O que valia em 2006 ainda vale hoje. Agora com a possibilidade da soma dos dois, pelo jeito.
Sobre os efeitos aniquiladores da influenza, não posso dizer muito. Mas que psicologicamente é um desastre, é só ver como está o México, mais do que nunca "tão perto do Tio Sam, tão longe de Deus".
quinta-feira, abril 30, 2009
segunda-feira, abril 27, 2009
Algo sobre amizade
Eu tenho uma amiga que me chama de sua girlfriend (e mantenho o inglês porque não é uma tradução para namorada). Aí hoje eu parei pra pensar um pouco nisso e sobre gênero e amizade...
O interessante nessa amizade é que desde que a gente se conheceu, há mais de uma década atrás, um papo bastante íntimo (não necessariamente sacanagem, apenas íntimo) rolava naturalmente, desde o começo. Depois ficamos um tempão sem nos ver, mas quando retomamos a amizade, continuou tudo como era antes. Fácil.
E de fato eu acho que faço coisas de girlfriend com ela. Desde conversas sobre namoros e amores, passando pelo besteirol puro, até irmos juntos pra ir comprar calcinha pra ela. Coisa de pintar ou cortar o cabelo um do outro e de fazer comida juntos.
Mas tem uma complexidade a mais. Não é que eu assuma um papel de amiga. E aí pensando no sentido que o gênero proporciona nas diferenças de sociabilidades entre pessoas. Há como que uma conduta certa para amizade entre amigas, ou de amizade entre amigos, que quase sempre exclui automaticamente a possibilidade de ter algo parecido quando a amizade é do sexo oposto. Aí é, normalmente, um terceiro tipo de amizade.
Mas, então. Ela também cumpre um papel de amigo.Coisa de podermos falar merda, ter as viagens que você normalmente reserva para os amigos homens e não tem coragem de ter com as mulheres (do tipo que você imagina que as mulheres irão te censurar e então nem abre a boca na presença de uma). E também coisas que às vezes homens ficam com o pé atrás com medo de parecer gay mas fazem mesmo assim (aquela coisa: dá um abraço, mas tem que ser forte, quase machucando; batendo com a mão nas costas ao invés de apenas segurar apertado - convenções masculinas básicas), com ela não tem problema. E acho que exatamente por esse deslocamento da ética entre amigos. É como se o ônus de um e de outro caso, não existisse.
Fiquei pensando nisso e em algumas amizades que eu tenho. E pensei nessa palavrinha tão sexualizada que é paixão. E o quanto eu sinto, realmente, por não poder fazer algumas coisas que gostaria porque podem ser mal interpretadas. Como dizer que morro de paixão por uma amiga, sem que isso tenha nada de sexual implicado.
Como ter vontade de passar o dia junto com uma pessoa, sem que isso leve a casamento ou união estável.
O interessante nessa amizade é que desde que a gente se conheceu, há mais de uma década atrás, um papo bastante íntimo (não necessariamente sacanagem, apenas íntimo) rolava naturalmente, desde o começo. Depois ficamos um tempão sem nos ver, mas quando retomamos a amizade, continuou tudo como era antes. Fácil.
E de fato eu acho que faço coisas de girlfriend com ela. Desde conversas sobre namoros e amores, passando pelo besteirol puro, até irmos juntos pra ir comprar calcinha pra ela. Coisa de pintar ou cortar o cabelo um do outro e de fazer comida juntos.
Mas tem uma complexidade a mais. Não é que eu assuma um papel de amiga. E aí pensando no sentido que o gênero proporciona nas diferenças de sociabilidades entre pessoas. Há como que uma conduta certa para amizade entre amigas, ou de amizade entre amigos, que quase sempre exclui automaticamente a possibilidade de ter algo parecido quando a amizade é do sexo oposto. Aí é, normalmente, um terceiro tipo de amizade.
Mas, então. Ela também cumpre um papel de amigo.Coisa de podermos falar merda, ter as viagens que você normalmente reserva para os amigos homens e não tem coragem de ter com as mulheres (do tipo que você imagina que as mulheres irão te censurar e então nem abre a boca na presença de uma). E também coisas que às vezes homens ficam com o pé atrás com medo de parecer gay mas fazem mesmo assim (aquela coisa: dá um abraço, mas tem que ser forte, quase machucando; batendo com a mão nas costas ao invés de apenas segurar apertado - convenções masculinas básicas), com ela não tem problema. E acho que exatamente por esse deslocamento da ética entre amigos. É como se o ônus de um e de outro caso, não existisse.
Fiquei pensando nisso e em algumas amizades que eu tenho. E pensei nessa palavrinha tão sexualizada que é paixão. E o quanto eu sinto, realmente, por não poder fazer algumas coisas que gostaria porque podem ser mal interpretadas. Como dizer que morro de paixão por uma amiga, sem que isso tenha nada de sexual implicado.
Como ter vontade de passar o dia junto com uma pessoa, sem que isso leve a casamento ou união estável.
quarta-feira, abril 22, 2009
Como diz o verso?
Sim, o Rio de Janeiro continua lindo.
Acho que fiquei 10 anos sem aparecer na antiga terra tupinambá, por motivos diversos - dos quais se destaca uma preguiça injustificável de por lá aparecer. Mas lá chegando é possível perceber, ainda na primeira hora, que nada, ou muita pouca coisa, mudou - no que eu considero de melhor e de pior no Rio. No topo da lista, claro, a paisagem deslumbrante, que toda a urbanidade não planejada não conseguiu arruinar. Muito pelo contrário, há ali (e me desculpem os meioambientistas de plantão) uma combinação quase perfeita entre cidade e natureza, como em poucos lugares no mundo (um outro lugar que me vem à cabeça é Cape Town), mesmo com toda a poluição visual e real. Não tem jeito, cidade na beira do mar tem um encanto especial, por mais problemas que possa ter.
