Pois é, a vida em Londres pode não ser apenas rosas. Bom, na verdade estou até reclamando de barriga cheia. Consegui uma casa legal em muito pouco tempo. Coisa que, me dizem, não é tão fácil. Fiz tudo muito rápido aqui. No entanto, estou passando por uma verdadeira via crucis para abrir minha conta (e como todo o resto das coisas só funciona quando você tem uma conta, já viu, né?!).
Não vou entrar nos detalhes, mas já fui quatro vezes ao banco (e tive que pedir mais dois favores ao Kuper, que é um verdadeiro santo); cada vez me dizem uma coisa. Amanhã devo ir novamente. Se não conseguir, vou ao consulado, porque alguma coisa não está certa! Ontem, pelo menos, um gerente foi sincero (não me impediu de ficar muito tentado a mandá-lo à merda): “if you were an EU citizen you wouldn`t have this trouble”!
Acho que em alguns lugares isso poderia me dar o direito a entrar com processo por discriminação...
Mas coisas boas acontecem também (haha, e como!)! Terça fui com a Simone para assistir um seminário na Goldsmiths. Sobre “Presente Etnográfico”. Sim, a discussão é bem parecida com o que temos aí no Brasil. O que muda é o comportamento dos envolvidos na coisa. As pessoas, quando fazem as perguntas, são bem incisivas, para não dizer duras. Já fui avisado sobre isso, mas ver de fato deu um certo choque. No Brasil, levaríamos para o lado pessoal. Aqui eles consideram o argumento e o levam a sério, mesmo que a pessoa no fundo possa dizer “sua pesquisa é uma porcaria”.
No final fomos todos ao pub, que parece uma tradição – bastante saudável, devo dizer – da vida acadêmica britânica. Fui apresentado ao Stephen Nugent, que foi quem deu a palestra e ele me deu várias dicas sobre a MD. Inclusive se comprometeu a me ajudar mais quando estivesse mais instalado. Ele me deu uma notícia não tão boa também, mas ainda vou esperar para ver o quanto ela pode me atrapalhar aqui...
Por falar em pub, ontem fui num, com a Camila, em Camden Town, que é pertinho de casa (pertinho 20, 25 minutos andando, que para Londres, que é uma cidade espalhada, sem prédios, é bem perto). Bairro maravilhoso, baladeiros de plantão!
Os ingleses estavam assistindo um jogo do Arsenal contra o Tottenham. Realmente, os ingleses são muito mais fanáticos por futebol aqui... Mas é muito engraçado, o ambiente é divertido, a comida muito boa e as cervejas... bem, as cervejas são gostosas, mas preciso me acostumar com o fato de que elas são mais fortes, mais caras e depois tenho que voltar andando pra casa! Fui virando, como fazemos no Brasil e depois percebi que todo mundo bebe muito mais devagar.
Na verdade ontem iríamos num outro bar que, segundo a Camila, sempre tem bandinhas (as mesmas que tocam nos festivais de celular no Brasil), que depois tomam birita com a galera, mas acabamos indo em um bar cubano em que estava uma amiga da Camila, junto com vários outros brasileiros (como são estranhos os brasileiros daqui; e como são muitos! – não teve um dia que eu deixei de ouvir português na rua!)
Hoje pensamos em ir ver algo que há 16 anos tento ver! Mas acho que vamos deixar para amanhã, hoje vamos naquele bar das bandas. Que é ver o Phantom! Sim, acho que já contei essa história aqui no blog. Nos idos de 1991, tendo vindo para Oxford estudar inglês, um pessoal foi assistir o musical, em certa ocasião que estávamos em Londres. Mas eu fui, com uma amiga beatlemaníaca, para a Abbey Road (que fica exatamente a 215 passos de casa – todo o dia eu passo naquela famosa faixa, desviando dos turistas que tiram fotos ininterruptamente) e depois fomos para Wimbledon (programa de índio).
A segunda vez, em 1997, se não me engano, estava em Barcelona e vim para a Inglaterra só pra ver a peça (ah, o arrependimento...). Não consegui ingresso e fui ver Cats, muito bonitinho por sinal.
Dessa vez não passa! E tem outras coisas pra ver também. Quero ver Mousetrap, da Agatha Christie, quero ver Monty Python, ver Oliver... não falta coisa boa aqui.
Com exceção dos pepinos bancários, tudo vai se encaixando. Minha casinha está toda bonitinha, comprei plantas e coisas legais, e logo, logo terei minha primeira visita! Isso é bom, porque não tenho tv, não tenho internet (agora descobri um café italiano perto de casa que tem free wireless internet!)... aliás, penso em comprar um dvd, aproveitando do fato que eletrônicos aqui são muito baratos. Tem, por umas 50 libras, uma tv com dvd embutido. E dvd aqui é barato! Na HMV ou na Virgin, se compra filme por 3 libras! Nem compensa alugar; já aproveito e faço uma dvdteca por aqui!
Aos amigos que quiserem (e puderem) vir: minha casinha é pequeninha, mas tenho um jardim com muitos passarinhos, plantas e uma árvore que ainda não consegui identificar!
Acho que vai dar pra passar legal esse ano aqui.
PS – Ah, Cris, pode deixar que eu atualizo sempre que possível! Deixa uns recadinhos de vez em quando, tô precisando de notícias das pessoas! Saudades!!
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