terça-feira, outubro 07, 2008

Dessas contradições da vida

Eu já tinha assistido alguns episódios, aqui e ali, mas nunca tinha realmente acompanhado The Sopranos. Agora vai passar desde o começo e tenho intenção de ver sempre.
Eu gosto desses seriados mais malvados. Ainda mais quando são bem feitos e interpretados. Claro que, por serem feitos para tv, eles têm seus limites. Mas ainda assim é algo diferente da grande parte da programação insípida da telinha (que eu assisto também, não nego).

Na verdade eu tenho uma quedinha pela vida bandida ou pelo jeito cafajeste de ser. Mas nunca tenho coragem de fazer algo do naipe. Bem, não é bem coragem a palavra... é algo mais complicado que isso. Um dia tento elaborar melhor. Mas digamos que eu prefiro ler o Nelson Rodrigues do que fazer algo a respeito...
Mas ontem aconteceu algo engraçado. Um amigo, que foi para terras inóspitas da fronteira civilizatória para garantir seu pão na mesa, inadvertidamente levou um livro da biblioteca junto com o resto da mudança. Me pediu, então, para devolver o dito e o enviou por correio para cá.
Fui para a universidade devolver, aproveitando que também tinha que imprimir a qualificação (aleluia!) e entregar para a banca. A bibliotecária, então, um tanto quanto imbuída de um sentimento de rancor, soltou, alto, irônica e reprovadora "você está suspenso por 66 dias, meu bem".
Por um lado não gosto de ficar me desculpando, mesmo que não tenha sido eu quem pegou o livro (e nem de jogar a culpa nos outros), mas por outro lado achei bastante divertida a revolta da mulher. E das pessoas em volta, que me olharam assustadas e acusadoras.
Se tem uma coisa que eu odeio é a patrulha ideológica (expressão cunhada pela minha querida amiga prima do Altman) da minha faculdade. Ainda mais porque sei que depois de bancar os liberais conscientes, críticos dos problemas da universidade pública e dos imperialismos insinuados na existência moderna, têm como ponto alto da vida acadêmica as festas em que podem se embebedar como uns gambás e então ir para o banheiro do instituto (público, em todos os sentidos) e quebrar tudo (e depois reclamar que a direção não cuida do patrimônio). Para não falar de coisa pior. Hipocrisia sucks.
Então resolvi curtir meus 10 segundos de badboy e mandar todos à merda. Bem, não mandei ninguém à merda, mas soltei um "tô pouco me lixando", ou um "é isso mesmo, e daí", ou algo do tipo, e arriscar as pedras.
Ainda mais porque não sou eu que estou suspenso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Há! Adorei! Também gostaria de conseguir ser malvada! hehehe
É bom estar de volta por aqui!
Beijos