sexta-feira, julho 22, 2005

Sobre as mães

Porquê "santa mãe" parece se referir mais a nossas avós que a nossas mães? Nada contra as mães atuais, amo a minha. Mas acho que são tantas pessoas que têm problemas existenciais com as respectivas, gastam 2 salários mínimos por mês de análise falando da mãe (tenho a impressão que as mulheres são as mais suscetíveis a esse mal), que a expressão "a minha santa mãezinha adorava fazer pão" ou "o que a minha santa mãezinha diria disto" e por aí vai, está cada vez mais relegada aos filmes de época... ou para nossas avós. Nossas avós são realmente santas. Fazem lasanha no final de semana, nos enchem de doces quando as visitamos, e a única reclamação que fazem é porque demoramos tanto pra casar na igreja! Talvez não seja então questão de parentesco, mas de época. Explico-me: ao invés de "santa mãe", proponho "santa mulher dos anos 40 e 50". Não que as mulheres da geração subsequente não sejam santas em muitas medidas. O quanto as mulheres da idade da minha mãe sofreram com discriminação mas ainda sim ralaram pra trabalhar em um mercado misógino (por menores salários, ainda hoje), não tá na conta. Mas a sensação de beatitude que um papel harmonioso e sem imprevistos passa, quase não existe mais. Bom, isto é legal... não é?!
Mas eu nem sei direito por que pensei nessas coisas... na verdade eu comecei a pensar isso ontem à noite, do nada, ao lavar o rosto na pia do banheiro do bar que estávamos, já com umas tantas cervejas da "boa" na cachola. Parece coisa de romance de Sartre, não?!
Mas por falar em romance, tô virando fã número 1 do Vila-Matas! Bem que eu queria ter ido pra Parati ouví-lo, mas devia ter sido muito concorrido... De qualquer maneira o cara é muito bom! Pagando um pau como há muito não fazia por 1 escritor!! Preciso conhecer os outros livros, por enquanto só li o da Carta Esférica. Aliás, tá na moda escritor catalão! Somente nas últimas semanas li mais 2. Totalmente a favor! Barcelona tem mesmo que estar em bons livros!! Não lembro se puz isso aqui já, mas além das trocentas línguas que eu queria aprender, somei também o català! Meu pai disse que a Natália dá bronca se você não fala em català com ela! Nacionalista mirim!! Muito fofinha!
Ah, e fui assistir A Fantástica Fábrica de Chocolate!! Que filme bacana! Bem diferente do que eu lembrava do original. A história é a mesma, mas completamente diferente! Dois poréns maiores: ao que parece só veio para o Brasil a versão dublada! E não tem a bendita música dos Oompa Loompa que eu lembro!

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