sábado, junho 16, 2007

Aviso: leia o post a seguir por sua propria conta e risco

Hoje está um dia tenebroso...
É apenas hora do almoço e está escuro como a noite. Precisei acender a luz.
Trovões irrompem de tempos em tempos. Alguns tão altos que fazem a janela tremer (ok, não precisa de muito pra isso na minha velha casa).
Agora está aquela calmaria tensa, sem vento algum, como que se o tempo estivesse tomando fôlego, apenas para cair de um só golpe na forma de uma terrível tempestade.
A temperatura caiu. Agora está aquele quase frio - o que dá um calafrio de vez em quando.
Vejo, pela janela, uma ou outra pessoa, andando apressadas, voltando para a segurança de seus lares. Tenho pena da moça que vem fazer a limpeza da parte comunitária... ela veio sem guarda-chuva.
No fogo, estou esquentando água para fazer meu almoço - tortelloni de queijo e tomate. O vapor embaça o vidro da janela.
Condições ideais para escrever este post.

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Tudo começou na infância, quando primeiro ouvi aquelas lendas urbanas, histórias "verídicas" de encontros espectrais e narrativas macabras - que os colegas diziam que a mãe do amigo do irmão mais velho havia presenciado. Ou algo assim.
Histórias desde as quase inocentes, até as mais assustadoras - sobrenaturais ou não. Lembro de várias:

- Que houve uma vez um lote de babalus com cocaína dentro.
- Que um funcionário da coca-cola caiu num tanque, morreu dissolvido e a empresa distribuiu a bebida mesmo assim.
- Que dentro do boneco do fofão havia uma adaga.
- Que um disco do Led Zepellin tinha uma mensagem escondida - quando ouvido de trás para frente (anos depois de fato ouvi que tem).
- Que o Dark Side of the Moon era sincronizado com o Mágico de Oz.
- Que um disco da Xuxa tinha mensagens satânicas (e vem daqui a inspiração para mais um texto da série "posts para a Carolina" atual, juntamente com algo que aconteceu aqui, ontem).

Havia também lendas locais, que para mim eram as piores, pois diziam respeito a lugares e pessoas que eu conhecia:

- Que o fundo do laguinho entre o Centro Médico e a Unicamp era tão pantanoso e cheio de detritos hospitalares que um menino se afogou, ao não conseguir soltar o pé, preso em um galho (qualquer semelhança com Sexta-Feira 13 não é mera coincidência).
- Que um amigo do namorado da irmã do meu amigo (a Natasha, que já foi mencionada neste blog antes), andando de vespa (lembra da vespa?) levou um tiro ao fugir de um assalto, e só percebeu quando chegou em casa, sentiu frio e viu a camisa molhada.
- Que esta mesma Natasha, também andando de vespa, sentiu alguém a puxando para trás e quase caiu. Uma semana depois, com as mãos ocupadas ao segurar o cachorro no colo, seu namorado fez uma curva de repente, a porta do fusca abriu e ela saiu rolando carro afora (bom, essa última parte de fato aconteceu. Ela ficou toda ralada e quase não andava. Aliás, aconteciam coisas estranhas com essa família: a tia deles foi assassinada a facadas algumas semanas depois, na rua de cima de casa. Até hoje o crime não tem solução).
- Que os donos de uma casa perto da estrada da Rhodia descobriram uma ossada no quintal, provavelmente de algum cemitério antigo (qualquer semelhança com Poltergeist não é mera coincidência).
- Que o pai de uma amiga da irmã de um amigo, ao descobrir que ela e seus amigos faziam a brincadeira do copo na sala, virou, bravo, o copo. Tão logo saiu da sala uma cadeira rachou ao meio. Semanas depois a mãe da menina foi empurrada escada abaixo, aparentemente por ninguém.
- Que uma amiga viu seres alados sugando uma fumaça que saía da pele de seu avô - apenas ela via. O avô morreu algum tempo depois.
- Que os meninos e meninas da quinta série fizeram contato com um espírito de um árabe, morto a séculos (essa sessão do copo eu vi acontecer, de longe, no fundo do pátio).

Essas e outras histórias foram contadas todas na mesma época, entre a quarta e sexta séries. Não sei se foi uma moda no momento, se foi aquela coisa mórbida dessa idade, ou se de fato coisas estranhas aconteciam então.
Mas eu fiquei muito impressionado com todas elas.
Por esta mesma época aquele mesmo amigo, George, sempre aparecia com uns filmes, que assistíamos ora em casa, ora na casa dele: Exorcista (com esse tive problemas sérios de sono por uns dias), Evil Dead (quando o Sam Raimi ainda fazia bons filmes), Demons (do Argento e do Bava, meus ídolos por um tempo), Poltergeist (cuja série também tinha uma lenda urbana envolvendo: de que depois da gravação do primeiro, a irmã mais velha morreu; depois do segundo, o menino; depois do terceiro, a Caroline), Pet Sematary (mas esse eu adorava, apenas para ouvir Ramones), A Hora do Espanto (lembra desse? Passou várias vezes na sessão da tarde), ou qualquer um do Romero ou inspirado nos filmes do Romero.
Os filmes me aterrorizavam. Mas eu não conseguia deixar de assistir.

Anos depois eu vi uma comunidade no orkut sobre a Loira do Banheiro - numa versão, ela era uma professora que se apaixonara por um aluno e fora morta, então, pelo marido. Ela tinha algodão nas narinas para estancar o sangue que lhe escorria e atacava os alunos que chutavam a privada ou davam descarga três vezes (?!).
Estranho, parecia uma lenda urbana bem popular, mas que eu nunca tinha ouvido falar. Mesmo tendo ficado meio que fascinado com essas histórias por muitos anos. E algumas vezes, quando perguntava, as pessoas de fato se lembravam dela.
Questão de um mês atrás, conversando com minha amiga Camila (que agora está no Brasil), lembramos de umas histórias do Rio Branco (posts virão sobre este colégio, no futuro). Acabamos caindo no tópico das lendas urbanas e locais. E não é que ela também achava que era a única que nunca tinha ouvido a história da Loira do Banheiro na escola? Conversando com as pessoas depois, todos pareciam conhecer a trágica lenda já naquela época, menos ela.


Para encerrar o post.
Ontem fui no banheiro do pub e... adivinhem?!
Não, não era a loira do banheiro. Era uma mulher vestida de tirolesa. Mas acho que o susto deve ser parecido...

2 comentários:

Anônimo disse...

Chris, Demons também foi clássico da nossa infância! E o Dario Argento é mestre... Tô até hoje atrás daquele filme dele no qual a Jennifer Connely é atacada por um enxame de moscas, mas não encontro nem no E-mule, chama-se Phenomena! Sabendo de algo, me avisa, ok? Abs!

cris disse...

chris,
muito legal o post!
rsrrsrsrsrs...
teve uma epoca q eu nao entrava no banheiro do pio xii sozinha e o exorcista nunca tive coragem de assitir. hahahha!

cris k.