segunda-feira, fevereiro 27, 2006

As galinhas e o Sudoku

Não gosto de pensar muito em potenciais tragédias como a tal gripe aviária. Fico com medo. Prefiro a postura avestruz. Nem sei como escrevo isto, para falar a verdade...
Mas realmente fico receoso. Ainda mais se o caso não é muito comentado, apenas com algumas notícias secundárias exageradas (daquele que, num romance do Tom Clancy acaba acertando na mosca, mas é silenciado com o desprezo jornalístico ou algo pior) em veículos de informação pouco respeitados. Tudo bem, é até bem comentado e está nas manchetes, mas por enquanto não como uma pandemia apocalíptica dos infernos.
Dá a impressão de que alguém sabe mais do que o resto do mundo e não quer contar. Vai saber, se acham que a AIDS foi uma vacina baseada em sangue de macaco contaminado, criada em algum laboratório no Congo Belga nos anos 50 e que deu errada (onde surgiram os primeiros casos)... - sim, Tintim au Congo! Daí não é porque a natureza é implacável e incontrolável e o vírus mutou para uma variação humana, é porque os homens resolveram brincar de incesto com nossos parentes antigos. O que leva à conclusão de que a notícia "se o vírus mutar" nada mais é que uma delegação de responsabilidade na tentativa de encobrir outras coisas. Bom, eu adoro uma teoria da conspiração...
NSA, CIA, FBI, ou alguma sigla européia também (afinal, está lá!), alguém esconde. Se fosse um grande bafafá e não essa impressão velada de segredo ou "não se preocupe, está tudo sob controle", ficaria mais tranquilo.
Fico com a impressão, ai-de-mim-que-assisti-horrorizado-os-filmes-sobre-o-fim-do-mundo-do-auge-do-pessimismo-da-corrida-armamentista, de que as pessoas lembrarão depois, no mundo pós-gripe aviária: "é, começou com aquelas galinhas resfriadas no cafundó do Judas".
Ouvi coisas horríveis, anos atrás, de um médico, amigo do meu pai, que gosta de estudar determinismos epidemiológicos nas horas vagas. Não sei reproduzir o argumento, mas era algo como um sazonismo virulento que reaparece inevitavelmente de tempos em tempos e a OMS não pode fazer nada mais que administrar os danos. Aí o tom fica meio profético e eu fico interpretando as notícias que saem publicadas sob essa perspectiva.
E como impedir as aves de migrarem? Essas não têm nome árabe para serem detidas nos aeroportos. Se não é possível controlar nem a exportação de sudoku... aquele joguinho viciante, que começa a aparecer aos poucos por aqui, depois de ter conquistado a Europa...

2 comentários:

Anônimo disse...

um gato na Alemanha já foi confirmado como tendo gripe das aves

cris disse...

preocupa não....é só ninguem aqui inventar de beijar um ganso na boca.