Quinta feira de tarde, voltando para casa, vejo uma movimentação estranha no metrô. Centenas de pessoas escoltadas pela polícia caminham para a estação.
Não dei muita bola na hora.
No dia seguinte, combinei de andar com a Mila. Íamos comprar 1 tênis e ver coisas no centro. Encontro com ela na frente do metrô. As centenas de pessoas continuavam lá! Agora a horda saia do tube.
Então descobri. Era um jogo de cricket entre Inglaterra e Índias Ocidentais, que havia sido interrompido no dia anterior por falta de luz natural e agora era retomado!
Ah sim, é bom mencionar que moro a uns 3 quarteirões do maior estádio de cricket de Londres, esse esporte incompreensível para qualquer pessoa com idéias normais e saudáveis sobre entretenimento - e que pra mim parece mais um betis complexificado.
Eu realmente não entendo os números do placar! São equações esotéricas, estatísticas obscuras, aparentemente sem nenhuma lógica aparente! Acho que é meio como a brincadeira do Mornington Crescent (para quem não conhece, não vou explicar, porque acaba com a graça desse jogo estranho inglês, já centenário. Mas de uma complexidade impenetrável ao neófito. Como um manuscrito hermético indecifrável. A graça, entretanto, é que os novatos conseguem jogar mesmo assim!).
Tudo bem, continuo. Sábado, indo para o cinema, experiência narrada ontem, passo pelos pubs locais, lotados. Acho que era intervalo. Do mesmo jogo! De noite, voltando para casa, os pubs continuam lotados e dezenas de pessoas bebendo na calçada. A jornada do dia acabara. No ar, apenas o cheiro azedo da cerveja e vômito. Os destroços do dia, o desfecho trágico dessa ode ao mistério desportivo, em que jogadores e torcedores são levados em comunhão ao limite da exaustão.
Hoje são 17:30 horas e continuo ouvindo a multidão delirando e gritando ao longe. Agora, esse pessoal é movido a anfetaminas ou eles fazem um revesamento básico?
Informo quando souber quem ganhou. Ainda que não tenha nenhuma indicação de quando isso será anunciado.
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