Ontem se foi o gatinho Moustache. Uma das mais boazinhas criaturas que já existiu. Como eu falei num post anterior, quando ele começou a ficar ruinzinho, ele apanhava de todo mundo: do irmão, da mãe, das cachorras que minha mãe tinha (essa vez que elas resolveram pegá-lo o coitado quase foi desta pra melhor)... Mas nunca revidava. Apenas olhava com uma cara de "puxa, que foi que eu fiz?"...
Ele estava sofrendo bastante nas últimas semanas, mas não reclamou. Suportou tudo de uma maneira que nos devia envergonhar. Envergonhar pelo simples fato de mostrar um caráter (sim, gatos têm isso) exemplar. De mostrar o que importa na vida, apreciá-la de verdade. Eu ia visitar na clínica onde ele ficava internado quando piorava mais e saia com o coração apertado. Ele melhorava um pouco, nos dava esperança, parecendo querer nos poupar do sofrimento de vê-lo assim, e depois voltava a ficar ruim, sem forças.
Claro, nem tudo foi sofrimento na vida do Moustache. Ele adorava subir no colo e receber carinho da minha prima. E de mim também. Podia ficar semanas vem vê-lo, mas ele nunca me fez sentir culpado por isso, como poderia, por eu ser tão relapso. Tinha uma amor incondicional, sem mesquinharias ou cobranças. E adorava subir no colo e ficar esfregando o nariz na minha barriga. Acho que levou uma boa vida, feliz.
No final o alento foi que morreu em casa, e não internado, como ficou por tanto tempo. Fiquei triste, mas aliviado por ele poder descansar de uma boa maneira.
O dia foi blue. Mas hoje também, coincidentemente, fui ver com a Dani uma ninhada de gatinhos que minha cunhada pensa em adotar. São filhinhos de uma gata que dois gatófilos muito generosos resgataram, grávida, da rua. Aí aqueles barulhinhos de filhotes, a brincadeira de subir um em cima do outro, fizeram a mim e a Dani sorrirmos um pouco. Poucas coisas são tão bonitas quanto o bem estar que um bichinho pode dar.
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