Hoje assisti, com algum atraso, Distric 9, o filme produzido pelo Peter Jackson que estava dando o que falar.
Tenho ido muito pouco ao cinema ultimamente. Em parte porque nada de bom tem sido feito, em parte porque estou ficando biruta com a tese. Acho que os últimos filmes que tinha ido assistir na telona foram Up e Era do Gelo 3.
Ambos em 3D.
Nem o do Tarantino acabei vendo - apesar que estou achando que vou me decepcionar com o tal...
Mas nesses dias de calor, saariano, com a pouca produtividade acadêmica ainda mais debilitada, acabei fugindo para o ar condicionado, siberiano, da sala de cinema com minha bat-companheira de filmes.
A idéia me parecia bastante interessante. Algo sobre uma analogia sobre o apartheid (na África do Sul, para dissipar qualquer possibilidade de não compreensão da referência) com aliens que tiveram que parar, por motivo de força maior, nesse planetinha esquisito e infeliz, o terceiro da órbita solar - para trocar o estepe, ou encher uma garrafa pet de gasolina, algo asssim (me lembrei da notícia dos franceses que foram rapelados numa faleva do Rio porque o GPS do carro deles pode até identificar radar, mas não considera IDH).
A velha história do deslocamento e do varrer para baixo do tapete.
Arrisco dizer que aconteceria o mesmo se eles tivessem ido parar em Toronto e não em Johannesburg (mas reconheço que deram azar os coitados. Pior apenas seria se tivessem acabado na Faixa de Gaza...).
E o começo parecia mesmo ser promissor. Referências explícitas ao multiculturalismo tenso da África do Sul, bem como sobre o genocídio de Ruanda - e tasca Mamdani neles (tutsi aqui não são baratas, mas camarões; ainda que os tais aliens pareçam mais baratas mesmo)!
(Eco, talvez, da idéia de que a África é uma coisa só?)
Achei bem interessante a sapatada na ONU e nas "agências humanitárias" e as cooperativas (geralmente escandinavas ou americanas) nós-cegas que patinam, soberbas, em nome de uma política "esclarecida" e altruísta, mas que operam basicamente com a mesma lógica paternalista do período colonial (resta fazer documentário premiado para passar no GNT, não é?).
Só que achei a narrativa meio confusa (sei que era intencional, propositalmente evitando explicar tudo tintim por tintim; mas...). Um pouco perdida nas nojentices e na ação, a meu ver, demasiada (a proposta não era ser um blockbuster de ação - mesmo pecado cometido pelos demais Matrix, aliás, que passaram do ponto).
Nojentice, aliás, que deve ter sido bem a gosto do Peter Jackson, relembrando sua fase Bad Taste e Braindead (sim, ele fez algo bom na Nova Zelândia antes dos hobbits e orcs).
Mas no geral saí satisfeito. Veria a continuação.
Nota - Todo mundo deve estar agora escrevendo sobre o Lévi-Strauss, que aguentou firme, centenário, para poder enterrar boa parte dos pós-estruturalistas e pós-modernistas pentelhos.
Quem sabe uma outra hora falo mais sobre o autor que me maravilhou e me irritou nesses anos todos de antropologia. Mas não agora.
Digo apenas que depois dele realmente não existem mais grandes pensadores humanistas.
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