segunda-feira, junho 30, 2008
Estar lá
Um pouco inspirado por Richard Holmes, tentei seguir algumas das pegadas de Mary. Como se houvesse algo que pudesse ser captado no ar dos caminhos percorridos. Como se pudesse acessar o testemunho daquelas árvores, daqueles prédios. Ruas em que andou, lugares onde estudou.
Fui para Oxford, no St. Anne's College, procurar esse elã biográfico.
St. Anne faz parte do colegiado da Universidade de Oxford, e, mesmo não sendo tão antigo quanto algumas das outras faculdades, me pareceu transpirar tradição. Ou talvez assim me parecesse por conta de meus interesses. Mas era como se houvesse uma história que para mim fosse significativa. Apenas me esperando. E lá, sozinho, fiz uma tentativa quase mediúnica de imaginar a jovem estudante católica naqueles gramados, naquelas salas, 60 anos antes.
Havia trazido um lanche desde Londres, em uma sacola que carreguei pela cidade medieval. Escolhi um banco afastado, dentro de um jardinzinho pegado a alguma casa de algum departamento, onde alguém fazia um café. E lá fiquei pensando sobre o trabalho que viria pela frente, como se estando lá - essa armadilha que tanto tentamos criticar, mas que nunca é totalmente exorcizada - eu pudesse ver mais claramente não só aquela trajetória, mas o momento no tempo em que esta se encontrou com a minha.
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