terça-feira, fevereiro 03, 2009

The kings of pop

Ontem assisti o Super Bowl XLIII, vencido de maneira emocionante pelos Steelers de Pittsburgh. Mas não vou falar do jogo, vencido nos últimos segundos.
Desde a final de três anos atrás, o Super Bowl X-Large, como foi conhecido, que assisti em um quarto de hotel alemão e que foi vencido pelos mesmos Steelers, que não acompanhava a breguice e o exagero da maior festa anual americana (já dados a festas exageradas) - do esporte e do entretenimento em geral.
O show do intervalo (milionário, como tudo mais envolvido no jogo), que ficou a cargo, dessa vez, pelo Bruce Springsteen (e nada de surpresas ou peitos de fora; apenas o símbolo do americano ideal), primou pela impressionante organização, como sempre aliás. Contudo, como seria de se esperar do evento, o halftime show significa e exemplifica perfeitamente o que é ser o supra sumo do pop e o que vem a ser a definição de "carne de vaca".
O tio é muito poser. A performance muito ensaiada. Demais até - mesmo que seja evidente que é preciso seguir um protocolo rídigo (afinal, 10 segundos de comercial custam mais de 1 milhão de dólares nessa baguaça). O que é perfeito para um Super Bowl, não me entendam mal. Mas ainda sim, algo me incomodou.
Cada pulo e cada acorde do chefe, que procuram mostrar improviso, são na verdade claramente coreografados. Isso não seria necessariamente ruim se assumissem o caráter previsível do negócio, como num show da Broadway, por exemplo. O problema é que se tenta passar por espontâneo e então a coisa fica muito forçada. Do tipo de sentir vergonha alheia, esse sentimento tão esquisito e que me horroriza profundamente.
Enfim, o espetáculo - show e jogo - é muito brega. Mas o mérito dos americanos, no Super Bowl e em praticamente tudo mais que fazem - até mesmo em posse de presidente eleito (e eis que temos um chefe de estado superstar! Gostaria de saber o que Weber diria sobre o Obama, mas isso é outra história...) - é tornar o brega, o artificial, o manjado, em algo empolgante. Sem cair em algo parecido com um show do Jean Michel Jarre. O que, convenhamos, é algo muito difícil de se fazer. A linha é tênue. As técnicas e a aparelhagem são muito parecidas.
É mesmo uma arte, arrisco dizer.

Breve adendo: por falar nisso, vi um show esse final de semana que primou pelo uso de lasers, luzes (piscantes e negra), espelhos e muita fumaça. E foi excelente! Como a música. Atentem para o Eletro Groove. Se eles forem tocar na sua cidade, vá! Os músicos são ótimos, a música hipnotizante e a diversão é garantida! (E leve um gatorade e muita disposição, porque eles tocam por horas a fio!)

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