Hoje eu bati pé. Fui no Art Institute, babar nos troços deles lá e fazer parte da minha pesquisa. Consegui fazer metade do que queria, mas já tá bom.
Fui também na Sears Tower, olhar tudo lá de cima! Putz negócio bizarro, ficar tão alto. Pensei que fosse ficar com medo, mas acho que por ser tão alto e ver as coisas tão pequenininhas, deu efeito contrário. Quer dizer, subir no elevador deu aflição. Ver marcando 70, depois 80, 90... 103! Mas lá em cima é tudo de bom.
Hoje também vou realizar um sonho de infância: ver um jogo dos Bulls! Eu comecei a gostar de basquete vendo Jordan e Pippen jogando, há quase 20 anos, então foi um presente que me dei. Daqui a pouco vou pra lá.
Mais etnografia das relações sociais chicagoans: hoje conheci uma simpática senhora (de nome Katherine), que foi simpática ao ponto de me acompanhar no ônibus, me explicar como funcionava tudo, ficar mostrando os pontos de interesse pelos quais passávamos e dar alguns bons conselhos de como me virar na cidade. Achei tudo bem interessante e fiquei pensando que o tipo de sociabilidade entre brancos e negros aqui tem uns detalhes bem particulares. Ela, uma senhora branca, de mente aberta, me falava dos lugares que eu precisava evitar, por serem perigosos (lembrei de minha "ida à Compton"). Me alertou para o tipo de transporte público que eu podia ou não pegar. Mas, não deixou de ressaltar, os chicagoans são muito amigáveis e liberais (diferentemente, segundo ela, dos nova-iorquinos, esses sim uns trastes e individualistas; e tudo é "comunidade" aqui): brancos e negros convivem muito bem aqui. Se dão bom-dia, se cumprimentam. E, atentem para a prova de civilidade maluca matizada com uma sutil e declarada discriminação (aqui eles fazem ao contrário - admitem a existência de racismo e partem daí para encontrar uma maneira o mais simpática possível de experienciá-la):
"They are really nice around here. They even whistle when walking behind me so I don't get scared".
Nada como deixar a experiência do racismo a mais agradável possível.