Eu tinha decidido que não ia assistir o video da Vanusa cantando o hino nacional. Por conta da tal Vergonha Alheia, esse trágico sentimento que de vez em quando me assalta os ânimos, em momentos em que rola uma certa empatia com a figura humilhada - a maior parte das vezes o que vem mesmo é algo em direção ao sadismo, mas, enfim...
Só pelas notícias, pelas piadas, já imaginava que a coisa não devia ser bonita. Então por vários dias me poupei a dor no âmago que normalmente me faz mudar de canal, ou cantar em voz alta "nanananananana" com a esperança de sobrepujar o humilhante em ação - como pessoas falando portunhol ou "inglês joel santanês" na tv. O que os anglo-saxões, com tanta propriedade, definem na língua deles como making an ass of oneself.
Mas nesse final de semana, numa reuniãozinha com amigos, o assunto virou pauta. Aí fiquei com a sensação de que era a única pessoa que não tinha visto o bendito vídeo no you tube e me senti marginalizado.
E então fui ver.
Nessas horas, meu patriotismo seletivo, quase nulo na verdade (ele aparece quando gringo fala mal do Brasil ou de quatro em quatro anos, em Copa do Mundo), acorda indignado. Eu coloco toda a dó e compreensão de lado - ou "a humilhação já é punição suficiente" (e não cola a desculpa de remédio de labirintite, como não colou a explicação do Fernando Vanucci há 3 anos, na Copa da Alemanha). Bom, na verdade é uma mistura de constrangimento, irritação e... bem, um certo fascínio divertido.
Ah, como queria que um dos polícias ao fundo fossem lá dar um ippon na mulher...
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