sexta-feira, julho 15, 2005

Da vergonha alheia e do flashback do ridículo

Hoje acabamos por sair nos barzinhos super-faturados aqui por perto. Nada contra, se o ambiente vale a pena e o atendimento é bacana, mas não sei se foi por causa da tal final do futebol, estava tudo meio estranho. No primeiro bar, não tinha chopp (como assim, por exemplo?!?!), não tinha o rango que queríamos, o som tava muito alto, e pra não dizer que tinha uma tv passando o jogo, tinha um telão de 4 metros quadrados no meio dos acontecimentos!!
Bom, vamos para outro lugar!
No segundo bar, as coisas pareciam mais tranquilas, não fossem os "um carro a cada 10 segundos" que passavam buzinando e gritando para as pessoas que estavam na varanda do bar (basicamente eu, a Dani e o Emiliano). E um carinha com o cabelo muito feio (daqueles de quem parece que está deixando crescer, mas que aumentam o tamanho da sua cabeça em diâmetro em vários centímetros) que saía da sua cadeira confortável no interior do estabelecimento, onde também assistia o dito jogo, que a cada gol ia até a calçada, exatamente do nosso lado, e gritava. Estranha maneira de mostrar euforia, em que você não extravasa na hora em que seu time marca o gol do título e tem a pachorra de levantar, sair do bar e então gritar...
Na primeira vez os amiguinhos acharam engraçado e riram, nas outras vezes (porque teve que ter tanto gol?!) ninguém mais riu (só o Damon... hahahahahahaha... ahhhhh... piada infame que me ocorreu agora). Não que tivesse sido extremamente original da primeira vez, mas realmente é fogo quando a pessoa repete a fórmula do "ser cool"! Triste e patético... se você tiver o azar de ter um mínimo de auto-crítica, fodeu...
O filminho em que você aparece para você mesmo em terceira pessoa protagonizando o evento ridículo, vai voltar como flashbacks (u-hú! Finalmente usei a palavrinha!!) pelo resto da sua existência. Mais vívido mesmo do que o seu aniversário de 18 anos, a tragédia (ou comédia, depende do ponto de vista) vai te assombrar por muitos e muitos anos! Eu às vezes estremeço de vergonha (literalmente estremeço, com calafrio de golada de pinga ruim e tudo!) de algumas coisas que já aconteceram há mais de 15 anos! E sem motivo aparente! No meio de uma janta, vendo tv... Como, por exemplo, quando eu ia dar um presente para a menininha que eu estava apaixonado na quarta série, um amigo meu (mui amigo, aliás...) tomou o presente das minhas mãos e o deu pra ela, no recreio da escola, frente a minha hesitação. Eu estava distante uns 20 metros na hora, fiquei com vergonha e fingi ouvir alguém me chamar e saí correndo! O problema é que todo mundo viu que eu vi que ela estava lá e tinha ganho meu presente e percebeu que eu tinha fingido... e depois pra voltar lá? E o embaraço dela em fingir que não tinha me visto agir como o Zé Buscapé? Tudo bem, nada tão constrangedor quanto ficar pelado no meio da classe ou algo do tipo, mas de tempos em tempos a vergonha que eu senti na hora me assalta com a mesma intensidade que eu senti no dia!!
Um dia será que o carinha vai se lembrar disso e tentar censurar a si mesmo na própria cabeça? "Sai pensamento, sai!" E será que quando ver uma foto dessa época vai pensar "como um dia eu pude ter o cabelo assim"?

Um comentário:

Karina Kuschnir disse...

Da curiosidade de saber o que aconteceu no aniversário de 18 anos!! Fofa a outra história... Fiz um bilhete numa situação parecida. Até hoje morro de vergonha porque o menininho é sócio do mesmo clube que eu frequento hoje em dia!