quarta-feira, maio 05, 2010

Sobre a discussão em torno da demarcação de terras indígenas e quilombolas

Me eximo de emitir minha opnião pessoal na questão que chacoalhou a comunidade antropológica nos últimos dias (entretanto, adianto, é de interesse de todos: os que se preocupam com a constituição dos argumentos veiculados nos meios mediáticos brasileiros, sua imparcialidade e poder de reflexão crítica).
Me limito, ao menos neste post, a reproduzir os desdobramentos de uma matéria intutulada "A farra da antropologia oportunista", publicada na revista Veja (ano 43, n. 18), no intuito de divulgar a discussão.

A começar pela matéria em si: http://alertabrasiltextos.blogspot.com/2010/05/farra-da-antropologia-oportunista.html

Um dos antropólogos citados na matéria, Eduardo Viveiros de Castro, escreveu uma réplica, que segue (cito aqui por não encontrar link para o texto):

Aos Editores da revista Veja:

Na matéria "A farra da antropologia oportunista" (Veja ano 43 nº 18, de 05/05/2010), seus autores colocam em minha boca a seguinte afirmação: "Não basta dizer que é índio para se transformar em um deles. Só é índio quem nasce, cresce e vive num ambiente cultural original" . Gostaria de saber quando e a quem eu disse isso, uma vez que (1) nunca tive qualquer espécie de contato com os responsáveis pela matéria; (2) não pronunciei em qualquer ocasião, ou publiquei em qualquer veículo, reflexão tão grotesca, no conteúdo como na forma. Na verdade, a frase a mim mentirosamente atribuída contradiz o espírito de todas declarações que já tive ocasião de fazer sobre o tema. Assim sendo, cabe perguntar o que mais existiria de "montado" ou de simplesmente inventado na matéria. A qual, se me permitem a opinião, achei repugnante. Grato pela atenção,

Eduardo Viveiros de Castro

A revista publicou uma resposta à réplica: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/brasil-todo-mundo-indio-quem-nao-555649.shtml

Seguiu-se uma nova resposta por parte de Viveiros de Castro: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2010/05/470943.shtml

A Associação Brasileira de Antropologia, em conjunto com a Comissão de Assuntos Indígenas, publicou nota sobre o caso: http://www.abant.org.br/conteudo/005COMISSOESGTS/Documentos%20da%20CAI/NotaCAI-ABA.pdf

O artigo (entrevista) em questão, utilizado pelos responsáveis pela matéria para citar Viveiros de Castro, segue em: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/brasil-todo-mundo-indio-quem-nao-555649.shtml

Em tempo. A resposta de outro antropólogo citado, Mércio Pereira Gomes: http://merciogomes.blogspot.com/2010/05/resposta-materia-da-veja-farra-da.html

A discussão é um pouco longa, mas vale a pena seguir. Tire suas próprias conclusões.

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