Tinha ontem mesmo ouvido a crítica da Lúcia Hippólito sobre a imprecisão do nosso presidente quanto à separação entre o público e o privado no Brasil. Segundo ela, tudo bem para ele se a Benedita ir pra Buenos Aires com verba pública, político usar o avião da FAB para passear por aí com a família e a Marisa mandar colocar estrela do PT no jardim da Alvorada. Enfim, se não for nada muito escandaloso, pode. Tinha dito também que se preocupava com o uso cada vez mais frequente do discurso do "não tive instrução e cheguei lá". E hoje, vendo a entrevista do Lula numa refinaria do Sul, tava lá: "porque a economia precisa de acertos práticos, não a ilusão que a mágica que se faz na academia proporciona" e por aí foi! Não eram estas as palavras exatas, mas era basicamente isso mesmo. Hidrofobia contra os que tiveram acesso à educação? Não estou defendendo o FHC aqui não. Nada disso. Mas vamos parar por um segundinho e raciocinar um pouco, não?!
O que me irrita profundamente é o desdém com a academia, a instrução que vira sinônimo de masturbação mental de meia dúzia de Ludovicos perdidos no mundo da lua e que só "brincam" de vida. Quando pisam no calo é foda. Pô, estudo que nem um condenado, todo semestre tenho que medir o grau dos óculos porque aumenta sempre, não ganho nem sequer bolsa e ainda tenho que aturar isso?! Tenha dó. O "vencer as dificuldades" pode, realmente e infelizmente, virar muleta. Quando não vira simplesmente crueldade com os que não têm, tentam e não conseguem.
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