Fora Lost e American Idol, estou ficando viciado em FX! É, quase o suco do lixo da TV... há tempos que não consigo ver mais coisas cabeças!!
Bom, para não dizer que daqui a pouco estarei assistindo Raul Gil e Pânico na TV, lembro que estou fã também do Telecine Cult (mas dos filmes da safra denominada "Novos Cults". Alías, é quando percebo que estou ficando velho. Os filmes de minha infância se tornam clássicos!)!
Hoje passou um que eu devo ter assistido umas 10 vezes (há anos não via, mas lembrava várias partes do diálogo!): Os Sete Supeitos (Clue). Baseado naquele maravilhoso jogo, Detetive.
Adoro o filme! E, apesar de não ser do Altman, é interacionista pra caramba!
Explico. Desde que assisti Prêt-à-Porter com a Helô que sou muito fã do Altman (seu primo, Cris?! hehehe). Na verdade, já era, desde que vi MASH e Short Cuts, mas com a Helô descobri porque.
Esqueça Pulp Fiction (que é bom por outros motivos), e esse que ganhou o Oscar agora (se não fosse a época por que passa os EUA, não teria ganho), Crash. Filme interacionista, original, com entrecruzamanto de pequenas histórias, é com o Altman. Por exemplo, aquele maravilhoso Assassinato em Gosford Park. O que liga toda a história são, não os lords, sires and ladies, mas o mordomo, as cozinheiras, as empregadas, os criados. Pensando a posteriori, depois de feito, é óbvio, não? Mas precisou alguém fazer.
E o Altman sabe disso, claro. As pequenas pistas, como o cocô de cachorro, dão dicas de como a história deve se desenrolar e desenvolver. É um pouco subliminar, mas também é inteligente, na medida que não é explícito. Quem assiste tem que procurar. E pensar.
No Sete Supeitos, também ambientado em um casarão antigo, com os convidados e os criados presos em uma trama misteriosa, também não se sabe quem é o assassino. Tudo bem, talvez não seja tão bom como Gosford Park, mas tem alguns detalhes interessantes. O final: tem um "verdadeiro", mas também o "como poderia ter sido" e o "e se fosse assim". Isso tudo com a estrutura narrativa à la Agatha Christie, somado com uns leves toques de comédia pastelão e outras ironias mais finas: Mr. Boddy, o chantagista (e, é claro, o morto), é o maior americano: ferra todo mundo e ainda ganha uns trocos com isso! E é o Tim Curry, de mordomo, que serve de ligação entre os personagens e a explicação dos acontecimentos (e que, no final, encena a famosa máxima do mordomo).
O legal é que o encadeamento dos fatos não leva necessariamente à uma conclusão finda, como nas histórias doyleanas. O filme brinca exatamente com a não determinação das evidências e com o poder do modelo explicativo elaborado. Tudo depende da história. Existe afinal o acontecimento em si fora da narrativa?
Não parece com uma lição que os interacionistas simbólicos deveriam aprovar?
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