árvore que ainda não consegui identificar!
Acho que vai dar pra passar legal esse ano aqui.

PS – Ah, Cris, pode deixar que eu atualizo sempre que possível! Deixa uns recadinhos de vez em quando, tô precisando de notícias das pessoas! Saudades!!