segunda-feira, março 29, 2010

Um dia uma carona

Nem de flush vivem minhas memórias. Ontem, já deitado, na difícil tarefa de esperar o sono vir, lembrei de quando, adolescente, eu e meu amigo Flávio voltávamos das quadras da unicamp, depois de uma tarde quentíssima jogando basquete.
De vez em quando nos aventurávamos, naquela época, a pegar umas caronas, em dias que a exaustão era maior. O mundo (leia-se Barão Geraldo), era bem menos desconfiado e perigoso.
Na avenida, nos arrastando morro acima, eis que aparece uma alma caridosa.
Um Del Rey verde prateado, cheio de ferrugens e barulhinhos, pára e nos deixa entrar. Arrumamos espaço entre as toneladas de papel que ocupavam os espaços vagos nos bancos e ficamos embasbacados com a beleza da motorista, que deveria ter uns 20 anos. Na época, uma adulta, para a gente.
E além de lindíssima, muito gentil e divertida. Nos deixou em casa (os 3, morávamos bem perto) e foi-se embora, levando dois corações.
Sempre me apaixonei fácil, e naquele dia ainda tive a inusitada coragem de aparecer novamente na casa da moça, alegando ter deixado alguma besteira no carro, só para trocar mais umas palavrinhas e fotografar sua figura na retina.

Pelo jeito deu certo.

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