domingo, outubro 14, 2007

Esse final de semana

Esse final de semana tive um programa diferente, mas ao mesmo tempo muito familiar. Fui num bar brasileiro, com a Si, o Chris e a Carol, beber brahma e ouvir DJ Paulão discotecando! Antes de vir para cá parece que era só o que fazia - ouvir black music do DJ Paulão ou seus discípulos nas baladas. Mas eu gosto da ironia de vir para Londres e... ouvir DJ Paulão!
E dessa vez foi diferente. A brasilidade no exterior é diferente. Extremamente mais caricaturizada, mas com um outro apelo. Não sei se é a saudade de casa, uma válvula de escape para toda a estranheza de uma vida num país que não é o seu... e nem é toda hora. Aliás, pra falar a verdade, eu fujo de tudo o que é brasileiro aqui...
De qualquer maneira, adoro dançar (não que eu saiba, mas não precisamos entrar nesse mérito), e gostei muito da noite, bem como do lugar (Guanabara, lá em Holborn, lugar composto metade por brazucas e metade por gringos empolgados que são, por sinal, os mais engraçados que existem). Até relevei o fato de estar pagando 14 reais por cada long neck de brahma (!?) que tomava (e foram muitas). Bem como o fato de que o repertório é decidamente mais comercial que o normal (mas é o que os gringos e os brasileiros migrantes querem ouvir: o samba mais manjado e reconhecível possível) - claro que o Paulão sabia disso.
Fiquei tão passado que quase não consigo ir no Undertones no dia seguinte! Digo quase, porque no final decidi que ia me arrastando mesmo, mas não ia perder o show, que foi muito bom! O resultado é que peguei uma gripe e tenho que apertar o cinto até a próxima bolsa, mas acho que valeu a pena.

Outro efeito colateral foram sonhos esquisitíssimos. Exemplo de um:
Me vejo na tv, de esquis, câmera estilo enduro de corrida, deslizando pra cá e pra lá no gelo, seguindo um pinguim, que é entrevisto por breves momentos, escorregando adiante. Ele me leva até uma competição de off-road - de fiat unos. Eu e um amigo entramos na competição e somos melhores do que imaginávamos. Eu completei o percurso em 1 minuto e 15 segundos, ele um segundo mais rápido. Mudo de canal e finalmente posso ver de onde estou assistindo. É minha casa, e estou assistindo tv com minha prima Ju. Ela come uma pizza e eu um big mac requentado. Na tela agora é a nova novela das oito: descubro que uma personagem, a da Malu Mader, é uma ricaça que é culpada de fraude fiscal nos EUA e foge pro Brasil, mas não conta nada disso pra família, que acha que ela veio de férias. Outro personagem na novela é o Gianfrancesco Guarnieri, que faz um homem que está fugindo de algo. O caseiro do lugar onde ele está escondido, chamado Sebastião, protagonizado por um desses atores clichês (no caso, porteiro, caseiro, motorista), sabe que o cara tem algo a esconder e suborna o coitado do Guarnieri por 400 libras. Ele diz "eu sei que você deve no cartório. Mas pode deixar que o tio Sebastião vai proteger seu segredo direitinho" e dá uma risadinha irônica, ao que o outro replica, ao perceber que estaria constantemente à mercê do safado se não tomasse uma providência "na verdade, eu já tenho um amigo para me proteger", a típica fala de um filme do Jerry Bruckheimer. O sorriso de Sebastião desaparece, substituído por uma expressão de quem não entendeu. E então seu rosto congela, ao perceber que Guarnieri tira um .38 da cintura. Aponta e atira. Eu viro para minha prima e digo "essa novela nova é malvada, mas ainda sim barata".
Vai entender a mente convalescente...

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