Sabe aqueles dias mágicos, que tudo que acontece parece que está carregado de sentido e daqui a 10 anos você vai lembrar de tudo que fez? Pois é, não tive muitos desses na vida. Mas hoje foi um deles. Decididamente.
O dia foi surreal, mas talvez o mais espetacular desde que estou aqui! E veio logo depois de uma semana nada boa. Tive um dia esquisitíssimo nessa semana, acompanhado de outros nada bons também. Mas, desculpe-me, não sei se contarei aqui. Digo apenas que foi surreal também, mas no mal sentido.
Mas hoje foi diferente. Foi meio... onírico.
Saí de casa desesperado, ao som de britadeiras e instruções técnicas gritadas. Trocavam um cano no quintal de casa! Caos e inferno! É sábado, meu!!
Resolvi que iria andar e depois ver um cinema! Não vou entrar em detalhes, mas acabei fazendo algo que me alegrou demais, por puro impulso. Mas um impulso certo, entende? Bom, um dia eu conto.
E depois fui ver o filme sobre o Joe Strummer!
Chama-se The future is unwritten: Joe Strummer. É um documentário sobre o Joe, um dos meus grandes heróis, há anos. Desde quando me emprestaram uma fita do Clash, menino ainda. Quando vim para cá em 91, pirei em duas coisas: U2 e Clash. U2 virou um grande nada pra mim. Ainda hoje acho Clash simplesmente brilhante.
E eu amei o filme. E fiquei com os olhos cheios de lágrimas ao ver que meu herói, merecia ainda mais admiração. Acho que ele foi daquelas pessoas que são puras, sinceras, vivem a vida de uma maneira honesta e tentam sair do grande palco tendo dito algo de bom e relevante. Quase beirando a caricatura, sabe? Tipo um Che Guevara do rock!
Saindo do filme vi uma das coisas mais bonitas. Um quadro do Hopper praticamente! Voltando, ouvindo Coffin Daggers no ipod e ainda estasiado com o que vi, passo pelo Primrose Hill, 21:30, escuro, vazio, com apenas os casais trepando nos cantos, os moleques fumando escondidos e o lobo mau à espreita.
As luzes dos postes, acesas no meio do parque apenas acentuavam a penumbra. O céu, quase sem nuvens (com exceção de algumas stokerianas), ainda não estava totalmente negro. Era um azul marinho de fim de crepúsculo. O vento agitava as silhuetas das árvores e ali, como nunca vi antes, a lua minguante claríssima, a dois dedos de distância de Vênus, radiante. Apenas as duas, solitárias.
Fiquei lá por um tempo, pouco me fodendo pros lobos. E decidi muitas coisas.
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Um comentário:
Hei Chris! Eu tenho um blog de cinema que se chama Blog de Edson Bueno - efranabueno.blog.uol.com.br e queria sua autorização para reproduzir seu comentário sobre o filme do Julien Temple. Ia escrever alguma coisa, mas achei o que vc diz tão intenso que fiquei a fim de reproduzi-lo. Claro, dizendo que "roubei" de você. Please, me diga se posso. Senão, tudo bem. Paabéns.
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