sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Chris Tambascia's Day Off

Hoje tirei o dia para não fazer absolutamente nada! Apesar de estas serem minhas maiores férias desde o final da graduação, por incrível que pareça ainda não tinha tirado um dia para vegetar completamente no aconchego do lar!
Entre sentadas na frente do computador e na frente da tv, assisti dois filmes que quando era moleque adorava! Daqueles que eram as cerejas da maravilhosa programação da sessão da tarde de duas décadas atrás. Um é O filme sessão da tarde por excelência: Curtindo a vida adoidado. Adoro esse filme. E a musiquinha que acompanha o diretor da escola do Ferris, aquele cara bacana dos Fantasmas se divertem e outros filmes estruturalmente equivalentes. Mas esse eu peguei quando já tinha começado. Ainda sim foi bacana relembrar o dia de folga de Ferris Bueller.
Agora, o legal mesmo foi assistir, desde o começo, sem cortes e com som original, O enigma da pirâmide (Young Sherlock Holmes)! Nossa, como eu curtia esse filme! E vendo hoje, não bateu aquela decepção de rever algo que admirava tanto anos atrás, mas que hoje em dia é meio ridículo. Aquela sensação de "vale apenas como recordação de um tempo" que marca tanta coisa da chamada década perdida (entre música, filme, roupas, cabelos, ...) não apareceu. Muito pelo contrário, a aventura de Sherlock moço ainda é muito divertida de assistir! Os efeitos ainda são bons e o final ainda me emociona. Ainda me comove quando a Elizabeth, mortalmente ferida, diz que esperará Holmes em outra vida e ele se atrasará, como sempre. Depois morre nos braços do jovem detetive e ele "chora pela segunda e última vez na vida". Então diz a Watson que viverá o resto da vida só.
Sempre achei que foi um começo bonitinho para a vida de Holmes. Não tanto doyleano, mas enfim... bonitinho. As idéias para as origens do chapéu, do cachimbo, a relação com Lestrade, o violino, a solidão e uma certa melancolia eterna... achei bem legais. Eu sempre gostei das aventuras do personagem. Adorava os livros, procurei, entusiasmado, o 221b da Baker Street. Acho que vi todos os filmes relacionados.
Outra coisa interessante é que, pelo que me lembro, foi com O enigma da pirâmide que eu descobri que alguns filmes não acabam nos créditos. Depois que todas as letrinhas vão subindo e o espectador acompanha a charrete (que evidentemente não é a que Holmes entrou ao se despedir de Watson), descobre-se que Eh Tar não morreu e virou... bom, é elementar, não?!
Pela mesma época lançaram Masters of the Universe, o filme do He-Man, com o Lundgren e a Monica novinha. Se você acompanhar os créditos até a parte do ano, verá que... alguém que todos pensavam que morreu, está vivo!
Por muito tempo eu continuava vendo os filmes para ver se o diretor não reservava alguma surpresa. E vários realmente têm alguma referência a uma possível sequência, um final um pouco diferente, ou uma continuação (e mesmo que nunca tenham sido feitas, a coisa é interessante). Meio como os filmes do Kevin Smith, que nos finais você descobre que ele já sabia qual seria a próxima aventura de Jay e Silent Bob, anunciando-a. Para mim isso cria um respeito extra pelo roteirista. Ele está pensando no próximo passo, o que garante uma trama muito mais forte e menos sujeita a adaptações toscas para continuações criadas a posteriori - quase inevitavelmente com diversos pepinos e descontinuidades que deixam claros vários furos e diversos remendos.
Exemplo disso era o Chris Claremont, que pensava algumas coisas para os X-Men anos (sim, anos!) antes de acontecer. Ele narrava um evento e eras depois você via que ele já o pensara em conjunto com outros acontecimentos muito posteriores! No mínimo é impressionante o planejamento.
O fato é que eu costumava acelerar os créditos ou então ficar no cinema até as luzes acenderem. Mas vi que, ultimamente, esse recurso quase não é mais usado. Então já não faço muito isso agora.
Afinal, o que aconteceu com as gracinhas criativas dos diretores? O cinema ficou mais (pseudo) sério e mais bobo.

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