Escrevi um post falando sobre minha quase ida ao "lado negro" profissional, ou o que os malucos que continuam na faculdade depois da graduação chamam, pejorativamente, de "mundo real".
Mas apaguei. O post, digo.
Afinal de contas quanta gente não trabalha em algo que não gosta, mas precisa? Fiquei com a impressão de que dava lição de moral - uma moral que nem levo tanto a sério (nada contra os idealistas. Eu sou um. Ainda que só na mesa do bar). Algo como "fui tentado, mas resolvi ser altaneiro e acreditar no sacrifício em prol da satisfação da alma".
Mas talvez eu simplesmente me recuse a dar o braço a torcer por motivos não muito nobres ou autruístas. Comodidade. Preguiça. Incompetência. Escolha seu veneno. Meus princípios vigoram até o preço certo, o que me faz concluir que eles não são tão fortes assim.
Pensei até em mergulhar de cabeça nesta quase ocupação como uma espécie de experimento antropológico. Entrar na subcultura do "império do mal". Mas chego à conclusão de que não vale a pena. Não agora.
A bem da verdade é que aprendi a pensar e agir de uma maneira, na última década, que não me permite entrever nenhum futuro alternativo de uma certa trajetória esperada. Ai de mim se resolver que não é isso que vou fazer na vida! O pensamento é assustador.
Entretanto, algo de bom surgiu disso tudo. Sei com mais clareza o que não consigo fazer. E fico mais disposto a seguir o que penso gostar. Mesmo que isso possa significar uma vida semi-monástica. Quer dizer, até o dízimo certo.
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