Uma breve nota sobre a virada cultural em sp, que não vi.
Na verdade são apenas algumas impressões de quem leu as notícias de longe.
Fiquei sabendo do envento no dia mesmo, quando uma amiga me mostrou a programação, prestes a ir pra lá. Achei que realmente seria algo bem legal. O que deve ter acontecido, com certeza. Muita coisa boa rolou.
Mas no dia seguinte, vieram as manchetes, nos sites de notícias que eu sempre vejo: catástrofe, quebra-quebra, confusão, vandalismo.
Lógico, claro, tinha que acontecer...
Acompanhando as descrições de destruição e confronto com a PM, várias fotos, apimentando os sentidos e a indignação: carros queimados, o choque vindo contra a massa, garrafas atiradas... como as cenas de confrontos civis na Bolívia, Coréia, Indonésia, vai saber. Mas era a praça da Sé.
Aí vieram algumas declarações, do prefeito, do governador, de alguns oficiais da polícia. A impressão que ficou? Que era lógico que isso ia acontecer. É o que acontece num show do Racionais. Show do Racionais, ipso facto, incitação contra a polícia, não é? A sensação era de que foi feio, mas dos males o menor, a polícia tem que ser truculenta - essa era a lógica.
Só foi no dia seguinte ou no outro que começaram a aparecer as notícias dos jornalistas "mais sérios", bem como as impressões do amigos que foram. Via e-mail, blog ou orkut. Que pintaram a coisa de uma maneira bem diferente. A polícia não parece ter sido tão provocada como se diz, e a má-vontade e a predisposição para soltar umas bordoadas na vagabundagem parece ter sido o tom reinante.
Bom, não vou entrar no mérito do acontecimento. Mesmo porque não faltaram relatos bem instigantes, no melhor estilo jornalismo gonzo - fui, vi, me fodi - de escrever.
Mas que é incrível como as notícias de um mesmo acontecimento mostram realidades tão díspares, isso é. E, dada a quantidade de gente que foi e que resolveu contar sua versão, a percepção de algo significativo, de longe, é bem interessante.
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Um comentário:
Beijo!!!!
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