segunda-feira, setembro 12, 2005

Mea culpa

ou "celebridade" versus "não atrapalhe meu dia"

Eu vi o Manu Chao duas vezes. Uma delas foi num desses festivais de cigarro que teve uns anos atrás no Jockey Club. Free ou Carlton, não lembro mais. Acho que foi Free mesmo... O show foi demais, um dos melhores que eu assisti. Mas essa foi a segunda vez que o vi.
A primeira foi em Barcelona, e na hora eu não sabia que era ele. Só descobri depois, quando cheguei na casa da Paula e vi na TV que um protesto contra uma nova lei de restrição de imigração tinha causado certa confusão perto da praça Catalunha. Aí a reportagem focalizou num carinha magrinho, bem comum, parecia um desses caras que estão ficando mais velhos e ainda querem andar com os estudantes paneleiros (aliás, que aconteceu com a panelada do dia 7? Fiquei com a minha panela em mãos, mas não queria ser eu a começar a batucar sozinho...).
A voz da repórter dizia que era o Manu Chao. Eu tinha visto o carinha naquela manhã. Não porque ele chamasse atenção. Como eu disse, ele era bem comum. Era o casaco dele, meio laranja, que o destacava. E também por estar em cima de um latão, gritando algumas palavras de ordem, acho. Eu já gostava da música e achava que ele era um cara bacana, que fazia boas letras, com críticas venenosas aos governos conservadores, neo-liberais, xenófobos, etc. Mas nunca tinha visto a cara dele antes desse dia.
Legal, vc diria, não é? Só que na hora eu fiquei irritado com a tal passeata. Tive que desviar um tanto (algumas centenas de metros, se tanto) pra entrar no metrô. Se me perguntarem, digo que sou completamente simpático ao protesto e adoro o Manu Chao, mas na hora só pensei "malditos baderneiros" e apressei meu passo.

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