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Ele estava sofrendo bastante nas últimas semanas, mas não reclamou. Suportou tudo de uma maneira que nos devia envergonhar. Envergonhar pelo simples fato de mostrar um caráter (sim, gatos têm isso) exemplar. De mostrar o que importa na vida, apreciá-la de verdade. Eu ia visitar na clínica onde ele ficava internado quando piorava mais e saia com o coração apertado. Ele melhorava um pouco, nos dava esperança, parecendo querer nos poupar do sofrimento de vê-lo assim, e depois voltava a ficar ruim, sem forças.
Claro, nem tudo foi sofrimento na vida do Moustache. Ele adorava subir no colo e receber carinho da minha prima. E de mim também. Podia ficar semanas vem vê-lo, mas ele nunca me fez sentir culpado por isso, como poderia, por eu ser tão relapso. Tinha uma amor incondicional, sem mesquinharias ou cobranças. E adorava subir no colo e ficar esfregando o nariz na minha barriga. Acho que levou uma boa vida, feliz.
No final o alento foi que morreu em casa, e não internado, como ficou por tanto tempo. Fiquei triste, mas aliviado por ele poder descansar de uma boa maneira.
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