terça-feira, maio 16, 2006

P-alhaçada

Pois é, aqui na terra das andorinhas (e de outras cositas) não rolou tanta confusão como na capital. Mas ainda sim havia um clima de histeria incipiente, em potencial, na rua (um tanto quanto exagerado, devo acrescentar. O que eu ouvi de boato...). Nem vou dizer o que penso disso tudo porque poderia causar mais mal-estar ainda. Talvez em meu desabafador alternativo eu o faça, vamos ver...
Mas enfim, costumo sempre ouvir as piores coisas da polícia. Que ela é corrupta, é violenta, é ausente, é ineficaz e por aí vai... tudo bem, os exemplos existem e é verdade. Mas essa semana fiquei com pena. O que esses caras sofrem não é brincadeira.
Quando aparecem os filmes americanos em que neguinho acena banderinha pra soldado ou policial, a gente chia, "ô patriotada imbecil e ingênua". Mas no fundo, tirando os mais toscos que não estão apoiando os soldados, mas o discurso facistóide do Bush, eles têm mais que ajudar mesmo. Depois que aconteceu a merda...
E pensamos que lá os soldados ganham muito mais do que os policiais daqui, né?! Mas não. Os caras ganham mal pra dedéu, vão parar num país em que nunca viram no mapa e voltam sem perna ou sem razão - quando voltam.
Guardadas as proporções, por que não dar um desconto alguém que ganha uma ninharia, cobre sua proteção com o dinheiro do próprio bolso, não pode reagir em trocentas ocasiões (mesmo se é metralhado com uma AK), tem seus parentes constatemente ameaçados e sai pra rua para fazer seu serviço? Tá, não vou dizer que temos que fechar os olhos para os massacres, mas peraí. Eu tenho uma pena enorme dessa gente... Quer dizer, reforço o erro - acho eu - de falar sobre a polícia como um todo. Essa precisa ser revitalizada. A idéia de uma polícia essencialmente alguma coisa é estranha e até perigosa. E é claro que vêm logo as notícias de execuções - de gente que participou dos ataques, mas também do coitado aí.
Para falar a verdade, a despeito da minha carreira potencialmente de esquerda, sempre gostei de hierarquia. Não pensei tanto em ser policial ou soldado, afora em alguns poucos momentos mais exaltados. Mas um sonho de criança era ser bombeiro. Aliás, quando pensei que não daria certo nas sociais, pensei em me alistar no corpo.

Para essas siglas, P-artidos e P-atifarias, digo, na língua do pê, para não ofender muito as sensibilidades, pevão peprá pepu peta peque peo pepa periu.
Agora penso seriamente em tirar esse negócio da italianice. País corrupto, de política exasperante e futebol fraudulento por país corrupto, de política exasperante e futebol fraudulento, lá pelo menos se ganha em euro.

Adendo: relendo este post, achei que besteira demais. De coisas que nem acredito muito, ou acredito de maneiras por demais sinuosas e paradoxais para ter vontade de elaborar melhor. Mas, enfim, fica o registro de um momento de desabafo.

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