segunda-feira, junho 04, 2007

Sobre Guinness e cigarros


Taí, como hoje ainda não acabou e pelo jeito não vai acontecer nada de produtivo mesmo, continuo chutando o balde.
Vou aproveitar a deixa da Dê e falar então sobre essa minha paixão que se consolidou aqui: Guinness.

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É esquisito, mas eu só comecei a gostar de Guinness aqui. Bom, eu já a achava muito cool. Uma cerveja escura, que dizem que não é bebida, mas quase uma comida; cremosa e, quando bem tirada, com um trevinho de espuma adornando?!
No "Dangerous Habits", em Hellblazer, John Constantine fala de Guinness (que na história tem estreita relação com água benta), de um jeito apaixonado e mágico...

(Parênteses: mataram a alma do Constantine no filme que fizeram com o Keanu Reeves! Como um cara que engana três demônios, cura do câncer de pulmão e a primeira coisa que faz é acender um cigarro, no filme acaba com um chicletinho anti-nicotina?! o Garth Ennis pisou na bola... Trivia: Constantine fuma Silk Cuts, mas isso é considerado cigarro de mulher aqui na Inglaterra - algo como um Free One. Acontece que o Ennis, aparentemente, como não fumante, pegou a primeira marca que apareceu para caracterizar o personagem. Os aficionados dizem que um Benson & Hedges, esse sim um tijolo no pulmão, seria mais adequado ao trapaceiro.)

E os colegas descolados falavam de Guinness como falariam, sei lá, de um filme do Almodóvar. Uma coisa alternativa, que é bacaninha falar que gosta e que não é consenso, como alguma comida muito esquisita (estranhamente eu gosto mesmo dessas porcarias, tipo fanta-uva). E eu, com um pouco de inveja, achava que isso consistia meio um grupinho seleto.
E eu tinha experimentado e odiado. Coisa amarga, meio doce ao mesmo tempo. Credo.
Bom, na verdade, eu fiquei muito tempo sem gostar de cerveja e ponto (ainda que sempre tenha gostado de chopp)! Sei lá, bebia porque não tinha muito porque pedir uma coca-cola no boteco (ainda que eu faça isso de vez em quando). Coca, eu tomo uma e empapuço. Cerveja dá beber até cair ou acabar o dinheiro ou expulsarem do bar. É uma bebida mais sociável, inegavelmente. Mas gostar MESMO, de verdade, só a partir da faculdade, quando era cerveja sempre.
E pois, não é que aprendi a apreciar Guinness?! O gosto estranho sumiu e o paladar se acostumou (e de fato é uma delícia depois que você se acostuma).

Ah, dica. Normalmente não acredito muito nessa precisão alquimista normalmente praticada pelos enólogos, mas acho que aqui vale a pena comentar. O primeiro gole é divino. O resto do pint nem tanto. Lá pelo meio, vem um gosto de banana (viagem minha?) esquisito. Mas no segundo pint em diante é muito bom! Claro, não é como cerva brazuca que você pode continuar bebendo sem parar. Mas acho que o terceiro pint é o auge! Então é bom já pensar em parar, porque daí em diante nem dá pra reparar muito no gosto. E também pra não voltar trançando as pernas, como acontece muito por aqui...

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