domingo, fevereiro 18, 2007

Sin Nian Kuai Le

Hoje é o ano novo chinês. Tiveram vários tipos de festividades por aqui, já que Londres tem muito chinês (tem de tudo, mas chinês realmente tem bastante). Bom, aqui na verdade tem Chinatown também, com as lâmpadas redondas e vermelhas típicas, os telhadinhos côncavos, as comidas na rua, as coisas escritas em Mandarim...
Eu fui ver o que acontecia em Trafalgar Square, achando, no meu Orientalismo tacanho, que iria ver aqueles dragões compridos e coloridos, subindo e descendo, levados por pessoas embaixo dos panos; iria ver foguetes, fogos, luzes, guloseimas e bombinhas estourando. Disso tudo só vi bombinhas. Quer dizer, traques, porque aquelas bombinhas que estouram em seqüência, como você vê nos filmes... nada. Talvez seja o trauma do terrorismo, sei lá.
O lugar estava lotado, com uma decoração muito bonita, mas foi muito chato ficar ouvindo neguinho falando em mandarim no palco montado na praça (ou então, quando era alguém falando em inglês, era o prefeito). Ia ter um show de fogos na Leicester Square, mas estava com preguiça de esperar. Então resolvi, já que estava ali mesmo, ir ao National Gallery.
O lugar é lindo! Tão grande quanto o Prado (você não fica menos do que algumas horas ali), tem muita pintura maravilhosa! Desde o pré-Renascimento, até os impressionistas. Para mim o impressionante é o acervo, bem grande, que eles têm de Ticiano, de Rubens, Velásquez, Rembrandt, Poussin e dos impressionistas. Mas você pode encontrar alguns Rafael, Michelangelo, Bosch, Botticelli, Caravaggio, Piero della Francesca... agora, o highlight pra mim são os dois quadros do Leonardo. Quer dizer, apenas um é realmente um quadro – a Madona nas Rochas, que faz muito tempo queria ver (eles têm a segunda versão) – o outro é um esboço para um quadro que retrataria a Virgem, Santa Ana, Cristo e São João Batista. Foi, aliás, o que mais me apaixonou no museu inteiro! Comprei dois quadrinhos na lojinha de souvenir. Os girassóis do Van Gogh e esse do Da Vinci.
Mas duas menções especiais vão para os dois auto-retratos de Rembrandt (um quando tinha 40 anos e outro no final da vida; o contraste é muito legal); bem como para o Sansão e Dalila, ao lado do Massacre das Crianças, ambos do Rubens! Os dois são perfeitos, extremamente felizes em contar as histórias. E o das crianças sendo mortas pelos soldados de Herodes, é de uma violência assombrosa! Ao que parece ficou perdido desde o século XVIII por um erro de catalogação, tendo sido identificado só em 2001!
O legal é que começo a sacar alguns dos temas da galera do Renascimento e pós-Renascimento. Alguns temas se repetem à exaustão, e é interessante comparar como cada pintor tentou resolver os problemas para retratar tal cena, tirada dos textos clássicos, da Bíblia, ou de acontecimentos da época.
A partir de quarta chega uma coleção de quadros de paisagem do Renoir. Mais para frente virão outras exposições temporárias. O bom que tudo é de graça, você doa quanto quiser e se quiser. Então dá pra ir, depois ir de novo para ver coisas novas, coisas que mais gostou...

Agora só faltam algo como uns 20 museus pra ver...

Um comentário:

Maria disse...

EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!


Será que vc tá sacando de Renascença só porque anda comigo? ( hihihihi, brincadeira, Clis!)


Adorei! Agora é ir na Tate, Clis! Como eu queria estar aí com vc! Beijos!