O centro do Rio, para mim, é o ponto alto. Na verdade, logo chegando na rodoviária (que finalmente passa por reformas), ali colada na região portuária, o paulistano (este, sobretudo) que chega logo se dá conta que a antiga capital federal ainda mostra uma glória um tanto quanto decadente que agrada demais (e atenção aos que se programam para vir de azul: o mesmo acontece para quem chega no Santos Dumont; e para quem vem e virá de trem: Central do Brasil).
Ainda que tenha ficado quase todo o tempo mais ao Sul, muito mais tranquilo, em um bem-vindo descanso, foi ótimo rever o Rio.
E o tempo maravilhoso que existe por aquelas bandas.
Acho que fiquei 10 anos sem aparecer na antiga terra tupinambá, por motivos diversos - dos quais se destaca uma preguiça injustificável de por lá aparecer. Mas lá chegando é possível perceber, ainda na primeira hora, que nada, ou muita pouca coisa, mudou - no que eu considero de melhor e de pior no Rio. No topo da lista, claro, a paisagem deslumbrante, que toda a urbanidade não planejada não conseguiu arruinar. Muito pelo contrário, há ali (e me desculpem os meioambientistas de plantão) uma combinação quase perfeita entre cidade e natureza, como em poucos lugares no mundo (um outro lugar que me vem à cabeça é Cape Town), mesmo com toda a poluição visual e real. Não tem jeito, cidade na beira do mar tem um encanto especial, por mais problemas que possa ter.
O centro do Rio, para mim, é o ponto alto. Na verdade, logo chegando na rodoviária (que finalmente passa por reformas), ali colada na região portuária, o paulistano (este, sobretudo) que chega logo se dá conta que a antiga capital federal ainda mostra uma glória um tanto quanto decadente que agrada demais (e atenção aos que se programam para vir de azul: o mesmo acontece para quem chega no Santos Dumont; e para quem vem e virá de trem: Central do Brasil).
Ainda que tenha ficado quase todo o tempo mais ao Sul, muito mais tranquilo, em um bem-vindo descanso, foi ótimo rever o Rio.
E o tempo maravilhoso que existe por aquelas bandas.
segunda-feira, abril 06, 2009
Sem propósito
Esse começo de ano trouxe algumas novidades. Nem sempre boas, mas também não necessariamente ruins.
Se fiquei dolorosamente consciente dos problemas, aparentemente esmagadores, de algumas pessoas queridas (ou será que de fato as coisas pioraram, e não apenas a minha percepção delas?), por outro reencontrei algumas amizades que estavam um pouco dormentes e que me fizeram um bem danado. Bem, houve também reencontros deliciosos sem grandes dramas para contrabalancear, porque nem tudo é desgraça.
Mas essas novidades vieram no momento em que estou menos convicto do meu futuro em terras tupi. Não que tenha grandes planos de evasão, mas sinto que tenho mais alternativas viáveis pela frente. De alguma maneira, já cogito fazer algo diferente do que sempre fiz e sempre achei que faria.
Mas talvez a grande mudança foi essa tal experiência docente - algo que pensei que nunca faria, mas que me gratifica de uma maneira estranha, ambígua: é algo extremamente sofrido, mas que também tem momentos preciosos, quando há uma interlocução real e ambas as partes (eu e elas) acrescentam algo em suas vidas. Ou pelo menos é isso que acredito - o que está de bom tamanho, devo dizer.
Mas ainda não sei se é isso que farei. Até acho que não, mas ao menos sei agora que poderia fazer o que 90 por cento das pessoas que trilham a vida acadêmica supostamente devem realizar.
Esquisitamente, ando extremamente melancólico. O que não é ruim a priori. Esquisitamente porque é exatamente quando tenho tantas coisas para fazer que aquele propósito forte, que vem dos planos mais distantes e irreais, quase sumiu.
Se fiquei dolorosamente consciente dos problemas, aparentemente esmagadores, de algumas pessoas queridas (ou será que de fato as coisas pioraram, e não apenas a minha percepção delas?), por outro reencontrei algumas amizades que estavam um pouco dormentes e que me fizeram um bem danado. Bem, houve também reencontros deliciosos sem grandes dramas para contrabalancear, porque nem tudo é desgraça.
Mas essas novidades vieram no momento em que estou menos convicto do meu futuro em terras tupi. Não que tenha grandes planos de evasão, mas sinto que tenho mais alternativas viáveis pela frente. De alguma maneira, já cogito fazer algo diferente do que sempre fiz e sempre achei que faria.
Mas talvez a grande mudança foi essa tal experiência docente - algo que pensei que nunca faria, mas que me gratifica de uma maneira estranha, ambígua: é algo extremamente sofrido, mas que também tem momentos preciosos, quando há uma interlocução real e ambas as partes (eu e elas) acrescentam algo em suas vidas. Ou pelo menos é isso que acredito - o que está de bom tamanho, devo dizer.
Mas ainda não sei se é isso que farei. Até acho que não, mas ao menos sei agora que poderia fazer o que 90 por cento das pessoas que trilham a vida acadêmica supostamente devem realizar.
Esquisitamente, ando extremamente melancólico. O que não é ruim a priori. Esquisitamente porque é exatamente quando tenho tantas coisas para fazer que aquele propósito forte, que vem dos planos mais distantes e irreais, quase sumiu.
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